Cotada como maior equipe da história do CS:GO e acostumada a vencer. Essa é a face mais conhecida da Astralis, formada por um elenco talentosíssimo de jogadores dinamarqueses. Com uma redução de participação nos torneios, a Astralis não conquistou grandes títulos nos que disputou desde o major.
“Você nunca pode esperar ganhar nada, mas nosso objetivo é e sempre será ganhar as competições que disputamos e isso não vai mudar. Com os últimos resultados em mente e o nível de competitividade do cenário, nós temos alguns trabalhos a fazer, mas é isso [os títulos] que estamos almejando agora”, comentou o treinador Danny ”zonic” Sørensen em entrevista ao Mais Esports.
Em solo brasileiro, a Astralis venceu a BLAST São Paulo, em março. Desde então, as campanhas na BLAST Miami e Madrid, além da etapa final da sétima temporada da ECS, não foram coroadas com um título. Ainda assim, essas performances não influenciam no dia a dia do elenco.
“Importa bastante para a gente perder ou vencer, nós jogamos para ganhar e particularmente eu odeio perder. Nós sempre avaliamos nossa performance e procuramos áreas onde podemos evoluir. No entanto, fazemos isso tanto quando vencemos quando perdemos, então, nosso cotidiano não mudou nesse sentido. Mas esses resultados nos deixam cada vez mais famintos”, afirmou.
Redução do gap
Ainda sem motivos claros, a Astralis deixou de disputar alguns torneios como a StarSeries S7, IEM Sydney e DreamHack Masters Dallas. Enquanto isso, outras equipes disputaram. Estar fora dos palcos tem dois pontos para zonic: A aproximação do nível de jogo das outras equipes para a Astralis e a preservação dos dinamarqueses.
“Nós não focamos nesse gap de habilidade, mas sim em evoluir. Alguns pontos indicam que o nosso gap para outras equipes diminuiu, mas no outro lado da moeda, nós priorizamos torneios diferentes para podermos ter a nossa melhor performance, para relaxar, ter nossas cabeças focadas e estar em uma boa posição”, afirmou o treinador.
“Como em todos esportes, outros chegarão no topo, ficando lá por curto ou longos períodos, mas nós estamos aqui para ficar, evoluir e fazer nosso melhor sempre que jogamos”, continuou.
Topo mundial
Desde junho de 2018, a Astralis era quem estava no top 1 do ranking da HLTV. No entanto, agora é a Team Liquid quem está carregando esse título. Embora a posição dos norte-americanos seja concreta, há quem não ache fidedigna, já que a Astralis disputou poucos torneios recentemente. No entanto, zonic não compartilha desse pensamento.
“Com certeza é válido esse top 1 da Liquid. Todos nós sabemos o sistema do ranking, e quem está no topo, é porque merece. Liquid trabalhou muito duro, com um preparamento sério, também priorizando torneios para disputar, como preparar e analisar melhor”.
“Eu tenho um grande respeito pelo que eles fazem e é nossa responsabilidade voltar a vencer os torneios, não só à curto prazo, mas pelos próximos anos que virão”, completou.
Embora zonic e toda a Astralis apreciem estar no topo, o treinador afirma que o ranking não é visto como foco. “Nós amamos ser o número 1 no Ranking Mundial, mas não temos o ranking como nossa prioridade”.
“Se fizéssemos, jogaríamos todos os torneios, e pela experiência que eu tenho, isso torna mais difícil otimizar seu jogo, complica a preparação e é mais difícil de ficar em um bom estado mental, e no final, ganharíamos menos. Nós sempre priorizamos certos torneios e acho que nossa performance nesse um ano e meio conta a nossa história. Amaríamos voltar ao top 1, mas primeiramente queremos voltar a levantar troféus”.
Brasil internacionalmente
Com a FURIA e a MIBR disputando grandes torneios internacionais, a Astralis teve a oportunidade de enfrentar ambos brasileiros em 2019, sem ter sucesso na maioria das oportunidades contra a FURIA.
Os brasileiros chegaram a eliminar a Astralis das finais da ECS, tendo vencido os dinamarqueses na Nuke duas vezes naquele campeonato, mapa que esse elenco vitorioso só havia perdido uma vez, para a ENCE.
“FURIA é um time super interessante. Eles são muito agressivos e realizam jogadas individuais em alto nível. Às vezes o estilo deles é muito difícil de prever e eles vão ganhar diversas partidas dessa maneira”, disse zonic.
Já a MIBR está em queda. Os maiores representantes brasileiros na história do CS:GO não conseguiram alcançar um alto nível de jogo ainda e estão amargando um ano de 2019 com péssimos resultados. Ainda assim, é uma equipe forte segundo zonic.
“Eu ainda acho que a MIBR é um ótimo time. Não devo dizer o que os outros times precisam fazer, mas eles ainda têm muito potencial”, finalizou.
O próximo compromisso da Astralis será a ESL Pro League, onde a Luminosity, Detona e MIBR representarão o Brasil.