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A lenda do Age of Empires brasileiro: RiuT

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Seu chefe foi um milionário de Dubai. Seu rival é da Sérvia e o treinador foi um coreano com o dom da estratégia. Ele acordava todo dia às 5h da manhã para treinar a equipe de talentos que chegou ao topo mundial de Age of Empires 2.

E Daniel “RiuT” Lima não escondeu a empolgação ao contar toda a sua história para o Mais Esports.

“Eu botei no meu currículo que eu fui campeão mundial no Age of Empires.”

“Eu não tinha nada né, tava começando e fazia faculdade integral, então nunca tinha trabalhado. Eu lembro que na entrevista com o meu líder, ele pegou [o currículo] e começou a fazer pergunta do jogo e eu contei minha história.”

RiuT Age of Empires
RiuT ao conquistar o terceiro lugar na World Series of Video Games 2015, que aconteceu nas Ilhas Maldivas.

Paulistano de 26 anos e atualmente trabalhando como engenheiro químico em São Paulo, Daniel lembra que sempre foi o mais novo na comunidade de Age of Empires.

“O RiuT é quase um nome. Eu lembro que um professor me mandava os materiais por email e tava lá: daniel_riut. Ele sabia que meu nome era Daniel Cassiano e ele ficou ué, cadê o Riut? Não é seu sobrenome? Aí eu tive que contar a história pra ele.”

E que história. Vai do Brasil para a China e passa pelos Emirados Árabes Unidos, pelas Ilhas Maldivas, por Black Forest e também cruza as linhas do tempo até desembarcar no reino dos hunos — a civilização que cravou o nome de RiuT entre os melhores jogadores de Age of Empires 2 no mundo.

Dark Age: o início no Age of Empires

Age of Empires
Reprodução: Deviantart/JonasJensenArt

Todos os impérios começam de forma simples. Por aqui, Daniel via muito um dos seus irmãos mais velhos jogarem um CD emprestado por um amigo.

“Lembro bem, foi 2003 isso. Eu tinha 10 anos. Lembro que fiquei olhando ele jogar e vi os elefantes e tal e falei ‘nossa, que animal’. Eu puxava a cadeira e ficava vendo ele jogar até que começou a me botar pra jogar também. Foi aí que começou toda a história.” Tanto o irmão e o seu amigo foram os primeiros adversários a serem batidos.

O início foi como muitos de nós: jogando aos poucos contra o computador; aprendendo e evoluindo. E, aos poucos, indo para os adversários reais, começando entre os dois irmãos, que jogavam em LAN. A partir daí, o contato com a comunidade na internet se tornou mais frequente.

RiuT família
RiuT: ao centro ao lado dos seus quatro irmãos.

Parte da comunidade jogava Age of Empires 2 pelo mIRC — uma espécie de ancestral dos bate-papos da internet. Sim, a gente precisa explicar, afinal são mais de 20 anos desde o lançamento do jogo.

O processo era simples: o pessoal se encontrava pelo site e compartilhava o IP da sala, bastando usar as informações para conectar dentro da partida. Mas RiuT se encontrava com os demais jogadores na plataforma oficial da Microsoft: o Zone.

“Começamos a adentrar nos fóruns da vida, entender mais e conhecer as pessoas. Na Zone, a gente entrou no clã do amigo do meu irmão. Era o clã chamado Chaves, a sigla era CH. Eu fui um CHT, até o pessoal hoje brinca com isso. CH [do clã] e T de ‘treinamento’. Eu era, tipo, bem ruim”, brinca.

Em 2005, RiuT participou de um campeonato em uma LAN house em São Paulo. Foi o início do contato com as competições. “Eu não joguei esse campeonato, eu lembro que meu irmão jogou. Fiquei só assistindo, também eu tinha só 11 anos. Foi ali que eu me apaixonei, campeonato em LAN house era muito louco, né?”

Age of Empires 2
A tela principal de Age of Empires 2. Bateu as saudades aí?

RiuT começou a entrar nas partidas online. O sistema ranqueado na plataforma oficial era diferente: todos começam com uma pontuação em 1600. “O cara que chega em 1800, ele já sabe jogar. Acima de 2K, o cara já é expert. Os top players chegavam em 2500. Essa sempre foi a referência de pontos. E eu nessa época aí eu cheguei a 1800, quase 1900”, explicou.

