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LoL: Riot pagará R$ 562 milhões em processo por discriminação de gênero

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A Riot Games concordou em pagar US$ 100 milhões (mais de R$ 562 milhões) por conta de um processo de discriminação de gênero, iniciado em 2018 por ex-funcionárias da empresa. Deste valor, R$ 450 milhões serão divididos para as pessoas que se identificam como mulheres e trabalharam na Riot entre novembro de 2014 até o dia atual. Estas devem exigir sua parte.

Em 2019, a Riot chegou ao acordo de pagar R$ 56 milhões para encerrar o processo, mas um departamento da Califórnia interveio e bloqueou o acordo, exigindo um valor maior. Na última segunda-feira (27), o departamento publicou o novo acordo com a empresa.

Com o novo acerto, a Riot concorda em trabalhar em políticas para melhorar o ambiente de trabalho e também fazer uma reserva milionária para realizar ajustes de pagamento e criar programas de diversidade, equidade e inclusão.

Genie Harrison, advogada que representou as funcionárias no caso, celebrou o acordo. “Este é um ótimo dia para as mulheres da Riot Games – e para as mulheres em todas as empresas de videogame e tecnologia -, que merecem um espaço de trabalho livre de assédio e discriminação. Nós apreciamos a introspecção e trabalho da Riot desde 2018 a fim de se tornar uma empresa mais inclusiva e diversa”.

A Riot Games também comentou o acordo. Confira o comunicado enviado para o The Washington Post abaixo. O Mais Esports procurou a Riot, que afirmou que o comunicado oficial é este:

“Três anos atrás, Riot estava no coração do que se tornou um acerto de contas na nossa indústria. Nós tivemos que encarar o fato que, independente das nossas melhores intenções, não conseguimos seguir com nossos valores sempre. Como uma companhia, ficamos em um cruzamento. Poderíamos negar as deficiências da nossa cultura, ou poderíamos pedir desculpas, corrigir, e construir uma Riot melhor. Escolhemos a segunda opção. Enquanto estamos orgulhosos do quão longe chegamos desde 2018, nós também devemos tomar a responsabilidade pelo passado. Esperamos que esse acordo reconheça devidamente estas [funcionárias] que tiveram experiências negativas na Riot”.

O processo de discriminação de gênero

Escritório da Riot Games em Los Angeles
Escritório da Riot Games em Los Angeles (Foto: Reprodução)

Em novembro de 2018, a Riot foi processada por uma funcionária e uma ex-funcionária por discriminação de gênero. As mulheres pediram indenizações por conta de uma série de práticas ilegais relacionadas à sexismo ocorridas na empresa.

A desenvolvedora foi acusada de violar a lei estadual da Califórnia – que garante salários iguais a homens e mulheres na mesma função -, além de cometer atos de assédio sexual e retaliação por preconceito de gênero e sexo.

O artigo conta com casos como o “bro culture”, que privilegia os funcionários homens e relativiza comportamentos ofensivos com as mulheres dentro da empresa. Há também o conceito de ”core gamer”, no português o ”gamer de verdade”. De acordo com o processo judicial, a Riot utilizava como critério ser aficionado por videogame, o que era utilizado para discriminar mulheres no processo de seleção de novos empresários.

Outra denúncia das demandantes foi sobre a sexualização e objetificação das mulheres. Elas citam os e-mails ranqueando as funcionárias pelos atributos físicos, além de serem coagidas a participar e tolerar piadas com sexo, defecação, masturbação, estupro e tortura.

Processo contra o CEO da Riot Games

Em fevereiro de 2021, a VICE Games publicou que Nicolo Laurent, CEO da Riot Games, está sendo processado por assédio pela antiga assistente, Sharon O’Donnell. O processo afirma que Nicolo Laurent falava da aparência da agora ex-assistente, além de convidá-la para sua casa.

O processo também alega que o CEO da Riot Games afirmava que as funcionárias mulheres deveriam combater o estresse causado pela pandemia de COVID-19 tendo filhos, além dele sugerir que a sua assistente tivesse comportamento mais feminino.

O documento informa que, quando Sharon recusava os abusos de Laurent, ela sofria punições como: Não receber tanto pelas horas trabalhadas quanto pelas horas extras, além de perder o horário de almoço.

À VICE, a Riot disse que está investigando as acusações e manteve Nicolo Laurent no cargo. “Nosso CEO prometeu colaboração total durante o processo e estamos empenhados em garantir que todas as reivindicações sejam totalmente exploradas e devidamente resolvidas”, afirma a desenvolvedora.

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Victor Hugo Porto

por Victor Hugo Porto

Publicado em 28 de dezembro de 2021 • Editado há 3 anos

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