A T1 ficou de fora do Top 4 da LCK Cup 2025, um feito bastante incomum para uma organização tão vitoriosa. A derrota acirrada em uma MD5 contra a Hanwha Life Esports tirou da equipe a chance de avançar no torneio.
Esse desempenho abaixo do esperado da T1 não é algo que vemos com frequência. A última vez que algo parecido aconteceu foi no segundo split de 2020, quando o time do Faker acabou sendo eliminado pela Afreeca Freecs logo no primeiro round dos playoffs da LCK, terminando aquela temporada apenas na quinta colocação.
Mas se você acha que 2020 foi ruim, precisa conhecer o que aconteceu em 2018. Aquele segundo split de 2018 é considerado o pior momento da história da organização, que na época ainda se chamava SKT. O timer Faker ficou completamente fora dos playoffs da LCK- algo que nunca havia acontecido antes na história da organização.
O verdadeiro pesadelo da T1
Os problemas de 2018 começaram com decisões questionáveis no gerenciamento do elenco:
- A organização decidiu não renovar com Huni e Peanut após 2017
- Montaram uma lineup gigantesca com 10 jogadores (Thal/Untara na top, Blank/Blossom na jungle, Faker/Pirean no mid, Bang/Leo como ADC, e Wolf/Effort de support)
A maioria dos novos jogadores era inexperiente e apresentava desempenho individual muito abaixo do esperado. A situação ficou tão desesperadora que Wolf, tradicionalmente support, chegou a jogar algumas partidas como jungler durante o primeiro split – tudo porque Blank e Blossom simplesmente não conseguiam corresponder
Um detalhe daquele período: Faker, considerado o melhor jogador de todos os tempos, só conseguia vencer partidas quando estava jogando de Galio, um campeão que permitia que ele compensasse as falhas de seus companheiros de equipe.

Resultados desastrosos
No primeiro split eles não tiveram o resultado esperado, mas também não foram super mal. A equipe se classificou para os playoffs, venceu a primeira rodada, mas depois caiu para a Super KT, que na época ainda contava com o lendário Smeb e Mata. Mas neste primeiro split já dava pra ver a equipe um pouco perdida, testando várias formações diferentes.
No segundo split a “conta chegou” de toda essa confusão da equipe, com a SKT terminando na sétima colocação, algo considerado humilhante para a história da competição. Os números foram:
- 8 vitórias e 10 derrotas em séries
- 20 vitórias e 24 derrotas em partidas individuais
Nunca antes na história da SKT/T1 a equipe havia terminado em uma posição tão baixa, e até hoje, a pior colocação que a organização alcançou após esse desastre foi um top 5.

A renovação do cenário coreano
O ano de 2018 marcou também um momento de renovação de jogadores na Coreia. Enquanto a região ainda se apegava muito aos seus antigos medalhões, com nomes como Faker, Pray, Mata, Crown e Ruler distribuídos entre as equipes, o jogo estava mudando rapidamente.
Muitos desses veteranos não estavam no melhor momento de suas carreiras, e foi nesse cenário que surgiu a Griffin, uma equipe que já no primeiro split dominou a competição. No segundo split, além da SKT ter piorado, a Griffin chegou com tudo, disputando o topo da LCK e complicando ainda mais a situação da equipe do Faker.

Transformação e renascimento
Com o desastre de 2018, surgiram fortes rumores sobre a possível saída de Faker da organização. Depois de uma performance excepcional em 2017, quando praticamente carregou o time até a final do Mundial, ele foi “recompensado” em 2018 com uma equipe ainda pior — provavelmente a pior lineup da história em que Faker já jogou.
Para manter seu maior astro, a SKT precisava mostrar que estaria comprometida em ser competitiva novamente. Foi quando, para 2019, a organização passou por uma grande transformação. A SKT oficialmente se tornou T1 após ser vendida, recebendo novos investimentos significativos.
O resultado foi a formação de uma “super T1” em 2019, contratando Khan, Clid e Mata para jogar ao lado de Teddy (que estava em ascensão na Coreia) e, obviamente, Faker. Esta equipe conquistou a LCK e chegou até a semifinal do MSI e do Mundial.

Apesar de não terem conquistado títulos internacionais, esse foi o ponto de virada que marcou o renascimento da organização. Desde então, a T1 nunca mais permitiu que sua equipe chegasse a um nível tão baixo, sempre investindo em lineups fortes e competitivas ao redor de Faker.
A experiência traumática de 2018 serviu como uma grande lição para a T1, que até hoje colhe os frutos dessa transformação.