Em um podcast, Revolta, ex-jogador da INTZ, revelou que, junto ao Boal (top laner da INTZ na época), pagou por “aulas particulares” do treinador Nelson, atual G2. Nelson já teve passagens pelo Brasil em 2019, na Vivo Keyd.
A conversa aconteceu no Combo Podcast, liderado por Schaeppi e Djoko. Enquanto eles falavam sobre os treinadores estrangeiros que não deram certo no Brasil, Revolta citou o próprio Nelson e revelou que, junto ao Boal, pagou US$ 100 por hora pelas aulas particulares dele.
Eu trabalhei com o Nelson e falo para você, foi o melhor coach que já trabalhei com. Ele e o Peter estão no mesmo nível. As coisas que o Nelson me falava, a forma como ele explicava… Um dia ele chegou para mim e falou ‘você quer aprender LoL ou que eu passe a mão na sua cabeça?’, dai eu disse ‘porr* estou te pagando US$ 100 a hora, ta de sacanagem né? Fala aí!’ e dai ele me explicou onde eu tinha perdido o jogo sozinho, tacou tudo na minha cara, e foi quando eu pensei ‘caramba que foda! Há quanto tempo não tenho isso’, e desde então admiro muito ele.
Revolta também falou que, quando pagou as aulas particulares do Nelson, o primeiro feedback que recebeu foi para ele “parar do jeito que está jogando”, pois era um jeito que funcionaria em outras regiões, como na própria LPL, mas não no Brasil.
Ele falou que eu estava jogando de um jeito não brasileiro e não iria conseguir ganhar assim. O jeito que eu jogo é o jogando no tempo do outro time, e aqui no Brasil a maior parte dos times joga no tempo do próprio time, e eu não sou assim. Eu me dessincronizo de todo mundo para estar no tempo do outro time, para conseguir fazer uma ação antes do cara. […] Então o Nelson falou para eu parar de jogar assim porque brasileiro não sabe isso e não adiantava eu ficar tentando.
Revolta ainda revelou que a comissão técnica da INTZ sabia que ele e Boal estavam pagando Nelson pela ajuda, mas não gostavam disso, pois argumentavam ser difícil organizar muitas linhas de pensamento no time.
A INTZ tem como base uma forma certa de jogar LoL, eles seguem aquilo e acabou. Eu não vejo LoL assim, então fui buscar conhecimento além. Para colocar mais contexto no assunto, eu fui atrás do Nelson porque eu não estava tirando coisas dos reviews, a comissão técnica não estava me servindo. Isso não é culpa deles, estavam ocupados com a bot lane, que era uma necessidade do grupo, perdíamos muitos jogos em treino por causa da bot lane. Foi aí que eu pensei que precisava ir atrás de alguma coisa, passou duas semanas e eu não tinha aprendido nada, estava me sentindo travado. Então procuramos o Nelson e pagamos ele, mas quando contamos para eles (comissão técnica), isso não foi bem recebido
O ex-jogador da INTZ ainda afirmou que entende o ponto da INTZ, apesar de não concordar, e também revelou ter ficado feliz pelas coisas que o Nelson falou.
Ele está elogiando o jeito que eu jogo, disse que sei coisas que são necessidade para jogar na LPL e que sabe que o Brasil não tem porque ele já treinou time brasileiro e assiste CBLOL, mas mesmo assim mandou eu parar de jogar daquele jeito senão eu ia me fud*r e ainda iria levar a culpa. Ele disse ‘eu olho para o jogo e você está todo desconexo do seu time, não tem relação nenhuma entre o que você e seu time estão fazendo. Se você estivesse em outra região tudo bem, mas aí (Brasil) não vai funcionar.
Ele finalizou dizendo que Nelson deixou bem claro que iria trabalhar individualmente com o caçador, mas não “iria se meter” no que os treinadores da INTZ estavam ensinando para o time, e que era para ele (Revolta) seguir o que eles estavam falando.
Nelson teve uma passagem conturbada pelo Brasil e acabou fazendo parte do split em que a Vivo Keyd foi rebaixada. O treinador deixou a equipe brasileira antes mesmo da série de promoção, e no mesmo ano treinou a LNG, equipe da LPL. Este ano Nelson foi contratado pela G2 como “Strategic coach” para o segundo split da LEC 2021.
Você pode acompanhar os momentos em que Revolta fala sobre o Nelson em 1:00:30 e 7:24:00 no podcast completo.