De acordo com site VICE Games, o CEO da Riot Games, Nicolo Laurent, está sendo processado por assédio sexual contra sua antiga assistente, Sharon O’Donnell. A ex-funcionária da Riot Games alega que Laurent fazia comentários abusivos sobre ela, dizendo coisas como ela ter um tamanho “extragrande, mas que ele gostava.”
Segundo o documento ao qual o portal teve acesso, o CEO da Riot a convidava para ir a sua casa enquanto sua esposa estava fora, fazendo trocadilhos com a expressão em inglês “cum”, que remete ao ato de ejacular, além de falar sobre o tamanho de suas roupas íntimas. Laurent também dizia que sua esposa “tinha ciúmes de mulheres bonitas.”
O processo diz ainda que “pouco depois da contratação de Sharon, o réu Lorant começou a ter comportamentos de assédio, baseados no seu gênero ou sexo. Isto continuou até a demissão da funcionária.” O assédio incluia também o CEO falando da aparência da então assistente executiva da Riot Games, dizendo que as funcionárias da empresa deveriam combater o stress da COVID-19 tendo filhos, além de sugerir que Sharon tivesse um comportamento mais feminino.
Além disso, de acordo com o documento, quando Sharon recusava os avanços de Laurent, ela era punida no trabalho, seja não recebendo pelas horas trabalhadas, nem horas extras, e até tendo seu intervalo de almoço retirado.
Posicionamento da Riot Games
À VICE, a Riot Games declarou que está investigando as acusações, mas que por enquanto, Nicolo Laurent permanece no cargo. “Neste caso, já que envolve um líder executivo, um comitê especial foi montado com os Diretores que está supervisionando as investigações, que estão sendo conduzidas por uma firma de Direto externa.”
“Nosso CEO prometeu colaboração total durante o processo e estamos empenhados em garantir que todas as reivindicações sejam totalmente exploradas e devidamente resolvidas”, afirma a publisher responsável por jogos como League of Legends e Valorant.
O comunicado da Riot diz ainda que Sharon foi demitida após “queixas documentadas vindas de diversas pessoas.”
Assunto volta à tona após dois anos
Esta não é a primeira vez que o tópico assédio está envolvido com o nome da Riot Games. Em 2018, a publisher foi processada coletivamente por práticas de discriminação de gênero contra várias mulheres que trabalharam e trabalham na empresa. Em maio de 2019, funcionários da Riot organizaram uma marcha em protesto a uma cláusula arbitrária que impediu que duas rioters processassem a empresa.
We’ve got some pictures live from the #RiotWalkout pic.twitter.com/CUHxLZrjnM
— Upcomer (@Upcomer) May 6, 2019
O caso só foi resolvido em dezembro daquele ano, quando a Riot aceitou pagar US$ 10 milhões em indenizações para funcionárias que haviam trabalhado lá nos últimos cinco anos, além de se comprometer com uma:
“Série de compromissos para melhorar sua cultura, incluindo programas internos para denúncia de qualquer tipo de assédio, revisão das práticas de remuneração, promoções e contratações para aumentar a justiça e transparência e até mesmo a contratação de um diretor de diversidade dedicado a criação de vários grupos de funcionários, esses que terão poderes para acompanhar o progresso da empresa nestes compromissos.”
Em 2020, o mesmo CEO, Nicolo Laurent, redigiu uma carta aberta a outros CEOs e líderes de empresas no ramo dos games explicando os erros cometidos pela Riot Games e traçando planos para consertá-los no futuro.
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