Trazendo mais um texto da série sobre os grandes jogadores dos principais times da LPL, hoje vou falar sobre o atirador que teve o difícil trabalho de substituir Weixiao na organização mais tradicional da China, o agora além de incrível jogador, também papai, Mystic.
O começo de tudo
A história de Mystic na LPL começa não na LPL e sim em uma das edições da IEM, lá em 2015. Para quem não lembra a WE havia conseguido uma vaga no campeonato no final do ano de 2014 para o torneio que seria disputado apenas no ano seguinte. Durante o campeonato a WE estava amargando a última colocação da LPL, lideradas por Spirit na época, a equipe vinha sofrendo para se reestruturar depois da saída e aposentadoria de grandes estrelas como Weixiao, Misaya e Clearlove.
Para surpresa de todo mundo, aquela lineup formada a menos de duas semanas, com dois estreantes, Xiye e Mystic, acabou por superar a Tigers, que era na época a grande favorita do torneio, assim chegando em uma final no primeiro campeonato em que a equipe disputou. Sim, eles acabaram perdendo a final para TSM, mas para um time que tinha acabado de se juntar, foi um resultado muito impressionante.
A responsabilidade de substituir Weixiao
Bom todos sabemos em como a posição de atirador na China é importante e simbólica, o que pouca gente sabe é que essa cultura de incríveis atiradores chineses começou justamente com o antigo dono da posição na WE, Weixiao foi o primeiro grande nome da posição e quem inspirou os jogadores que vieram depois, então substituir um jogador desse calibre não deve ter sido fácil para Mystic, ainda mais por ser um estrangeiro com a missão de reerguer a organização mais tradicional daquela região.
O ano de 2016 para Mystic foi bastante frustrante se assim posso dizer, em ambos splits a equipe acabou derrotada por 3 a 2 nas semis para o time que então ganharia o split, para RNG no primeiro e EDG no segundo. O time teria que disputar a final regional por uma vaga no Mundial e a história mais uma vez se repetiria, uma derrota por 3 a 2 contra iMay, em um quinto jogo onde tinham destruído todos inibidores inimigos.
Se 2016 acabou de maneira quase trágica para WE, Mystic pelo menos já estava se consolidando como um dos melhores atiradores da região, faltava pouco para chegar no nível de Uzi e Deft e menos ainda para conseguir seu primeiro título.
O primeiro título e o reconhecimento
Mantendo a equipe que ficou no quase no ano anterior, Mystic e toda WE pareciam melhores do que nunca no primeiro split de 2017, os problemas em momentos de pressão pareciam resolvidos e depois de derrotar com facilidade a RNG na final do primeiro split, finalmente a WE voltaria a participar de um evento internacional oficial da Riot, coisa que não acontecia desde o mundial de 2012.
Com uma fase de grupos destruidora de Mystic no MSI, o mundo estava finalmente vendo o grande atirador que Mystic havia se tornado na China, porém como é normal na história de Mystic, a derrota para G2 nas semis aqui no Rio, mais uma vez mostrou como a equipe da WE tinha problemas em momentos de pressão, eles eram os grandes favoritos para aquela disputa e mais uma vez foram superados.
De volta para LPL, o segundo split da WE acabou mais uma vez precocemente, perdendo por 3 a 2 contra a RNG na semi e contra a IG na disputa de terceiro lugar, Mystic teria que mais uma vez disputar a vaga para o mundial na final regional, mas dessa vez o time a ficar no quase não seria o dele e sim a IG que mais tarde seria a primeira campeã mundial da LPL.
O mundial que a WE tanto queria
Com a classificação suada para o mundial, novamente teríamos a WE no campeonato mais importante do ano, a organização mais tradicional da região, jogando o mundial onde a China seria a sede.
Vocês devem lembrar bem que o meta do mundial de 2017 era basicamente proteger seu atirador e buildar turibulo, quem começou com isso foi justamente a WE, era o meta perfeito para Mystic que estava vivendo o auge mecânico dele, para mim ele tinha sido com certa folga o melhor atirador da LPL naquele ano e com uma fase de grupos quase perfeita, o título não parecia tão distante assim.
Infelizmente o time acabou sendo superado pela Samsung que acabaria sendo bicampeã mundial no final do torneio, mais uma vez aquela sensação de que era para Mystic ter ganho ficou no final do ano, uma carreira cheia de frustrações como eu disse anteriormente.
Reestruturação da equipe, paternidade e recomeço
Depois do grande ano de 2017, tudo parecia que a temporada seguinte seguiria o mesmo caminho, porém depois da organização mudar completamente a coaching staff, a equipe parecia sem identidade, apesar de Mystic e Xiye ainda terem jogos excelentes o resto da equipe não estava os acompanhando. Brigas internas de Condi com a organização, afastamento de Ben e 957, era impossível um time ser competitivo assim.
Porém nem só de tristeza foi o ano de 2018 para Mystic, ele acabou sendo pai durante todos esses problemas na equipe e não havia momento melhor para tal, ele acabou por se afastar da equipe por um breve período para ficar com sua esposa e filho recém-nascido e assim começou um processo de reestruturação que dura até hoje na WE.
O time apesar de um começo difícil nesse começo de segundo split, teve uma boa temporada na primeira metade do ano, Mystic foi declarado o melhor atirador da fase regular do primeira split e continua jogando muito bem. Acredito que com tempo suficiente a WE irá voltar a ser competitiva dentro da melhor liga do mundo, pois querendo ou não um dos melhores jogadores dela ainda veste a lendária camisa vermelha.