Com o cenário de League of Legends crescendo cada vez mais, é difícil imaginar que um dia os times sofriam para conseguir patrocinadores e os jogadores tinham dificuldades para garantir seus pagamentos em dia. Mas Djoko, que hoje é coach e está ativo no cenário desde 2013, tem outras lembranças.
Em entrevista ao 2v1 Podcast durante a BGS, ele relembrou como era diferente a questão financeira quase 10 anos atrás, nos primórdios do LoL no Brasil, e mencionou que gostaria de ser mais novo para reviver tudo com mais estrutura.
Teve até golpe
Djoko comenta que, quando começou, ninguém tinha dinheiro para investir nos times – e muitas vezes a grana que entrava se traduzia em golpes, dos quais ele mesmo foi vítima.
O esport ele é sustentável, mas hoje ele é muito mais sustentável do que antes. Hoje é ridiculamente mais sustentável. A BGS me lembra o começo. muito do que foi ruim do cenário de LoL do Brasil, tinha muitas marcas interessadas, mas tinha muita gente pilantra que pegou o começo. Eu já tomei todos os golpes que vocês podem imaginar de time.
Teve uma org que a gente não tinha salário e o que as empresas que tinham falado com a org queriam entregar para a gente não era só salário. Era salário, setup, tudo. A gente nunca viu isso. E foi entregue. Aí você imagina pra empresa que tomou esse ‘calote’, ela não vai querer investir de novo. As fichas grandes foram queimadas no início no Brasil. Só depois as marcas grandes olharam de novo e falaram ‘tá legal agora, dá pra fazer acontecer’.
Djoko fala sobre capacitação dos profissionais
Ao falar sobre o retorno dos investimentos de grandes marcas, Djoko menciona os bancos e a contratação de profissionais especializados em setores como marketing e que trabalham em áreas fora dos games.
O Banco do Brasil é um desses que tá fomentando bastante, mas inicialmente talvez não fosse tão atrativo porque não era tão organizado. É diferente você chegar pra um banco e falar ‘esse é meu setor de marketing’. Os caras das empresas tradicionais, eles entendem quando a coisa tá muito informal. eles não vão falar, mas vão sentir.
E hoje a gente tem pessoas capacitadas fora do esport, que vem de grandes empresas. Há grandes contratações de orgs do Brasil no mercado formal, no mercado normal de finanças, gerência.
Eu acho muito mais legal do jeito que é agora, sem romantismo com o passado, o passado era difícil.
Se desse pra renascer…
O coach explica que, se ele pudesse viver tudo novamente, até viveria – mas só se fosse mais novo. Ele cita o Micão como um exemplo de que provavelmente também se beneficiaria mais do cenário se hoje fosse mais novo.
“Eu preferia renascer 10 anos depois e viver o esport agora. O Micão passou exatamente pelo que o Brance tá passando agora, a diferença é que o salário do Brance é 30 vezes o que o salário do Micão era no começo. em questão de qualidade de vida, também é 30 vezes melhor. O Micão já falou disso comigo, imagina se a gente tivesse começando agora? É legal fazer parte da história porque você é imortalizado dentro daquele cenário, você vira referência pra sempre e lógico, abre portas para ser treinador, apresentador, produzir mais conteúdo. Mas ao mesmo tempo, não é tão legal.”
Na mesma entrevista, Djoko também comentou sobre sua passagem pelo Flamengo e polêmicas.
Você pode assistir ao episódio completo com o coach logo abaixo.
Veja também: BeryL chega em sua terceira final seguida no mundial