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LoL: Uzi – uma despedida inesperada

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Lee “Faker” Sang-hyeok” e Jian “Uzi” Zi-Hao, são dois nomes que todo jogador e torcedor de League of Legends deveria reconhecer. Eles são as maiores estrelas do cenário competitivo e viveram uma das principais histórias de rivalidade em todo mundo esportivo. 

O primeiro embate entre os dois aconteceu há seis anos, na final do campeonato mundial em Los Angeles. Foi ali que o mundo pôde presenciar o início da história de Faker, que viria a se tornar o melhor de todos os tempos, e também de Uzi, o seu “rival” direto que também deixaria o seu legado no LoL.

Faker recebendo de Ronaldo a medalha de campeão do MSI 2017, realizado no Brasil.          (Foto: Divulgação / Riot)

O melhor da história – Faker

Tendo apenas 17 anos quando ganhou seu primeiro campeonato mundial, Faker é um ídolo para a maioria dos jogadores, uma estrela em quem podem se espelhar e também um rival importante para se superar. Durante toda sua carreira, o sul-coreano sempre liderou seu time para vitória, independente de quais fossem os seus companheiros de equipe. Ele foi e continua sendo a principal referência da SKT – hoje T1 -, equipe de maior sucesso dentro do cenário competitivo de League of Legends 

Campeão de quase tudo que disputou, Faker começou sua trajetória lá em 2013, quando se consagrou campeão mundial pela primeira vez após derrotar a equipe chinesa Royal Club, casa do também novato e igualmente promissor Uzi. 

Depois dessa vitória, vieram títulos e mais títulos para o mid laner, que conseguiu vencer tudo o que disputou com certa facilidade. A “nomeação” de melhor jogador do mundo e também de toda história foi apenas a constatação de algo que parecia inevitável.  

Porém, desde o MSI que disputou e venceu aqui no Brasil em 2017, o jogador não ganhou mais nenhum título internacional. Ele foi derrotado na final do mundial na China em 2017 e não conseguiu a classificação para nenhum dos campeonatos internacionais em 2018. No entanto, a sua pior derrota aconteceu nos Jogos Asiáticos de 2018, onde representava a seleção coreana e foi superado na final pelo time chinês, que era liderado por Uzi.  

Com esse pequeno jejum de títulos internacionais, o campeonato mundial ainda é um triunfo que Faker não pode continuar se dando ao luxo de perder, principalmente depois do fracasso perante os campeões europeus durante todo o ano de 2019. Ele hoje, tem a tarefa de reerguer a Coreia e provar que ele ainda é o melhor jogador da melhor região do mundo.

Uzi após a eliminação do campeonato mundial de 2019.                                                               (Foto: @Yicun_liu)

O que vive nas sombras – Uzi

Assim como FakerUzi era apenas um garoto quando disputou seu primeiro campeonato mundial, masdiferente do sul-coreano, aquela foi apenas a primeira derrota de muitas outras que o atirador teve que engolir em sua longa carreira.  

Conhecido por sempre ser a principal fonte de dano de suas equipes, Uzi por muito tempo foi um jogador egoísta, que acreditava que todos seus companheiros deveriam se sacrificar por ele, e talvez por conta disso a história acabou o punindo. Depois da derrota na final de 2013, ele acabou terminando na vice colocação novamente em 2014, se envolvendo em polêmicas em 2015 e sendo novamente superado por Faker em 2016 e 2017.  

Durante todos esses anos, o atirador ficou conhecido por sua extrema habilidade mecânica, porém, sempre que chegou às finais em sua liga regional ou em torneios internacionais, foi derrotado. Tudo isso mudou em 2018, quando finalmente Uzi conquistou seus primeiros títulos, nacionais e internacionais. Um novo jogador parecia ter renascido, ele deixava de ser o “melhor do mundo que nunca ganhou nada” para se tornar a grande esperança de toda uma nação. 

