A Vivo Keyd Stars virou a série contra a LOUD e o top-laner Boal falou em entrevista exclusiva ao Mais Esports sobre como foi o planejamento nesta série, sua evolução no split e sua função no Time de Guerreiros! Confira abaixo as falas do jogador:
Queria começar entendendo como foi a preparação para o primeiro jogo da série contra a LOUD. O que vocês identificaram como os pontos fortes deles? E qual era o plano de vocês?
Então, pro primeiro jogo, eu acho que a gente tinha um draft relativamente sólido. Não era o melhor, mas também não era o pior. A gente já esperava que eles viessem com aquela proposta. O Robô de Jax é um campeão meio característico dele, né? Mas, honestamente, eu não tinha nenhum problema em enfrentar ele, então eu tava bem tranquilo com isso. Acho até que fiz um bom trabalho individualmente.
Mas como time, não tivemos o nosso melhor jogo. Estávamos meio apáticos, apagados mesmo. Talvez tenha sido o horário mais cedo do que o normal, a gente teve que acordar bem cedo… mas isso aí já entra na desculpa (risos). Brincadeiras à parte, sabíamos o que eles poderiam trazer, só que não executamos muito bem nosso plano. E o draft também não encaixou tão bem naquela situação.
Como foi a conversa entre o primeiro e o segundo jogo?
Eu tinha certeza que a série ia ser sobre os confrontos no top. O momento da LOUD girava muito em torno do Robô, e a gente sabia que eles iam jogar pra parte de cima sempre. Eles só ganhariam se o Robô estivesse bem na partida. Então, era algo que já tínhamos em mente. Eu, principalmente, fui pro jogo já sabendo que seria bem sangrento no top. E eu tava preparado, confiante pra isso.

E o segundo jogo acabou não sendo tão “clean” pra você, né? Como foi a comunicação nesse jogo? Vocês sentiram que estava tudo sob controle?
Sim. Eu acho que tive algumas mortes desnecessárias. Teve uma em que o Disamis se enganou no tracking de XP do Pantheon, achava que ele não pegaria nível 6 no Golem, mas pegou. No geral, cometi alguns erros evitáveis. Mas também acho que a LOUD forçou mais do que deveria.
O Disamis estava ficando muito forte, e toda vez que eles tentavam uma jogada, eu já tinha noção de que aquilo podia acontecer. Me pareceu um pouco forçado demais pra tentar colocar o Robô de volta no jogo, porque ele estava sofrendo bastante no 1v1.

E como foi jogar de Fiora? É um campeão bem marcante pra você, né?
Sim, com certeza. Era algo que eu já vinha pensando há um tempo. A maioria sabe que é um pick bem característico meu, mas na última vez que joguei de Fiora, contra a Leviatán, eu fui mal. Então eu tava com fome de jogar de novo e mandar bem. Fiquei muito feliz de ter conseguido fazer isso hoje. Era algo que eu queria mostrar.

A gente tá tendo a votação do prêmio de MVP, mas em ligas americanas de esportes tradicionais tem também o prêmio de Most Improved Player — o jogador que mais evoluiu. Você acha que ganharia esse prêmio se tivesse na LTA Sul?
Eu… sim, acredito que sim, pra falar a verdade. Nem sei quem seria o segundo, honestamente (risos). Eu tenho certeza que evoluí bastante. O projeto da Keyd tá me ajudando demais, mas também não tiro meu mérito. Meu problema antes nem era só gameplay. Claro que eu tinha — e ainda tenho — muitos pontos a melhorar, mas a principal questão era conseguir transferir isso pro stage, e agora estou conseguindo fazer isso melhor. E também evoluí bastante nos conceitos de jogo, sistemas, conhecimento… Tô aprendendo muita coisa nesse split. Tô bem feliz com minha evolução.

Você comentou no Ilha das Lendas sobre uma troca de informações com o Odoamne. Como é essa experiência, de lidar com um cara que foi campeão europeu, com uma carreira tão sólida?
Sendo mais específico… No passado, eu focava muito em micro, matchup, laning phase. Hoje, nesse split, meu foco mudou completamente. No meu tempo individual, continuo prestando atenção nesses pontos — ainda faço muito 1v1, vejo muitos VODs — mas, nas conversas com o Odoamne, tudo gira em torno do macro. A gente assiste jogos, treinos, discute conceitos. É uma troca de informações, embora eu aprenda bem mais do que ele (risos). Mas isso tem me ajudado muito. Tô conseguindo ter uma abordagem mais coletiva, voltada pro time. Isso tem me dado mais presença e impacto nos jogos.

Durante o split se comentou que essa Keyd não tinha um “jogador clutch”. Mas parece que, aos poucos, cada um vem aparecendo quando precisa. Você acha que a equipe ainda é mais voltada pro coletivo ou já tem jogadores clutch?
No começo do split, a gente realmente pecava nisso. Faltava alguém pra decidir, pra fazer a jogada arriscada. Lembro de um dia que joguei de Aatrox contra a Isurus, o SeeEl chegou em mim antes do jogo e falou: “Preciso que você crie o caos hoje. Nosso time não tá sendo agressivo o suficiente.” Desde então, venho tentando ter esse papel. Acho que melhoramos bastante nesse aspecto. Hoje, vários jogadores conseguem ser clutch, mas ainda temos espaço pra crescer. O time é muito unido, trabalhamos bem o coletivo, e agora estamos começando a ter esse algo a mais individual também.
Entrevistador: Então você é o “emissário do caos” do time?
(risos) Acho que sim! Esse split eu venho tentando adotar mais essa postura. É bom pra mim treinar isso, jogar sem medo, confiar nas minhas jogadas. Acho que isso também está contribuindo pra minha boa performance no split. E tô gostando de fazer isso pelo time.

Queria que você falasse um pouco da sua trajetória com a Keyd. Você mesmo falou sobre o quanto evoluiu. Como foi viver isso dentro da organização?
Honestamente, é a primeira vez que me sinto tão bem num time. O SeeEl, principalmente, me ajudou muito no começo, a me sentir seguro dentro do ambiente, confiante pra me expressar, fazer jogadas, dar minha opinião. No começo do ano, foi muito sobre voltar ao competitivo — fiquei dois anos meio parado. Era uma questão mais fora de jogo mesmo: mentalidade, confiança, estar bem coletivamente. Agora, é mais sobre dentro de jogo. E sinto que venho cumprindo bem esse papel.

Já estive em situações muito piores com times, companheiros, técnicos… não tiro meus erros da conta, mas hoje me sinto feliz e grato por essa chance. Até nos dias ruins, quando a gente discute ou erra, eu nem ligo. Porque já estive num buraco muito mais fundo. Então, só de estar aqui, já fico muito feliz.
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