“Eu peguei um nível bom pra minha idade, foi quando eu participei de um segundo torneio. Nisso eu já tava ganhando do meu irmão, já tinha começado a bater nele.” Nessa competição, inclusive, RiuT conseguiu terminar ao redor da sétima posição, vencendo do vice-campeão na Winners Bracket.

Pouco tempo depois, Age of Empires 3 chegou no mercado.

Feudal Age: os cavaleiros no campo de batalha

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“Até então, no Age 2, eu tinha atingido um nível bom, mas nada demais. Um nível bem fraco mesmo no cenário brasileiro. E no Age 3 eu lembro que atingi o top 10 do mundo. Foi em 2006 ou 2007.”

“Eu lembro que eu jogava contra o grunt, ele era uma referência. Joguei umas 10 partidas, tomei nove e ganhei uma. Pronto, era meu dia”, brinca.

Aqui vale uma pausa para falar mais sobre Kang “iamgrunt” Byung Geon. Até hoje ele é o competidor que mais ganhou em campeonatos de Age of Empires 2 no mundo: acumulou mais de US$ 72,3 mil em premiações no jogo — um valor que hoje chega a mais de R$ 288 mil em conversão direta.

“O cara era uma lenda. Tanto no Age 2 como no Age 3”, completa RiuT. O coreano também cravou seu nome na primeira colocação dos que mais faturaram com a sequência da série, mas a comunidade não se animou muito com o Age of Empires 3. O próprio RiuT deixou o jogo aos poucos para focar no xadrez, ainda mais depois da sua principal decepção na época: não poder viajar para um campeonato da WCG no México por conta da sua idade.

Age of Empires 3
Age of Empires 3, lançado em 2005, contou com campeonatos mas não se manteve muito no cenário competitivo e no gosto dos fãs da série.

Foi por influência de outros membros da comunidade brasileira que RiuT voltou ao Age of Empires 2, especialmente Guilherme “dogao” Pippi. “Ele tava jogando muito. Nossa, eu voltei pro Age e virei fã dele. O jogo dele, no team game, não era nem no 1v1, o jogo em time dele era lindo de se ver. Já peguei como referência, comecei a treinar com ele também, e nisso eu já tava no nível bom.”

RiuT voltou à equipe antiga depois de algumas trocas de clãs, mas seu nickname não era esse na época. Tudo surgiu por conta de uma brincadeira com o nome do clã antigo, o Riot. Em um encontro presencial em São Paulo, alguns amigos brincavam com o nome dos rivais. Eles falavam “riut” especialmente para provocar Daniel.

“Aí quando eu quis voltar pro CH os caras falaram, beleza, pode voltar, mas seu nick vai ter que ser RiuT. E eu fiquei puto, que nick feio da p****. Eu odiei. Mas passou alguns meses e eu adorei. Hoje meu e-mail é riut, é quase meu sobrenome. Eu comprei a ideia”, lembra.

Age of Empires 2 huns
A civilização dos hunos em Age of Empires 2.

Em 2008, RiuT participou do campeonato online Master of the Huns — um torneio onde os jogadores só jogavam as partidas com a civilização dos hunos em 1v1.

“O Brasil nunca foi muito forte em 1v1, exceto quando eu era muito novo. Aí na minha época o cenário era grande, mas não tinha ninguém que patrocinasse campeonato. Não tinha mais campeonato em LAN. O jogo tava até meio morto, sabe. É impressionante como ele está vivo até hoje.”

“Nunca tinha ido bem em nenhum campeonato. Eu lembro que comecei a ganhar e passar, a ganhar e passar, e eu cheguei na final. Do nada. Tava jogando super bem. Mas ninguém nem me conhecia no cenário mundial. E eu cheguei na final justamente contra meu ídolo. Aí ficou complicado”.

RiuT sempre demonstrou admiração pelo sérvio Darko “DauT” Dautovic.

“Cara, eu assistia o jogo dele, eu pegava um papel e eu ficava anotando. Aldeão, aldeão, de onde ele saia, o tempo que ele saía, pra onde ia. Eu sabia decorado. Até hoje eu lembro um jogo dele contra um alemão, deve ser de 2002 ou 2003. Minha memória é meio ruim, mas pra esse jogo eu lembro cada detalhe do mapa. Onde ele posicionava cada construção, o tempo, eu decorei tudo.”

