A Gen.G chegou à Final do 1º split da LCK 2022, mas acabou ficando com o vice-campeonato ao perder a decisão para a T1, que foi campeã de forma invicta e representará a região no MSI 2022. Contudo, considerando o elenco recém formado, inclusive com a contratação badalada de Chovy, o resultado deve ser considerado positivo.
Em entrevista exclusiva ao Mais Esports, o CEO da Gen.G, Arnold Hur, falou sobre o resultado final deste split da LCK e afirma que, considerando todo o contexto de sua equipe no campeonato, “eu aceito isso qualquer dia.”
Se alguém me dissesse na pré temporada ‘você vai construir esse grande time, e você ia terminar em segundo lugar na LCK para um time invicto, terminou em segundo lugar como um time totalmente novo, que não teve a chance de treinar junto por um mês e meio por causa do covid, e um treinador novo,’ Quer saber? Eu aceito isso qualquer dia.
No começo desta temporada, a Gen.G sofreu com casos de covid em seu elenco, o que obrigou a equipe a atuar com reservas em algumas rodadas da LCK, inclusive enfrentando a T1 durante a Fase Regular. Inclusive, as expectativas estavam altas para a Final, já que seria a primeira vez da Gen.G com força máxima para pegar Faker e companhia.
A Gen.G como “um lar” dos jogadores
Contudo, a entrevista com Arnold foi muito além dos resultados da organização na liga coreana. O CEO explicou também como gostaria que seus jogadores vissem a Gen.G, e não só isso, como ele quer que eles se sintam também. Nas suas próprias palavras, “em casa”, como ele mesmo lembra na recepção a Chovy quando o jogador chegou à equipe.
Quando ele se juntou ao time, eu disse ‘Bem-vindo ao lar’. Eu realmente espero que Chovy veja isso como um lar para sua carreira. Acho que ele pode fazer muito e temos os recursos certos, a equipe, a estrutura ao seu redor para ajudá-lo a realmente se tornar uma estrela e chegar a outro patamar.
Arnold completa: “Muito do trabalho que fazemos é como podemos criar um ambiente cada vez melhor e mais competitivo, onde os jogadores realmente sintam que este é um lugar onde eles não precisam apenas ganhar um campeonato, mas construir uma carreira inteira aqui.”
Contudo, o CEO explica ainda que, apesar deste pensamento, a ideia não é deixar seus jogadores e comissão técnica confortáveis. Pelo contrário, ele não acredita que “isso é uma mentalidade de um time campeão.”
“Não é assim que se vence”, replica. “Você precisa criar um ambiente de respeito onde os jogadores desafiam uns aos outros, treinadores desafiam jogadores, jogadores desafiam treinadores, e eles tentam com o objetivo que todos compartilham de que estão tentando melhorar. É o tipo de mentalidade que eu acho que é saudável para se ter, para realmente se tornar um campeão.”
Ele conclui comemorando o fato de que, para ele, a Gen.G possui essa mentalidade.
Quem é mais forte hoje: LCK ou LPL?
Também conversamos com Arnold sobre o que ele pensa do nível atual da LCK, contra a liga rival, a LPL. Nos últimos anos, em torneios internacionais, a China tem dominado quase que de forma absoluta, com exceção da DAMWON, que conquistou o Mundial de 2020.
Contudo, equipes da LPL têm conquistado os outros troféus, como o MSI do ano passado e também o Worlds, vencidos por RNG e EDG, respectivamente. Para o CEO da Gen.G, os melhores times da LCK até podem bater de frente com a LPL, porém em termos de região, ele vê a China superior.
Esta pode ser uma opinião controversa, mas direi que a LPL é mais forte que a LCK, a diferença é que as melhores equipes da LCK são muito competitivas ou até melhores que as melhores equipes da LPL, mas a região como um todo, a LPL é melhor. Então, se você pensar em quantas equipes estão na LPL, quantos talentos são distribuídos, é por isso que você está vendo, no geral, a equipe mediana da LPL é melhor que a mediana da LCK.
Arnold declarou ainda que há um trabalho extenso por parte das equipes sul-coreanas para descobrir como as equipes da LPL utilizam seus recursos em prol da evolução competitiva, e que a evolução chinesa, “no que é ser uma organização de Esports”, não acontece na Coreia do Sul.
“É discrepante, na LCK normalmente os três melhores times são muito bons, mas há um abismo em relação às outras equipes. […] A LPL tem tantos recursos, tantos talentos espalhados por tantos times… é a Liga mais forte do mundo hoje”, completa.
Por fim, Arnold afirma que a solução para a liga coreana seja se abrir para outros países, para que as equipes tenham mais experiência internacional. “Não sei qual seria a melhor forma para isso, talvez com mais torneios internacionais, contra o Sudeste Asiático, ou outras equipes que estão por aqui.”
A Coreia do Sul é próxima, geograficamente, à China, Japão e o Sudeste Asiático, todas regiões de grande importância competitiva no LoL. O Japão, mesmo sendo considerada uma Região Minor, é a mais forte da categoria e tem conquistado resultados cada vez melhores.
Enquanto a Gen.G se prepara para o 2º split da LCK, o MSI 2022 começa na próxima semana e veremos o verdadeiro embate entre Coreia e China, já que T1 e RNG são consideradas as favoritas ao título, e por consequência, a se enfrentarem na Grande Final da competição.
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