O ex-treinador de League of Legends, Djoko, participou do 2v1 Podcast e comentou sobre sua passagem pelo Flamengo eSports, que contou com momentos difíceis e polêmicas acerca da organização e também envolvendo o CEO da Simplicity, Jed Kaplan.
Hoje em dia, tem coisas que posso falar do Flamengo. Eu vejo que há coisas que realmente tem que vazar, por exemplo todos falaram que o Flamengo era um péssimo lugar de se trabalhar, isso foi falado, eu mesmo falei, claro que não vou meter o pau na mídia, mas é perceptível, foi perceptível ao máximo. Eu saí com problema mental mesmo, foi horrível, mas as coisas funcionam naturalmente, o Flamengo não deu certo, não fazia certas coisas bem, depois daquele ‘não confia no projeto’ do brTT. Depois disso, a direção começou muito bem, mas depois se perdeu, e quando as coisas dão errado nos Esports, naturalmente, elas são eliminadas.
Djoko conta ainda que não pode dar certos detalhes e contar determinadas, segundo ele, pois só poderá fazer isso quando as pessoas envolvidas pararem. “Tem pessoas que ainda não superaram, tem processos correndo na justiça ainda. Não meus, mas se eu quisesse, poderia tranquilo.”
O ex-jogador e treinador revelou também que seus últimos três salários no Flamengo não foram pagos, ou melhor, até foram, mas em formato de ações. “Porém, eram ações que…”
“Eu tentei durante meses, mas são ações do exterior, de marketing secundário, então para trazer isso para o Brasil, ou trazer isso para dinheiro, é virtualmente impossível.” Djoko explicou que, mesmo tendo contatos no exterior, mesmo assim não conseguiu receber, em dinheiro, seu pagamento. Além disso, a organização não deu outra opção para isso.
O convidado do podcast afirma que, nesse sentido, foi a pior organização onde já trabalhou.
Djoko foi contra a contratação de Nuddle
Quando começou a comentar sobre as questões de gestão, Djoko contou que, quando a contratação de Nuddle para a função de treinador estava sendo estudada, o então Diretor foi contra. “Eu falei para o responsável na época, não faça isso. E não porque o Nuddle é ruim, ele foi campeão brasileiro, tem várias qualidades e conquistas, mas ele não combina com esse time. Ele é disciplinador.”
No meio do split, colocar alguém como ele, não vai funcionar. Nós tínhamos um time com meninos novos, como Boal, tinham os coreanos que tem uma cultura totalmente diferente, não dá para ser assim. Contrataram mesmo assim. Quando você é o Diretor, você fala não e o cara vai lá e faz, você é o que? Nessa hora, eu me demiti, mas ninguém sabe disso, eu voltei ainda, mas porque os jogadores pediram.
Djoko explica que mudou de ideia quanto à decisão por conta justamente dos jogadores que pediram para ele voltar. Ele explica também que não foi à mídia expor todos os problemas por crer que, apesar das discordâncias, havia uma lógica no pensamento dos gestores da Simplicity, guiados, porém, por uma cultura diferente da brasileira.
Tem sentido no lado deles, mas é claro, foi um split muito dificultado por causa disso. Eu discordava totalmente, mas entendia perfeitamente. Foi uma grande decepção para mim, principalmente porque, no 1º split, não teve tanta interferência, fomos vice-campeões no sufoco, na pandemia.
O coach então falou que, durante o início do isolamento por conta da pandemia, os jogadores tiveram que se mudar todos para a casa do mid laner da época, Goku, e que o próprio Djoko “praticamente” realizou toda a mudança, levando os computadores, instalando internet, entre outros.
“Eu fiz essa mudança, literalmente, organizei os PCs, coloquei internet, iria todos os dias lá e praticamente morei também, até levei meus gatos para lá porque não tinha onde deixar”, revela.
Djoko comenta que, depois dessa experiência no Flamengo, não deseja mais ocupar a função de Diretor de todo um time, contudo, caso seja para dirigir o elenco de League of Legends e tenha a confiança de todos, o cenário é outro.
É claro que não vou meter o louco, vou seguir a lógica. Não vou ouvir argumentos e depois responder ‘eu não ligo’, porque foi o que eu ouvi. Eu recebi respostas de ‘eu não ligo’ e também ‘it is what it is’, ou seja, é o que é. Não dá assim. Tanto ‘it is what it is, que não chegou nos playoffs, porque não combinava.
Além de falar de sua passagem pelo Flamengo, Djoko também comentou sobre a possibilidade dos cinco jogadores da LOUD, do time de LoL, ficarem juntos para a temporada 2023, e mais.
Você confere o episódio completo com Djoko abaixo.
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