E ele jura que DauT estava na melhor forma possível. Ninguém poderia parar ele. “Ele tinha um treinador sul-coreano chamado kkab, e você vai ouvir mais sobre ele, ele é muito importante na minha vida. E ele treinou o DauT.”

“Ele era sensacional. Se você perguntar qual foi o melhor coach do Age, foi o kkab.”

O resultado não foi diferente: na melhor-de-sete, RiuT perdeu de quatro a zero. “Mas aquele quatro a zero feio, fiquei puto. Nunca gostei de perder.” A colocação, no entanto, despertou a atenção da comunidade para o jovem de 15 anos que chegou tão longe no campeonato.

Semanas depois, o brasileiro enfrentou o mestre da Sérvia em outra ocasião: o The Brain Champion Cup 3, um campeonato em formato de grupos. “Se não me engano, era melhor-de-nove e eu fiz cinco a dois nele. Inacreditável. Eu saí e não acreditei que ganhei do DauT, um cara que eu sou superfã. Foi quando eu fui campeão mundial.”

Uma premiação de quase US$ 5 mil, cortesia de um japonês maluco que patrocinou o cenário por um bom tempo. Um dos milionários que ajudaram a manter a comunidade nas competições até hoje.

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“O Age não tava aquelas coisas nessa época aí. 2010 eu terminei o Ensino Médio e eu ganhei esse campeonato, aí em 2011 eu peguei e fui fazer cursinho.” O dinheiro do título ajudou a financiar dois anos de cursinho, mas RiuT sempre voltava a jogar. O segundo ano precisou focar mais ainda nos estudos. “2012 eu larguei o Age por completo, não joguei nada. No final do ano deu tudo certo, consegui passar na faculdade.” Começou a cursar Engenharia Química na UNIFESP.

Mas, por uma série de greves e atrasos, as aulas só começariam em maio. Foi aí que abriu aquela janela marota para voltar a jogar Age of Empires 2. “Nisso já tava surgindo o famoso The Viper. Eu era o melhor do mundo quando ele tava começando a jogar, o danado. Em 2013 ele já era o melhor do mundo. Ele já tava bem melhor que eu.”

“Foi quando aconteceu uma coisa muito louca”, lembra. O norueguês estava em um time chamado TyranT, que surgiu em um campeonato em 2011. Na ocasião, RiuT e alguns brasileiros perderam justamente para ele.

TyranT era um time coordenado pelo coreano Kim “kkab” Heesang e trazia inicialmente DauT, grunt e o japonês Akihiro “Halen” Nakamura. “Os caras estavam parados há muito tempo, eles nem estavam jogando muito bem mais, sabe? E mesmo assim esse kkab fez com que eles conseguissem ganhar do nosso time.”

kkab grunt Age of Empires
Da esquerda para a direita: Grunt, Yanzi, Kkab. Masters of AoC em Villablino, na Espanha, em 2003. Reprodução: AoEZone

“Ele era sensacional. Se você perguntar qual foi o melhor coach do Age, foi o kkab. Além de ser coach, ele jogava. O jogo dele não era grande coisa, ele fazia meio que o básico. Ele se sacrificava pelo time e bolava a estratégia e pronto. Os caras ganhavam. Ele era muito inteligente. Eu lembro que caí contra ele e meu nível era bem melhor que o dele. Eu fiz o básico do jogo e ele fez um counter que foi impressionante. Mesmo no gameplay sendo pior, na estratégia ele era sensacional.”

Tempos depois, o clã TyranT adicionou The Viper e ainda o alemão Marco “JorDan_23” Bloch, reunindo um time de estrelas do Age of Empires mundial. “Aí o kkab veio falar comigo.”

Em agosto de 2013, o sul-coreano pediu a ajuda do brasileiro para treinar a TyranT em um confronto contra um time chinês. E ele topou. “Aí comecei a ajudar e tal, e aí surgiu o convite. Ele veio conversar e falou ‘o chefe aqui não quer só um time no top, ele quer dois times no top'”, conta.

“O kkab pega e me fala, no fim de março de 2014, ‘Ô, pega um passaporte e tira foto’. Aí eu como assim?, e ele ‘você vem pra Dubai’.”

Esse chefe era um milionário que morava em Dubai com um objetivo ambicioso: além do melhor time do mundo, ele queria ser o dono do segundo melhor time do mundo. Um time que ganhasse dos chineses. Que ganhasse de todos que passassem pela sua frente.