Pela primeira vez, vimos o atirador ganhando as finais da LPL, pois até 2018, ele colecionava inúmeros vice-campeonatos, tendo performances muito abaixo nas partidas que mais importavam. Esse fato parecia ser uma maldição que felizmente foi quebrada. O MSI daquele ano foi o seu próximo título, quebrando um jejum de conquistas internacionais e trazendo o segundo troféu do MSI para a China. 

Chegando ao mundial de 2018 como os principais favoritos do torneio e sem a SKT de Faker para barrá-los, o mundo tinha um sentimento de “agora vai”, mas, novamente, seu time foi superado. Dessa vez nem precisou de um nêmesis coreano para isso, já que a G2 foi o time que acabou superando a RNG, na série que é considerada uma das maiores zebras da história do torneio. 

Uzi e Faker em um vídeo de confraternização realizado pela T1 antes de seus jogos.                        (Foto: @ T1LoL)

Uma história que se repete – Faker vs Uzi

Os dois melhores jogadores se enfrentaram no mundial de 2019 e, mais uma vez, Uzi saiu derrotado. Nos dois jogos a equipe do jogador chinês tinha vantagem, mas a T1  conseguiu virar as partidas, complicando muito, a classificação de Uzi para próxima fase. A RNG acabou sendo eliminada da competição precocemente na partida decisiva contra a Fnatic, um dos representantes do continente sede do campeonato mundial. 

Durante toda história vimos Faker derrotar Uzina final em 2013, que foi o início da carreira de ambos; durante as quartas de final em 2016; em 2017, na semifinal, virando uma série que parecia perdida na frente de milhares de torcedores chineses; por último, neste ano durante a própria fase de grupos do torneio, sacramentando a maior derrota do ídolo chinês. 

Para Faker a competição continua e o objetivo ainda é o mesmo: ser mais uma vez campeão mundial. Já para Uzi, é lidar outra vez com a frustração de não conseguir derrotar seu principal inimigo, mas com a esperança de um resultado diferente quando seus caminhos novamente se cruzarem.

Uzi no MSI 2018, o qual ele foi campeão.                                                                                    (Foto: LoL Esports)

Uma despedida que eu não estava esperando

Escrevi esse texto durante o mundial de 2019, sem sequer imaginar que seria a última vez que veria Uzi disputar o campeonato, sua aposentadoria precoce me pegou de surpresa, me abalou ao ponto de eu não conseguir escrever um texto de despedida igual fiz com Mlxg e Clearlove, agora relendo essa antiga matéria, que nunca viu a luz do sol, percebi que ela é perfeita como homenagem a ele.  

A sensação de que ainda não acabou para Uzi permanece assim como o último parágrafo dessa antiga matéria. Parado por sua saúde e sem conquistar o que buscou durante toda sua carreira, esse é um final trágico para o segundo maior jogador da história. Um final trágico para uma carreira brilhante, um final trágico para quem ajudou a construir e popularizar o jogo na região que hoje ocupa o posto de melhor do mundo, um final trágico para aquele que terminou a carreira ainda sendo o melhor do mundo na sua posição.

Acredito que todo mundo já falou tudo sobre Uzi, como ele foi o grande responsável pela cultura de atiradores fortes na China, como ele era uma criança difícil de lidar no começo de carreira e evoluiu ao ponto de ser o porto de seguro de seus companheiros, de como a precoce aposentadoria dele dá luz a um problema bem real referente a como os jogadores profissionais lidam com sua saúde e alimentação, não existe nada mais que eu poderia acrescentar.  

Fui inspirado por Uzi, assim como todos que assistiram ele jogar, me emocionei com Uzi quando ele levantou o troféu do MSI em 2018, fiquei irritado com Uzi quando ele eliminou a OMG do mundial em 2013 e 2014 e chorei com Uzi quando ele anunciou a sua aposentadoria. 

Para o melhor que eu já vi jogar, dou luz a essa matéria que nunca teria saído se ele não tivesse se aposentado. Para o melhor que eu já vi jogar, fica aqui essa homenagem e um breve adeus, pois, como eu disse, a sensação é que a história de Uzi, ainda não acabou.

Leia também: Três times que dizem tudo sobre a LPL

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publicado em 28 de junho de 2020

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