A FlyQuest se sobressaiu perante a LEVIATÁN nesse final de semana. A equipe, além da vitória, tem um dos personagens mais interessantes da LTA:
O belga-brasileiro Bwipo, que falou para o Mais Esports sobre o que acha que os jogadores brasileiros poderiam fazer para melhorar, como enxergar sua função dentro de jogo, e sua busca constante pelo sucesso internacional.
A melhora da FlyQuest (e de Bwipo) para enxergar condições de vitória
Ao ser perguntado sobre sua fala no podcast Pros, onde indicou que sua equipe não estava utilizando corretamente seus recursos para priorizar a condição de vitória, o top laner indicou que enxergou uma melhora nesse sentido, além de discorrer sobre a mentalidade da equipe no segundo jogo contra a Levianeta:
Hoje foi um bom exemplo disso, por exemplo: quando nós pensamos: “vamos ir direto para o top-side por que eles não tinham feitiços de invocadores?” ou “Vamos esperar a Lillia?”, nós fizemos um acordo de esperar a Lillia, para ela continuar farmando e ir ficando mais forte e aí a gente jogar juntos, quando ela estivesse pronta.
O resultado em si não foi perfeito, mas o fato de todos nós estarmos com o mesmo mindset foi ótimo, então para mim tinha momentos que poderiam ser melhores, mas a coisa mais importante é também a coisa mais difícil nisso tudo: eu tomar a melhor a decisão que se alinhe com a condição de vitória, e às vezes isso significa não fazer nada.

O jogador exemplificou esse pensamento com base no seu primeiro jogo, onde virou uma verdadeira muralha com seu Volibear:
Por exemplo, eu joguei de Volibear contra Ambessa… eu podia ir para o tower dive, mas eu optei por não fazer isso. Eu guardei minha ult, eu guardei meu flash, porque se tivesse uma luta no top – e nossa condição de vitória estava no top-side, a nossa Mel – eu poderia usar o teleporte lá e assegurar que nada de ruim aconteceria.
É disso que eu tô falando, tecnicamente eu to no outro lado do mapa, você pode esperar que eu não precise fazer algo ou não tenha o que fazer para os meus aliados (que estão do outro lado), mas quando todos estão no mesmo mindset é pensar que: “eu vou ganhar esse jogo se a minha Mel conseguir farmar e a gente pode pressionar pelo top.”
Então ao invés de eu tentar destruir a Ambessa, divar ela, pegar uma kill, assumir riscos, talvez eles usarem o TP em mim e até morrerem, nada disso vai estabilizar o jogo. Meu trabalho é tornar o jogo mais fácil.
“É sobre definir quem vai fazer mais”, diz Bwipo sobre brasileiros
Ao ser perguntado se o ponto dos jogadores brasileiros seria fazer demais em alguns momentos, o top laner concordou que era uma maneira válida de enxergar, e deu exemplos do futebol para agregar a visão de que, às vezes, não fazer nada é uma forma de contribuir de maneira correta:
Exatamente, é sobre definir quem vai fazer mais e o que exatamente ele precisa fazer é só isso. É o mesmo do futebol, sabe? Igual. Se o seu zagueiro tenta demais fazer um gol, você perde.
O trabalho do lateral, às vezes, é ficar “sentado” ali. E se o time dele fizer um gol sem ele? Ele só celebra, ele fez a parte dele se ele não participou, ele precisa ser muito inteligente para saber em quais jogadas ele vai participar e quais que ele não precisa. E, às vezes, a melhor coisa é não ajudar, porque se eu for ajudar, a oportunidade pode ser melhor pra eles, o que se torna um problema.
E eu acho que é nesse ponto do LoL onde muitos times brasileiros tropeçam, em geral times sul-americanos mandam mal nisso, mesmo o nosso oponente de hoje: o nosso scout trouxe isso, que o top-laner deles gosta de lutar quando ele não poderia, então eu sabia que sempre que ele tentava lutar… teria alguém ali.
O jogador quer “criar paixão” pelo jogo no NA, assim como fez na Europa
Por fim, o top laner concluiu que quer reimplementar a fórmula que funcionou na LEC com FNATIC e G2, onde ambos os times competiam em alto nível, e se forçavam a ser melhores todos os dias:
O que eu quero ver é a gente repetir é esse ritmo de produzir paixão, sendo FNATIC ou sendo a G2, a fórmula é ter o sucesso internacional. Acima do sucesso doméstico, um forçando o outro melhorar e isso vai dar mais resultados lá fora.
A razão que me faz pensar que os dois times (G2 e FNATIC) foram bem, é como a gente se desafiou na LEC. A gente (FNATIC) sempre jogava de Gangplank, Cassiopeia e Xayah . A gente só jogava disso, se a gente ganhasse o Worlds, a gente só jogaria disso, era tudo que a gente queria: GP, Cassiopeia, Xayah. Só que a G2 fez a gente reconsiderar se era uma boa comp, a gente ficava pensando: NÓS PODEMOS DRAFTAR ISSO? Essa matchup é jogávEl? Podemos fazer isso?
E eles nos forçaram a melhorar, forçaram, forçaram e nos fizeram adaptar nossa estratégia, aumentar nossa champion pool e quando chegamos no internacional a gente sabia exatamente o que fazer com isso, tínhamos a noção perfeita do que podíamos fazer contra os melhores jogadores do mundo. Essa é a DIREÇÃO pra conseguir encontrar o sucesso internacional, por isso é tão difícil DE ALCANÇAR.
Acompanhe a FlyQuest na LTA
A equipe de Bwipo segue viva na disputa de uma vaga para o First Stand, e tem boas chances de ser a nova queridinha do público no estúdio, visto que as equipes do Sul decepcionaram.
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