Campeão mundial pela LOUD em 2022, bzkA decidiu seguir um caminho diferente na carreira e assumiu o comando técnico do MIBR visando a temporada de 2023. Em entrevista ao Mais Esports, o treinador de 27 anos falou sobre sua saída da organização esmeraldina, o trabalho que tem sido feito em sua nova equipe, as expectativas para o VCT Lock In em São Paulo e muito mais.
- Confira a cobertura completa do VCT Lock In 2023 com calendário de jogos, resultados, estatísticas das partidas e outras informações aqui no Mais Esports
O ANO DE 2022 DA LOUD
O ano passado nós fizemos um trabalho muito forte em todos os sentidos, principalmente a profissionalização. E eu acho que isso foi nosso maior diferencial. A forma como trabalhamos em 2022 resultou no título dos dois VCTs do Brasil de forma invicta, segundo lugar na Islândia e depois fechamos o ano com chave de ouro no Champions. Isso tudo foi fruto de uma rotina muito forte e nosso grupo abraçou isso. Todo mundo se dedicou e foi merecido o que conquistamos no ano passado.
SAÍDA DA LOUD
A minha saída da LOUD do ano passado foi uma conversa de ambas as partes. Não foi uma decisão minha e não foi uma decisão deles, foi tudo em conjunto. Mas eu tenho um carinho muito grande aqui pelo MIBR, eles me fizeram uma proposta muito boa no quesito de oportunidade de trabalho e eles estão dando toda a estrutura que a gente precisa para esse ano.
A ESCOLHA PELO MIBR E PORPOSTAS DE FORA DO PAÍS
Eu recebi propostas de algumas equipes de fora do país, mas eu tenho um carinho grande pelo MIBR e acho que é uma tag e uma empresa fantástica. Lá nos meus primórdios eu já via a organização como referência e ao mesmo tempo eu queria estar próximo do público brasileiro. Eu sinto que por mais que a gente tenha ganhado o campeonato mundial em 2022 eu ainda estou começando a construir meu relacionamento com o público brasileiro e eu sinto que nesse momento da minha vida eu não estava preparado para abraçar outros cenários. Eu quero trazer mais alegria e estar mais próximo do público brasileiro e o MIBR é o lugar perfeito para isso.
NOVA EQUIPE DO MIBR
Por mais que a gente tivesse três jogadores que vieram da Vivo Keyd, a gente está com uma proposta de jogo completamente diferente. Então toda a forma e estrutura de jogo que eles tinham no time antigo meio que se perdeu e nós começamos a construir algo novo. Além dos jogadores, estamos com uma comissão técnica muito forte e acho que tanto nós quanto os players fazem esse grande diferencial que é o time do MIBR hoje.
REENCONTRO COM O FRZ NO MIBR
Eu gosto muito do frz. Até um fato curioso é que nosso primeiro time de VALORANT, lá no beta, eu ainda atuava como jogador com o frz e o murizzz, então jogamos em uma equipe junto no passado e a gente se conhece há bastante tempo. Isso ajuda porque já sabemos como é a personalidade de cada um e como funcionamos melhor. Ele foi um dos caras que me fez transicionar para a posição de coach ainda na VKS E Tem sido uma experiência muito boa.
DIFERENÇAS DE TRABALHO NO MIBR E NA LOUD
Quando resolvi mudar minha função para treinador, eu tive uma conversa muito profunda com o zews, campeão de Major de CS com a LG e a SK, e uma das coisas que ele disse é que o coach tem que ser um camaleão para a equipe. Então a forma que eu trabalho com o MIBR hoje é completamente diferente de como eu trabalhava com a LOUD. A grande questão é que eu tenho as ferramentas para poder trabalhar de todas as formas possíveis com os atletas. Então, por mais que a gente tenha jogadores mais jovens, eles são muito experientes.
