A explosiva popularidade do Free Fire, Battle Royale da Garena, mostra o grande potencial que o Brasil tem para os Esports. Mas a que se dá o jogo já ser o mais popular do país, com o torneio (LBFF) mais popular? Um texto publicado pela Betway explica que o fato dele ser mobile e rodar com facilidade em quase qualquer aparelho é o trunfo.
De acordo com o artigo, enquanto modalidades como LoL, Rainbow Six e CS:GO são bastante dominantes na região Sudeste do Brasil, o Free Fire consegue ser o mais democrático, alcançando todas as regiões do país e revelando jogadores de todos os cantos.
Apesar desse lado positivo, há algo mais profundo no Brasil que breca essa expansão: infraestrutura. Diferente do esporte mais conhecido do mundo, o Futebol, os Esports não podem ser praticados com uma bolinha de papel amassada, num campo dividido com linhas imaginárias e gols construídos com pés de chinelos.
Até mesmo o “Frifas” precisa de um aparelho para rodar, aparelho este que não costuma custar menos de 400 reais, fora da realidade de inúmeras famílias no Brasil.
Além disso, há o fato de que, como publicado no Betway Insider, por anos os estados de São Paulo e Rio de Janeiro receberam os principais eventos de Esports. Isso significa que, desde cedo, tanto paulistas quanto cariocas têm acesso ao competitivo, algo restrito aos estados e cidades mais bem desenvolvidos. Vale lembrar também de outro ponto fundamental, a conexão com a internet.
Usando o League of Legends como exemplo, cujo servidor fica na cidade de São Paulo, o “ping”, ou latência, para os paulistas, cariocas e moradores de outras localidades próximas é infinitamente melhor do que em Belém, Salvador, São Luís ou Manaus, terra de onde vem Titan, da RED Canids Kalunga. Na capital do Amazonas, para se jogar LoL, o ping chega a 80ms, quatro vezes maior do que quem joga na capital paulista.
Apesar deste quadro, a região Norte tenta contornar a situação com incentivos. Por exemplo, no último dia 18 de outubro, o prefeito de Manaus, David Almeida, sancionou a Lei nº 188/2021, que reconhece os jogos eletrônicos como modalidade esportiva, favorecendo não somente os atletas, mas toda a capital do Amazonas.
A situação dos Esports em alcançar os cantos mais distantes do Brasil está melhorando, sem dúvida, mas ainda há muito o que fazer. Resta à comunidade cobrar pela evolução, tanto dos governos estaduais e municipais, quanto das desenvolvedoras, para levar eventos, jogos importantes e iniciativas para fora do eixo Sul/Sudeste.