E eles queriam que RiuT fosse o líder desse time. Surgia o [TyranT] Warlords.

Imperial Age: conquistando o mundo

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Enquanto RiuT ainda montava o time, ele teve uma das oportunidades mais insanas da sua vida. “O kkab pega e me fala, no fim de março de 2014, ‘ô, pega um passaporte e tira foto’. Aí eu como assim?, e ele ‘você vem pra Dubai’. E ele falou sério, ele tava morando em Dubai porque o patrocinador rico morava lá.”

“No dia seguinte aparece a passagem no meu email. Já tinha a passagem, de Business Class. Aí eu falei, caramba, não é possível. Que tá acontecendo? Em abril eu viajei pra lá e lá eu conheci o patrocinador.

“Ele era muito, muito rico.”

RiuT ficou quase um mês hospedado em dois dos maiores hotéis de Dubai, incluindo o Burj Khalifa, o maior prédio do mundo. Lá estavam DauT, Jordan e The Viper. “Aí quando a gente chegou na casa dele tinha vários computadores. Era tipo uma LAN house na casa dele. Era nível Neymar quase, o cara ali. Era outro mundo mesmo. Não dá pra comparar com um rico daqui, não tem comparação”.

Por lá, eles andaram de kart, pularam de pára-quedas e jogaram um pouco de Age of Empires. Com direito a um garçom oferecendo bebida. “Foi absurdo”, relembra.

TyranT Warlords Age of Empires
A [TyranT] em Dubai. Da esquerda para direita: RiuT, Jordan, The Viper e DauT.
Quando voltou para o Brasil, RiuT terminou de montar a Warlords. Ele levaram um bom tempo para oficializar, mas cada membro foi escolhido cuidadosamente por RiuT: Bien “BacT” Ha, Chris “slam” Gregson e Helenês “F1re” Romano.

“Eu chamei essas três pessoas pro time: um vietnamita, um canadense e um brasileiro. Só que detalhe: o vietnamita tava jogando super bem mas ele não falava nem um ‘a’ de inglês. E eu tinha que fazer esse time ser o segundo melhor do mundo”, recorda.

Com o suporte de kkab como coach, RiuT ainda dava aulas de inglês pro vietnamita. Era tudo pelo Team Speak, onde o brasileiro ficava repetindo as palavras em inglês para BacT aprender o jeito que eles falavam durante a partida. “E aí foi isso, treinando inglês com o cara e depois a gente treinava com o time principal do TyranT”.

“Em 2014, o nosso patrocinador fez o maior campeonato que já teve em Age of Empires. Saindo dele próprio.” Foi o War is Coming, com US$ 110 mil em prêmios. “Foi o campeonato gigante de times. E era nesse que a meta era pegar primeiro e segundo”, completa.

A dificuldade era juntar toda essa galera em um horário para treinar — afinal, no mesmo rolê estavam pessoas da Europa, do Vietnã, do Canadá e do Brasil. A solução não acabou muito bem para os dois brasileiros. “A gente treinava todo dia 5 horas da manhã. Eu lembro que uma vez perdi o horário e foi triste. Foi a primeira bronca que eu levei lá”, lembra RiuT.

TyranT Age of Empires
Mais uma foto de RiuT e seus companheiros de equipe em Dubai.

Apesar disso, eles recebiam um apoio do patrocinador para treinar durante todo esse tempo. “Mas era muita apelação. Você vê como o dinheiro influencia. Porque se você via outro time, eles pegavam uma ou duas vezes por semana e iam olhar algum mapa, pensar alguma estratégia. A gente tinha basicamente o melhor time ao nosso dispor e treinava contra eles três, quatro horas por dia. A gente só tomava surra, mas vai aprendendo com a surra. E eu lembro que a gente começou a ganhar mais do que perder.”

A primeira fase foi online e somente as finais seriam presenciais em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ele lutou para conseguir mais uma viagem para o país junto da sua equipe.

E eles chegaram nas finais contra a equipe irmã da [TyranT].

“Fui eu, o F1re, o slam, o BacT e os outros que tinham ido na outra vez. Só que eles deram azar, coitados. Dessa vez, o cara rico tava muito ocupado. A gente mal viu ele. Claro, a gente ficou no hotel, curtindo, mas a gente não teve contato com ele, só no último dia. Não teve nem comparação.”