A PREPAÇÃO DO MIBR PARA O VCT LOCK IN
A preparação para esse Lock In tem sido uma certa loucura, estamos treinando muito, ficando cerca de 14 horas na sala de treino, vendo VOD, melhorando o individual e fazendo muita coisa em conjunto. A gente optou nesse começo de preparação para o Lock In que já dentro da estrutura da RIot em colocar um pouco mais de volume de jogo até para nos acostumarmos um pouco com a forma que os outros times jogam e gostam de jogar. Estamos testando bastante o meta e jogando muitos mapas. Tem sido bastante corrido e cansativo, mas ao mesmo tempo produtivo para nossa evolução.
EQUIPES AINDA ESTÃO SE CONHECENDO NESSE INÍCIO DE ANO
Eu concordo que as equipes não vão estar no seu auge de 2023 durante o Lock In. São muitas equipes novas, incluindo a nossa. Mas ao mesmo tempo é um campeonato na nossa terra, na nossa casa, então por mais que a gente não esteja no nosso auge, vamos entrar nesse campeonato com muita força de vontade e com muita vontade de vencer.
ESTREIA DO MIBR CONTRA A TALON
Eu espero um jogo muito difícil. Eu conheço bem os jogadores da Talon, eles oferecem um jogo bem caótico e isso pode trazer muitas surpresas para a gente durante a partida. Estamos tentando nos preparar muito para esse confronto e sinto que estamos sim preparados para lidar com tudo o que pode acontecer, mas ao mesmo tempo o jogo é jogado. A pressão da estreia vai estar lá, a pressão da torcida também vai estar lá e nós não temos obrigação nenhuma de vencer essa partida. Não somos os favoritos, o time da Talon está junto faz muito mais tempo e são os favoritos. Então o nosso principal foco é chegar, fazer o nosso trabalho e jogar da melhor forma possível.
PRIMEIRO CAMPEONATO COM LOTUS E O RETORNO DA SPLIT
Eu gosto muito da rotação que a Riot faz com os mapas para os campeonatos porque acaba fugindo um pouco da mesmice, aquilo de estar sempre vendo os mesmos mapas e os mesmos times nas mesmas composições sempre. Isso também favorece as equipes que conseguem entender o jogo e veem o VALORANT de uma forma inteligente. A gente está evoluindo bem, estamos treinando bastante Split e bastante Lotus. Não chegamos nesse campeonato com um ban fixo, então estamos jogando sete mapas. Lotus é um mapa interessante e com muitas opções táticas e acho que a Riot acertou nisso.
A TORCIDA BRASILEIRA NO LOCK IN
Eu acho que o apoio da arquibancada é essencial para gente. Eles vão ser o nosso sexto jogador dentro do servidor. Eu só tive a experiência de jogar contra a torcida, tanto na Turquia quanto no Chile, e é notável o quanto uma torcida consegue incentivar e empurrar o público. Então conto muito com o torcedor para que ele possa incentivar a gente porque vai ser um jogo pegado e difícil. Qualquer ajuda e qualquer apoio vai ser muito importante para a gente.
O QUÃO PRÓXIMO DA LOUD CAMPEÃ MUNDIAL OS TIMES BRASILEIROS ESTÃO
O conhecimento tático, a gente tem. O conhecimento de como fazer as coisas, a gente tem. Precisamos realmente de tempo. Nós temos uma staff muito boa e temos o conhecimento do que fazer e como chegar lá. Temos que ter tempo para treinar, colocar as coisas em prática e dar tempo ao tempo. O que aconteceu ano passado, uma equipe em um ano conseguir se formar e se campeã mundial é uma coisa que se você for ver em qualquer outro esport ou esporte tradicional é uma coisa muito rara de acontecer, então foi realmente um ponto fora da curva. Todas as equipes brasileiras praticamente tiveram mudanças,a própria LOUD teve mudanças e a FURIA trocou jogador, então a chance de ver um time brasileiro campeão mundial logo de cara não é tão fácil assim como os torcedores talvez esperem, mas mesmo assim o Brasil tem o conhecimento e estamos bem encaminhados.