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A Corrida pelo MVP na Coréia

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A League Champions Korea, ou LCK, é a liga mais competitiva do mundo. Existe desde 2012, quando levava o nome da produtora OGN e tinha outro formato, é dela que saíram os últimos campeões mundiais — SK Telecom T1 e Samsung White — e não há nenhum indício de que isso vai mudar. Do mesmo modo, toda temporada o campeonato elege um MVP, que é concedido após cada partida e acumulado ao longo do torneio.

Quando a disputa ainda era no formato de grupos, o MVP recebia uma pontuação de acordo com a fase do torneio. Dessa forma, ganhava-se 100 pontos nas partidas de grupo, 150 nas quartas de final, 200 nas semifinais e 300 na final.

Em entrevista recente, Go “Score” Dong-bin se mostrou arrependido por ter recebido o duplo MVP. Ele preferia que o companheiro Song “Smeb” Kyung-ho o tivesse feito, uma vez que o top laner disputa diretamente pelo prêmio. Ou seja, ser o melhor da temporada é muito importante para os jogadores coreanos.

O primeiro a receber essa honraria foi Yoon “MakNooN” Ha-woon, no primeiro split de 2013. Embora, nessa época, a contagem da premiação fosse diferente, o top laner se destacou dos demais com seu estilo agressivo e conseguiu levar a NaJin Shield ao título. Terminou a etapa com 1900 pontos de MVP, 500 a frente do segundo colocado.

Depois dele, começou o tempo dos mid laners. Isso porque Bae “dade” Eo-jin e Lee “Faker” Sang-hyeok dominaram o prêmio pelos quatro splits seguintes: cada um com dois, mas o prodígio da SKT sempre com um espaço maior sobre o segundo lugar. Era uma época na qual carregava-se facilmente o jogo pela rota do meio, especialmente jogadores de Zed e Yasuo, como no caso dos dois.

Lee “KaKAO” Byung-kwon veio para interromper essa fase, logo antes da criação da nova LCK. Ele é até então o único jungler a conquistar o título de MVP, em grande parte pelas jogadas agressivas com Lee Sin. Foi o principal responsável pelo título da kt Rolster Arrows no Verão de 2014 e finalizou a etapa com 1050 pontos, 350 a mais que dade. A equipe não se classificou para o Mundial daquele ano, mas a campanha com três vitórias por 3 a 2 sobre NaJin White Shield, SKT T1 S e Samsung Blue foi impressionante.

A partir daí, o formato mudaria para o que se vê atualmente: cada jogo da fase regular garante 100 pontos de MVP. Não só isso, mas começava também a era dos top laners, com Lee “Duke” Ho-seong sendo o pioneiro. Por mais que a NaJin e-mFire tivesse bons jogadores em Han “Peanut” Wang-ho e Oh “Ohq” Gyu-min, a comissão técnica não soube aproveitar isso, o que explica a disparidade de pontos entre Duke e os companheiros: 1000 para 200. Ele conseguiu bater Faker e Smeb numa temporada que nem classificou para os playoffs.

Lee “Duke” Ho-seong recebendo o prêmio em 2015 (OGN)

Nos três splits subsequentes— e muito similarmente a Faker e dade em 2013/2014— , Kim “Ssumday” Chan-ho e Smeb disputaram de forma obstinada pelo posto de melhor jogador. O primeiro venceu uma vez, enquanto o segundo conseguiu a façanha de dois prêmios em sequência. Não à toa, eles foram considerados os melhores tops do período por uma grande margem.

No split mais recente, contudo, Lee “Crown” Min-ho se sagrou como o primeiro mid a vencer o MVP pós-OGN. Não foi fácil, uma vez que Kang “Haru” Min-seung e Son “Mickey” Young-min estiveram até a última rodada em seu encalço. Mas ele foi o melhor em todas as estatísticas e levou a Samsung a um recorde de 8–1 na segunda metade da season. Jogou muito.

Agora, faltando apenas uma semana pro término do Summer Split de 2017, quatro jogadores ainda batalham pelo lugar supremo: Lee “Kuro” Seo-haeng, Gwak “Bdd” Bo-seong, Smeb e Crown. O interessante é que três desses quatro jogadores estão na disputa pela primeira colocação da fase regular e tanto o MVP quanto o melhor time serão decididos simultaneamente.

Kuro ganhou fama — tanto boa como ruim — na ROX Tigers. Num time com tantos carries, como Kim “PraY” Jong-in, Peanut e Smeb, era difícil para o meio trazer os holofotes para si. As constantes atuações ruins contra Faker ofuscaram por muito tempo o real potencial do jogador, que acabou conhecido como “pipoqueiro”. A mudança para a Afreeca Freecs, então, veio em boa hora e renovou essa noção. O veterano lidera o placar de MVP, com 1300 pontos, e é em grande parte o motivo pelo qual o time está nos playoffs. Com a menor porcentagem de ouro entre todos os mids (22.7%), Kuro é vice-líder em dano por minuto (519) e terceiro melhor em Participação em Abates (72.3%). Foi uma completa transformação.

Bdd, por sua vez, vem tendo uma temporada dos sonhos apenas em seu segundo split, com 1200 pontos. Após ficar no banco da Longzhu, ele virou a mesa encabeçando as estatísticas de KDA (11.6), Participação em Abates (77.8%) e sendo vice-líder em Experiência aos Dez Minutos (141). Os números referentes a dano não são notáveis, mas isso se justifica com os picks de Galio: foram nove partidas e sete vitórias. É bom lembrar que Bdd fez um nome pela maestria com Assassinos, então se somá-los a Orianna, Syndra e Taliyah, dá para perceber o tamanho da champion pool do garoto.

Smeb tem a chance de quebrar o próprio recorde e aumentar para três o número de MVPs. No momento, ele tem 1100 pontos e vive uma grande fase, mas a tabela pode dificultar essa tarefa: a kt Rolster vai jogar contra Longzhu e SKT nessa última semana, dois algozes desse split. Estatisticamente, o topo é o melhor em KDA (4.3), Participação em Abates (70.4%) e First Blood (38%), ao mesmo tempo que é segundo em Diferencial de CS aos Dez Minutos (6.4). Além disso, uma das composições que a kt mais gosta de jogar é de Renekton e Elise, que dependendo de como o early game rolar pode alavancar as chances do craque.

Song “Smeb” Kyung ao receber seu segundo MVP seguido (OGN)

Por último, Crown busca igualar a marca de Smeb num split que não vem necessariamente mostrando sua melhor forma. Nas séries contra kt e até as fracas MVP e Ever8 Winners, o jogador desapontou — seja no posicionamento ou na fase de rotas — e a Samsung teve de recorrer a Lee “CuVee” Seong-jin para carregar o time. Até mesmo nos números ele fica atrás de Faker, Kuro e Bdd, o que mostra a queda de rendimento do Spring para cá. Além do mais, ele corre por fora da pontuação com 900, o que significa que terá que não só conquistar todos os MVPs da equipe, como também torcer para que nenhum dos concorrentes pontue.

Não dá para saber quem vai ser campeão. Não dá para prever quem vai vencer a corrida pelo MVP. Só é possível apreciar o fato de que vai ser uma baita semana de League of Legends.

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Rick Birman
publicado em 2 de agosto de 2017, editado há 7 anos

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