A RED Canids viveu uma jornada intensa na Chave Inferior eliminando LOUD e paiN, porém sofreu um 3×0 acachapante na Grande Final da LTA Sul 2025 3º split. Em entrevista exclusiva, o técnico contou um pouco mais sobre a reta final e a grande final.
Tockers, minha primeira pergunta é: o que você acha que fez a série ser tão difícil hoje, cara?
Cara, a série foi difícil porque, infelizmente, só um time entrou pra jogar. Eu não acho que a gente conseguiu sequer acordar hoje de manhã. Eu sinto que o cansaço pegou muito, os moleques estavam se sentindo bem até no início da manhã, mas assim que começou ali a preparação pra ir atrás do palco, eles começaram a… dava pra ver alguns indícios de cansaço.
O pessoal acordou antes do horário, então tu vê que deu uma esgotada na rapaziada e quando tu joga contra um time que tem um nível bom como a Keyd, se a gente não estiver num dia bom, obviamente a gente vai perder e eles não perdoaram.
Você citou que a VKS e a RED pareciam bastante em estilo de gameplay. Algo da Keyd surpreendeu vocês ou você acha que só foi essa energia baixa mesmo que fez a diferença?
Não, só cansaço. Eles jogaram o mesmo jogo que eles sempre jogaram, só que a gente não estava conseguindo acompanhar na velocidade e a gente tomando algumas decisões que a gente nunca tinha tomado ainda. Então eu atribuo ao cansaço. Eu conheço os meus players, eu sei quando eles estão jogando mal e quando eles realmente não estão conseguindo pensar, e hoje infelizmente era um desses dias. O formato pune muito.

Chegou a rolar uma conversa disso? Quando você percebeu que a galera estava mais sonolenta, deu pra fazer uma preparação sobre isso?
Cara, acho que eu falhei de certa forma. Talvez eu deveria ter tentado alguma coisa diferente depois do jogo 1 pra trazer eles de volta. Demorei um pouco pra realmente identificar que o cansaço estava muito. Não sei se eu conseguiria achar alguma solução, mas eu poderia ter tentado, porque no jogo 3 acabou funcionando.
A gente teve uma conversa, a gente mudou algumas coisas ali, tentou diminuir um pouco a carga de fazer algumas coisas mais simples, deixar o jogo mais fácil pra não dar sobrecarregar eles de informação. E ajudou um pouco, mas infelizmente era uma situação bem complicada.
Cara, eu sei que principalmente pra um cara que sempre amou competição como você, perder uma final é completamente azedo. Mas você consegue ainda olhar esse copo meio cheio, de tipo “estamos na cross-conference”, ou está doendo muito essa decisão?
Cara, eu não… sinceramente essa final que eu perdi é a que eu estou menos triste, porque eu acho que foi, de certa forma, uma bizarrice completa esse formato. Chega a ser injusto. Eu entendo ter vantagem na upper, normalmente jogando 2 dias, mas 3 dias é uma das coisas mais bizarras que eu já vi na minha vida.
Pra mim, eu não tenho como ficar triste em ter perdido, porque nesse caso a própria biologia está contra a gente. O nosso corpo não responde mais da mesma forma, os nossos pensamentos não são rápidos, não são claros. Então eu não sinto como “nossa, que derrota doída”, porque eu não acho que a gente estava nem em condições iguais. Não tinha nenhuma integridade competitiva nessa partida.

Sabendo disso, Tockers, vocês ainda conseguiram fazer esse absurdo e chegar na final. Então, como você avalia essa história, cara? De tudo como começou até onde chegou. Eu sei que o resultado não é o mais lindo, mas vocês batalharam.
Cara, estou feliz, estou bem orgulhoso dos moleques principalmente. Todos eles tiveram a evolução deles, alguns mais dentro de jogo, outros mais fora de jogo. E eles tentaram muito, estavam dispostos a fazer tudo. Eu tenho zero coisas para falar sobre os meninos. Eu acho que eles estão de parabéns em tudo e eles fizeram o melhor.
Infelizmente, não deu dessa vez, mas é só o começo. Não tem como não ficar animado para o futuro, vendo o que eles podem fazer.
Tockers, eu sei que você não fala muito sobre si, mas eu queria tentar que você falasse um pouco sobre você, dessa primeira experiência como coach, cara. Quais foram os aprendizados, qual foi a dificuldade?
É até difícil eu conseguir elencar agora essas coisas, porque consigo nem pensar direito ainda. Mas de certa forma, era um split muito, muito, muito rápido. Então até o meu processo de aprendizado das coisas tinha que ser acima do normal. E eu acho que melhorei em bastante áreas sim. Acho que no final poderia ter feito um pouco mais. No fim das contas, aquela derrota contra a paiN nos puniu muito.

Talvez se eu tivesse feito uma preparação melhor, ou se eu tivesse conseguido controlar bem as expectativas do time, teria sido melhor. Mas eu tô contente que pelo menos a gente superou a expectativa. E fico feliz que toda a coach staff e os jogadores evoluíram no decorrer desse split curto. E eu vejo muito potencial em todo mundo que trabalhou nessa run.
Qual foi a história dentro da RED que mais te surpreendeu, Tockers, dessa jornada inteira? Tem alguma que você pode me trazer?
Cara, eu não consigo dizer uma, porque pra mim foram cinco histórias incríveis ali. Cada jogador sabe o que a gente precisou passar, o quanto eles precisaram crescer. Desde o FNB com narrativas ruins em volta dele, dando a volta por cima. Quanto o próprio Kaze, que também tinha narrativas ruins lá da LLA e conseguiu nos mostrar realmente quem ele é.

Desde o Frosty e os meninos que subiram, que eram muito duvidados. Então todos eles tiveram histórias pelos caminhos e eu não consigo escolher uma, porque todas são fascinantes.
E você tá orgulhoso dessas histórias, Tockers?
Com certeza, eu tô orgulhoso de todos eles e pra mim eles deram o melhor deles, e é sobre isso.
RED Canids segue viva na briga por vaga no Worlds 2025
Com o vice-campeonato, a RED Canids ainda tem chances de ir ao Worlds 2025. A equipe disputará a Cross Conference, uma espécie de repescagem contra os melhores times da LTA Norte, valendo uma das vagas restantes no campeonato mundial.
Já a Vivo Keyd Stars, campeã da LTA Sul 2025, garantiu classificação direta para o Worlds 2025, mas também jogará a Cross Conference em busca de um seed melhor no mundial.