“E foi a última vez que falei com ele. Depois disso, ele meio que largou o Age. Não sei se ele enjoou, mas ele sumiu do jogo.” Eles só conheciam o milionário pelo primeiro nome, Mac, e foi descrito como uma pessoa bem misteriosa. A orientação era não falar muito sobre ele. Era como uma “sombra no cenário profissional”, como conta RiuT.

Em 2015, RiuT conseguiu uma vaga para disputar outro campeonato internacional: o World Series of Video Games, cujas finais aconteceriam nas Ilhas Maldivas. “Eu tava jogando bem ainda nessa época, apesar de nunca mais ser o número 1. Quando eu voltei, o Viper já tava dominando o Age e ele sempre ganhou de mim. Ele tinha um estilo que acabava com o meu. Eu sempre fui freguês dele”, lembra.

Nesse campeonato, RiuT chegou até as finais da Winner Bracket, mas perdeu para The Viper e para o chinês Yo. Pegou o terceiro lugar.

Mais uma oportunidade de viagem chegou em 2016, quando ele e seus companheiros foram para a China.

“O TyranT tava meio quebrado, a gente tinha desfeito o Warlords e basicamente eu fui pro Legends. O kkab não jogava mais e montei um time eu, o Viper, o DauT, o slam e o F1Re. Era um campeonato de times e a final era na China. A final quem tava patrocinando era um cara chinês lá que também era bem rico”, mais um milionário apoiando o Age of Empires 2.

A final da Clan Masters: The Final Showdown foi travada entre eles e o clã chinês SY. “Eu lembro que a gente perdeu por um jogo de diferença. Eu fiquei muito bravo. Lembro que eu tava jogando muito bem e justamente o Viper, que era o melhor do mundo, não jogou muito bem nesse dia. E ele era decisivo. Se ele tá bem, a gente ganha, se não, ferrou.”

Quando o jogo estava empatado e só restava o mapa decisivo, RiuT juntou todos os seus companheiros. Fez uma rodinha como se estivesse em uma quadra de basquete e fez o trabalho de capitão para levantar a moral de todos, inclusive do Viper. Até fez um grito de guerra. “Os chineses adoraram e bateram palma”, lembra.

A foto abaixo foi a que aconteceu logo após esse momento.

Age of Empires RiuT
RiuT ao lado de seus companheiros antes da última partida da grande final. Ele havia acabado de motivar a galera.

O futuro e o Age of Empires 4

“A partir de 2017 foi só decadência. Começou a surgir uns caras que tavam jogando muito bem, aí veio umas versões novas do Age com civilização nova. E desde que apareceu isso eu nunca mais fui o mesmo”. Além disso, um novo sistema de bans de civilização estreou no competitivo, mas a faculdade e o trabalho também pesaram na rotina.

“Ainda me considero bom porque eu consigo chegar totalmente parado, vou jogar lá contra alguém que tá jogando todo dia e eu consigo tirar um jogo ou outro contra eles”, conta.

E o anúncio de Age of Empires 4, feito em 2017, mexeu um pouco com o jogador. Assim como a nova versão do Age of Empires 2: Definitive Edition.

“Que vontade de ser novo, pegar e ficar 15 horas por dia jogando para atingir o top level. Se eu tivesse nascido dez anos mais tarde eu ia escolher ser gamer.” Mas jogar pra tirar a vontade, ah, jogar com certeza ele vai.

Age of Empires 4

Há quem diga que, depois da partida, o rei e o peão voltam para a mesma caixa. E eu gosto de imaginar que, por lá, as peças mais experientes repassam a sabedoria para os peões se promoverem na próxima partida.

“É buscar sempre jogar contra alguém que é melhor que você. É perder aquele medo. Eu lembro que tinha muito receio de ELO, de rating. É muito besta, porque você se importa com isso e você não cresce. O Viper era muito assim, quando ele cresceu ele não tinha medo de jogar contra ninguém. E eu também.”

“Quando você toma uma surra é quando você aprende.”

Apesar de não participar tão frequentemente das competições, você pode acompanhar o trabalho de RiuT em seu canal tanto no Twitch quando no YouTubeUm agradecimento especial ao Márcio Medeiros por ajudar nessa matéria.

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Maximilian Rox
publicado em 15 de agosto de 2019, editado há 5 anos

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