Bwipo tem uma carreira de respeito em grandes times do ocidente, com destaque para sua passagem na FNATIC, onde revelou que chegou a ganhar valores astronômicos.
Porém, se teve uma equipe onde ele não marcou época, foi na Team Liquid. Em entrevista exclusiva para o Mais Esports, o jogador falou sobre a passagem pela Cavalaria, e o que faltou para dar certo.
“Não achei ninguém para brigar”, diz Bwipo sobre Team Liquid
Ao ser perguntado sobre seu tempo na Cavalaria e por que o elenco estrelado da equipe norte-americana com CoreJJ, Bjergsen, Hans Sama e Santorin, acabou não engrenando como se imaginava, Bwipo foi categórico:
A principal razão pela qual não tive um bom desempenho na Team Liquid foi que eu não encontrei ninguém que quisesse discutir. Sempre faço essa pergunta aos meus jogadores: “O que você quer?” e, a partir disso, traçamos um caminho. Se alguém me diz que quer vencer, minha próxima pergunta é: “Como vamos ganhar? O que você vai fazer? E o que eu posso fazer por você?”
O debate é essencial. Argumentar é saudável, desde que seja com boas intenções. Se for apenas gritaria, não leva a lugar nenhum. Mas, às vezes, discutir é necessário. Sempre discuto com meus companheiros de equipe, mas, na Team Liquid, assumi que eles sabiam melhor por estarem no NA há dez anos. Esse foi o maior erro da minha Vida.
“Passei a ser um NPC e focar somente no meu jogo”, diz o top laner
O jogador falou sobre como as coisas começaram a dar errado na Liquid, como ele enxergou o que o impedia de performar bem na equipe e o que fez para melhorar:
Quis focar apenas no meu próprio desempenho e não percebi que não conseguiria jogar bem sem entender o que estava acontecendo ao meu redor. E, de fato, não consegui. Não havia estrutura, não tínhamos uma abordagem prática para pressionar o jogo. Isso me deixou estressado. Quando não sei como o time vai jogar, começo a cometer erros e a me preocupar mais com o que os outros estão fazendo do que com minha própria performance.
A única maneira de sair desse ciclo de estresse é falar. Eu digo para o time: “Pessoal, eu não sei o que fazer. Estou apenas farmando, mas quero saber como usar meu tempo da melhor forma.”
O jogador ainda complementa como enxerga o conceito de tempo no LoL, e quais as funções que mais impactam dentro de jogo. Confira:
No League of Legends, todo jogador gera tempo livre – é um fato. O jungler, por exemplo, tem cerca de 45 segundos entre limpar a jungle e buscar um gank. Esse tempo precisa ser bem utilizado. Se você não souber como aproveitá-lo, vai apenas ficar parado sem impactar o jogo.
O suporte e o jungler são iguais nesse sentido. Ambos têm momentos em que precisam decidir o que fazer para avançar o jogo, seja ajudando uma rota ou criando oportunidades.
Para mim, um time eficiente é aquele que consegue comunicar claramente onde o jungler e o suporte estão se movimentando e quem está recebendo apoio.
“Nós dominávamos o bot-side”, diz Bwipo sobre anos na FNATIC
O jogador concluiu falando sobre como utilizavam o tempo dentro de jogo na equipe europeia, e como se aliou a Hylissang, hoje na Vitality, para executar tudo perfeitamente. Se liga:
É assim que sempre trabalhei. No Fnatic, por exemplo, poucos times conseguiam nos superar em disputas 3×3 na rota inferior, independentemente dos campeões. Trabalhei duro com o Hylissang para garantir que, sempre que uma jogada fosse possível, nós soubéssemos como executá-la.
