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CS:GO: Após LEC, BLAST também rescinde contrato com a NEOM

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Após toda a polêmica da liga europeia de LoL (LEC) com o patrocínio da NEOM, que foi encerrado no mesmo dia do seu anúncio, a BLAST também comunicou o fim da parceria com a organização da Arábia Saudita, este que durou apenas 15 dias.

O diretor da BLAST confirmou que as duas partes chegaram a um acordo para a rescisão do contrato que havia sido feito. “Podemos confirmar que chegamos a um acordo conjunto, profissional e respeitoso com a NEOM para rescindir nosso contrato. A BLAST continua focada em aumentar o acesso e envolvimento nos esportes eletrônicos, e continuaremos a procurar e expandir nossa presença global, incluindo no Oriente Médio”, comentou Iain Twine.

A BLAST é uma organização que cria e gerencia alguns dos maiores campeonatos de CS:GO do mundo, inclusive já tendo organizado duas edições no Oriente médio, um em Instambul, em 2018, e outro em Barein, em 2019. No anuncio de parceria com a NEOM, que aconteceu no dia 28 de junho, a organização classificou o acordo como algo “inovador que impulsionará os esportes eletrônicos na Arábia Saudita”, e também ressalta o desejo da NEOM em se tornar uma referência de esports na região.

Astralis defeat MIBR to win BLAST Pro Series Istanbul | Dot Esports
A Astralis venceu o MIBR na final da BLAST Pro Series em Istanbul. (Foto: Divulgação/BLAST PRO)

Após a parceria ter sido anunciada, algumas pessoas famosas da comunidade de CS:GO se pronunciaram publicamente contra a decisão, entre eles Frankie, Vince, Just Harry e até mesmo o CEO da Astralis, que classificou o acordo como “inaceitável”, em entrevista ao site Politiken. .

Apesar de isso ainda não ter sido comentado oficialmente, a HLTV já havia reportado o fim da parceria com a NEOM com antecedência, e acrescentou que isso aconteceu principalmente por pressão da comunidade e até mesmo alguns times.

Entenda o caso

A Arábia Saudita tem um histórico muito negativo quando se trata de direitos humanos contra a comunidade LGBTQIA+, que inclusive é uma das causas que a própria LEC defende e apoia. O país não possui leis contra a discriminação sexual ou de gênero, e a advocacia para direitos LGBT lá é ilegal. Homens homossexuais que se casam na região e praticam a sodomia, podem até ser condenados a chibatadas, exílio e até pena de morte por apedrejamento.

A NEOM é uma cidade planejada que está tendo um investimento e 500 bilhões de dólares para ser construída. Ela foi anunciada pelo príncipe herdeiro Mohammad bin Salman, que já foi acusado de ser responsável pela decapitação de várias pessoas injustamente, incluindo uma execução em massa no ano de 2016. O príncipe também é acusado de ser um dos mandantes do assassinato brutal do jornalista Jamal Kashoggi.

Além de toda a polêmica envolvendo pessoas da comunidade LGBTQIA+, a construção da cidade NEOM está recebendo várias denúncias de expulsão dos povos nativos da região, inclusive com o líder ativista Alia Hayel afirmando que a cidade está sendo construída sob o “sangue e ossos” da tribo Huywaitat.

Ao Globo Esporte, o Mestre em Relações Internacionais Guga Chacra classificou como “deplorável” o acordo da LEC. “5 dos 19 terroristas do 11 de setembro eram da Arábia Saudita. O ditador, príncipe herdeiro, é acusado de crimes contra a humanidade. Já bombardearam casamentos, funerais, ônibus escolares… Há um mega bloqueio até de alimentos e remédios. Isso é para ter uma dimensão do que é a Arábia Saudita”, disse.

Veja também: Casters da LEC se recusaram a ir ao ar caso a parceria com a NEOM fosse mantida

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Bruno Rodrigues
publicado em 13 de agosto de 2020, editado há 4 anos

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