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CS:GO: drop almeja estar entre os 20 melhores do mundo no próximo ano

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O desejo de drop acerca do seu nível individual para 2022 está definido: o jogador da FURIA quer estar entre os 20 melhores do mundo. Com 17 anos, drop diz estar contente com o que o aguarda no próximo ano e faz um balanço de 2021.

“Foi muito gostoso esses últimos meses, jogando contra os melhores do mundo, treinando com eles, estando junto com os melhores do mundo que são meus companheiros de equipe. O próximo ano tem tudo para ser ainda melhor do que esse para eu evoluir como pessoa, jogador e, individualmente, tentar alcançar o top 20”, disse em entrevista ao Mais Esports.

Os últimos meses citados por drop se referem ao seu período na FURIA. Depois de passar seis meses na divisão Academy, a FURIA chamou drop para o elenco principal. Com a equipe, disputou torneios na Europa e na América do Norte, além do PGL Major Stockholm.

“Desde quando eu entrei na Academy, meu objetivo era evoluir e me tornar um bom jogador para um dia poder jogar com os meninos aqui. Essa oportunidade chegou mais rápido do que eu pensei para ser sincero. Eu fui dormir cinco da manhã de uma sexta para sábado, acordei meio-dia com o Guerri me ligando, a minha mãe preocupada achando que eu tinha feito alguma coisa, e o Guerri falou “a gente quer você para jogar a Pro League, pro major, e quero saber se você está afim e, se quiser, em breve você voa com a gente para a Polônia”.

“Foi muito rápido, tomei um susto, comecei a gritar de alegria e, mesmo agora que já joguei, conheci os meninos, sou parte do time, a ficha ainda não caiu. Acho que só vai cair na virada do ano quando eu tiver comemorando com meus amigos e família, talvez aí eu entenda tudo o que está acontecendo na minha vida”, continua.

Ascensão meteórica

Drop no PGL Major Stockholm
Drop se prepara para a partida no major (Foto: Divulgação/PGL)

O primeiro contato de drop com o FPS da Valve se deu via Youtube. Jogador de Minecraft, drop acompanhava um criador de conteúdo do game que passou a jogar e criar vídeos de CS:GO. Posteriormente, assistiu a partida entre o elenco brasileiro da Luminosity Gaming e a Cloud9 – foi então que pediu para sua mãe comprar o jogo.

Conforme o gosto pelo jogo aumentou, drop passou a considerar a possibilidade de jogar profissionalmente e recebeu o apoio da sua mãe.

“Eu moro com a minha mãe, então é ela que toma todas as decisões. Nós sempre tivemos uma relação muito boa sobre isso, ela sempre me apoiou, preferia que eu estivesse jogando do que estivesse na rua fazendo coisa errada. Ela sempre deixou claro que eu poderia jogar enquanto eu estudasse. Em alguns momentos quis deixar de estudar, não ir à escola para jogar, porém ela nunca permitiu, graças à Deus. Ela sempre me apoiou e está muito feliz com tudo o que está acontecendo”.

Em junho de 2019, Drop começou sua carreira profissional. No semestre seguinte, em fevereiro de 2020, foi contratado pela FURIA Academy. Em abril, foi emprestado para a Isurus para disputar a CBCS Elite League S1. No entanto, Drop tinha um VAC ban na conta e, por conta disso, a equipe argentina foi eliminada do torneio RMR.

“Foi um momento difícil. Quando a casa caiu, que vieram falar comigo que tinham descoberto o VAC ban, percebi que foi uma decisão errada eu ter aceitado o convite da Isurus para jogar mesmo sabendo que eu tinha ban. Eu passei alguns dias muito triste, chorando, só falando com minha mãe, não pensava muito no CS. Para mim, ali minha carreira tinha acabado, eu iria sair da FURIA, ia sair da Isurus, e só estava tentando esquecer isso. A FURIA me ajudou, tive todo suporte necessário, continuei no time, e o jogo virou”, relembra.

O convite para a divisão principal da FURIA foi a virada de jogo na carreira de drop. O jogador, que já havia ponderado focar somente nos estudos, viu sua vida mudar de repente. Ao aceitar o convite de Guerri, drop viajou para a Polônia, onde disputaria a ESL Pro League com a equipe. No entanto, a FURIA não conseguiu inscrevê-lo a tempo. A estreia foi adiada para o torneio seguinte.

Em setembro, drop atuou na Malta Vibes Knockout Series 2 na Europa e, no mês seguinte, disputou o último RMR norte-americano. Sem perder um mapa entre os dez disputados, a FURIA terminou a competição na primeira colocação e cravou a classificação para o major como Legends.

Drop no mais alto nível

Drop com kscerato, jogadores da FURIA, no PGL Major Stockholm
Drop com kscerato no PGL Major Stockholm (Foto: Divulgação/PGL)

Com a ida para o PGL Major Stockholm, drop se tornou o brasileiro mais novo a jogar um major, além de ser o primeiro jogador mundial que tinha VAC ban e, posteriormente, foi a um major. No entanto, estes dados pouco importam para ele. O que drop celebra é a sensação de viver o verdadeiro Counter-Strike.

