Imagine um mundo aonde o Brasil tem 10 títulos internacionais no League of Legends. Não só vitoriosa, a região também é elogiada fora de servidor, por comprometimento com treinos e contando com as melhores filas ranqueadas da modalidade. Aos outros times, resta teorizar os motivos que fazem os times brasileiros dominarem o jogo.
Sonhar é lindo, né? Porém, para os fãs do Brasil no Rainbow Six Siege, isso nada mais é que a realidade — não só a dominância, mas como o reconhecimento dos adversários.
Técnico da Falcons enumera o que faz o Brasil ser a melhor região do mundo no Rainbow Six Siege
O treinador Stooflex, ex-Team BDS e atualmente na Team Falcons, tem enfrentado dificuldades contra os times brasileiros de R6. No Major de Montreal, a BDS foi derrotada pela W7M Esports.
Já no Six Invitational de Boston, sua equipe foi superada pela FaZe Clan — resultados que lhe renderam dois vice-campeonatos mundiais em 2024, ambos com derrotas para organizações brasileiras. Recentemente, a equipe foi eliminada nas quartas-de-final do Reload, com o algoz sendo, novamente, a W7M.
Ao comentar em seu X (ex-Twitter) sobre o que faz o Brasil estar no topo quando o assunto é Siege, Stooflex foi categórico:
Se você acha que o Brasil é a melhor região simplesmente porque eles fazem scrims às 14h, 16h e/ou 18h em blocos de dois mapas, você está completamente perdido. O formato dos treinos não tem absolutamente nada a ver com o nível de jogo deles.
O que os torna fortes é a seriedade, a disciplina e o fato de que eles levam a palavra “treino” ao pé da letra — como um momento para TRABALHAR.
O mesmo vale para as partidas ranqueadas: a qualidade do ranked no Brasil é excepcional comparada à da Europa.
Então parem de se enganar. Fazer três blocos de scrim por dia não vai te fazer melhor. O que vai te ajudar a evoluir é encarar esses treinos com seriedade, parar de correr pelo mapa só pra pegar Kill e largar a obsessão por “vencer” uma scrim.
Esse formato funciona para eles também porque há MUITO mais times disponíveis para treinar.
If you think Brazil is the best region simply because they scrim at 2 PM, 4 PM, and/or 6 PM in 2-map blocks, you’re completely lost. The scrim format has absolutely nothing to do with their level of play. What makes them strong is their seriousness, discipline, and the fact that…
— Falcons Stooflex (@Stooflex) May 21, 2025
“Somos literalmente a Coreia no R6, onde foi que erramos?”, diz Tockers sobre Brasil no LoL
É possível afirmar que, no LoL, o Brasil é diametralmente diferente do shooter tático da Ubisoft. Relatos de falta de comprometimento em treinos por parte das equipes brasileiras são recorrentes, e, até mesmo de imports, como Burdol, ex-Isurus Estral. Isso influencia em diversas outras questões, como a qualidade das ranqueadas, por exemplo.
Pensando nessa lacuna, o ex-jogador profissional Tockers também deu sua opinião nas redes sociais, que já alcançou mais de 533 mil pessoas no X. Ao comentar a postagem de Stooflex, o streamer indagou onde que o Brasil errou no League:
aparentemente no R6 os europeus reclamam que os times brasileiros nao só treinam mais como tambem levam mais a serio os treinos e a ranked no BR é a melhor do mundo
somos literalmente a Coreia no R6, onde foi que erramos pro lado de ca???? https://t.co/dpSewb52gy
— tockers (@tockerslol) May 22, 2025
A postagem iniciou um debate nos comentários, e diversos jogadores e personalidades do cenário de Esports como um todo opinaram sobre, e justificaram que fatores como comprometimento, comportamento e até fatores sociais e econômicos fazem a diferença na comparação entre LoL e R6:
N tenho dados, mas pra mim, jogos de FPS no Brasil sempre foram jogados por pessoas de todas as classes, mesmo pobre, galera ia na Lan para jogar CS e afins, a necessidade faz a disciplina e forma a cultura do jogo. A maioria que joga LOL é playba, a cultura da disciplina difere
— Caio Victor (@CCaioVictor1) May 22, 2025
Pessoal nos comentários não entendeu que não se trata de FPS vs MOBA, mas sim do comportamento dos jogadores e dos times no Brasil quando falamos em rotina de treino e trabalho. Os brasileiros no R6, apesar de estarmos longe de sermos perfeitos, levam a rotina a sério e entendem…
— Liquid Sensi (@sensifps) May 22, 2025
No r6 as coisas não são dadas de mao beijada. No lol é tudo fácil, player n passa dificuldade. Os cara da furia que São a ex w7m que ganhou 3 internacional seguidos ganham um salário menor que a furia do lol po. Eles tem vontade de fazer as coisas, no lol é muito cômodo
— Luis Gustavo (@Debiasi_L) May 22, 2025
Já falei, se jogador de lol tivesse focado em jogar mesmo a gente ia ser bom.
Also: https://t.co/AxbPTyRD47 pic.twitter.com/M0S0ihfBzD— vee (@zzhaoemo) May 22, 2025
Até um dos integrantes da line-up de Rainbow Six Siege X da FURIA, Jv92, comentou sobre o assunto — e trouxe uma opinião ousada, para dizer o mínimo:
R6 é um MOBA mas com trocaçao de tiro
Vocês não estão preparados pra essa conversa https://t.co/iI5KOSDOeQ
— FURIA Jv92 (@joao92R6) May 22, 2025
Dominância brasileira no Siege impulsiona eventos do jogo no Brasil
Um dos fatores que facilita a vida do telespectador brasileiro de Rainbow Six, também, é o fato de que a modalidade segue trazendo competições internacionais para o Brasil — facilitando, assim, para os fãs locais verem os melhores do mundo de perto.
Em 2024, o Six Invitational foi em São Paulo, e, em 2025, o Reload teve o Rio de Janeiro como palco. Ambas as competições foram vencidas por equipes brasileiros, e em 2024, a final foi entre dois times do Brasil — FaZe Clan e W7M.
Para os fãs de LoL, resta acompanhar Faker, Chovy e Bin de longe. Afinal, o único evento internacional que a Riot trouxe para o país tupiniquim foi o MSI de 2017. Já faz 7 anos, e parece que, se depender do desempenho internacional dos times brasileiros, seguiremos vendo os melhores do mundo de longe — em todos os sentidos.