“É diferente jogar em frente a uma torcida. Isso é o verdadeiro CS. Na hora que nosso jogo acabou, eu falei “tô muito triste que a gente perdeu, mas o que eu mais quero é jogar de novo com essa galera torcendo para a gente”. Eu não tenho palavras para explicar o que é estar jogando ali, você ganhar o round e todo mundo gritar por causa de alguma coisa que você fez, todo mundo comemorar o round com você. É surreal esse momento”, descreve.

A boa campanha da FURIA tornou a experiência ainda mais maravilhosa. Com três vitórias em quatro jogos, os brasileiros seguiram para os playoffs – o que proporcionou Drop a jogar na frente da torcida e ter seu adesivo no CS:GO, sonho de muitos jogadores porque imortaliza seu nome dentro do jogo.

Drop relembra o momento em que acabou o mapa decisivo contra a Entropiq, que garantiu a classificação aos playoffs do major.

“No momento em que o VINI ganhou um 1×3, que virou 1×1 e ele matou o último cara no CT, eu só levantei e comecei a empurrar tudo, gritar pros caras que estavam contra, comemorar. Eu estava muito feliz. Eu só queria comemorar muito. Assim que saímos do stage e fomos pro lobby do hotel, estava a família dos meninos, o Yuurih tava chorando e eu meio perplexo pensando “caramba, isso realmente tá acontecendo? E o que que vem agora?” Não caiu a ficha”.

Vislumbrado, o jogador admite que ainda não absorveu tudo o que vem acontecendo em sua vida e, por conta disso, virou até motivo de brincadeira entre os colegas de time.

“Os meninos viviam falando comigo “você não faz ideia do que tá acontecendo”. A gente jogou o RMR, conseguimos classificar pro Legends e eles falavam “cara você não faz noção o que é estar no Legends” e eu falava que realmente não fazia. Daí conseguimos ir para os playoffs e eles falavam “você não faz ideia o que é estar nos playoffs né” e eu só tava indo, eu só quero jogar CS. A ficha não cai. Tá tudo dando certo. É até estranho isso, mas é fruto de um esforço que coloquei lá atrás, criei essa oportunidade, Guerri e os meninos acreditaram em mim, e eu consegui corresponder”.

O major foi o primeiro torneio em LAN de drop, e o jogador não sentiu pressão e desempenhou como gente grande. Inclusive, drop enfrentou alguns dos maiores nomes do CS:GO na competição. O jogador descreve como “estranheza” o fato de jogar contra jogadores como FalleN, Gla1ve e Xyp9x.

“É estranho estar no mesmo ambiente, no mesmo servidor, disputando o mesmo objetivo com os caras que há um tempo eu via como ídolos. “Eu realmente estou jogando com esses caras, eu mereço estar aqui?”. É diferente, mas é o que eu queria há muito tempo e fico feliz demais de poder viver isso”, conta.

Projeção para o futuro

Drop no PGL Major Stockholm
Drop com o streamer bt no PGL Major Stockholm (Foto: Divulgação/PGL)

Drop acredita que seu 2022 será ainda melhor que 2021. O jogador já revelou o desejo de estar entre os 20 melhores do mundo no próximo ano e, além disso, sonha com a possibilidade de jogar um major no Brasil.

Poder jogar em frente à torcida brasileira é a grande vontade de drop, mas o jogador quer ter uma pessoa especial entre os milhares de torcedores: sua mãe. Para também realizar esse sonho, ele espera continuar na FURIA.

“Chegando no fim do ano, os meninos vão se resolver e se eles acharem que eu mereço, vai ser uma honra continuar trabalhando com eles. Vai ser uma honra ainda se eu puder levar minha mãe para assistir o major, para ela sentir como é essa atmosfera e para ela poder entender mais sobre o jogo e sentir tudo isso que nós sentimos quando estamos lá”.

Fã de nomes como FalleN e coldzera, drop não almeja ser do nível destes jogadores no futuro. O jovem jogador diz que poder continuar inspirando mais crianças a seguirem seus sonhos é o seu objetivo, além dos bons resultados dentro do servidor.

“Eu acho que esses dois jogadores são nomes muito grandes. Quando se fala de CS, não tem como não falar deles. Acho que esse é um patamar muito difícil de ser alcançado, mas eu quero trabalhar duro, conquistar meus objetivos, vencer campeonatos, e inspirar pessoas. Eu recebo muitas mensagens de crianças que falam que eu sou uma inspiração, então acho que o que é mais importante é eu poder de alguma forma inspirar outras pessoas a seguirem o sonho delas e trabalharem duro para alcançar eles, não necessariamente ser um FalleN do CS – um imperador, digamos assim”, finaliza drop.

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Victor Hugo Porto
publicado em 12 de novembro de 2021, editado há 2 anos

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