A RED Canids foi derrotada pela LOUD por 2×1 em uma série marcada por uma virada emocionante. No entanto, a coletiva de imprensa após a partida chamou atenção por declarações do CEO da Matilha, JP, a respeito das recentes mudanças no elenco.
Confira o que ele e a comissão técnica disseram sobre as decisões da organização:
Mudanças da RED foram pensadas pela coaching staff
Como um início de suas falas, JP pede desculpas para a torcida e explica como ocorreu todo o processo de mudança. Confira:
Antes de tudo, queria pedir desculpas. A gente foi campeão revezando, mas isso não significa necessariamente que vai dar certo ou funcionar sempre. A vitória acontece nos detalhes.
Falando como organização, tanto eu quanto o Corradini temos nossas opiniões, temos nossas vontades. Mas, a partir do momento em que temos uma comissão técnica, precisamos respeitar as decisões deles. Eu, pessoalmente, fui voto vencido nessas mudanças. A real é que o Corradini também. Por nós, já teríamos virado a página.
Sabíamos que íamos sofrer com o Jean, sabíamos que íamos sofrer com o Doom — mas isso faz parte do processo. A gente já passou por isso no passado e sabia como seria daqui pra frente.

Então, quando veio a decisão… A gente tinha perdido pra FURIA um jogo ganho, totalmente sob nosso controle, mas acabamos “flipando” o Barão e perdemos. No dia seguinte, se não me engano, perdemos pra Isurus — e aí sim, jogando mal. Isso iria acontecer outras vezes, faz parte do processo.
Foi então que veio a solicitação de colocar o Aegis de volta no time.De novo: seria várzea se eu ou o Corradini impuséssemos nossas vontades sobre a comissão técnica ou os jogadores. E não é assim que as coisas funcionam. A gente é uma organização. Por mais que falem ou achem que somos desorganizados, temos plena consciência de tudo que acontece lá dentro.

Também tenho minha opinião como torcedor, e sofro igual. É óbvio que quero ganhar sempre. E, claro, para a comissão técnica seria mais fácil e tranquilo vencer com o time que começou o ano, e não com um time novo, com duas mudanças.
Mas, de novo — falando agora como torcedor — eu entendo, e fico puto de perder também. Voltou o mesmo time, voltaram os mesmos problemas, e a gente já sabia disso.Mas eles acreditavam que assim teríamos mais chances de vencer. E talvez seja verdade.
Só que, como falamos no começo do split, pelo menos da minha parte, como organização, a gente sabia que, mesmo se não ganhássemos esse split ou o próximo, estaríamos construindo um time sólido para os próximos anos.É isso que a gente quer, é isso que a gente espera como organização: desenvolver jogadores e ser sempre competitivo.

Técnicos comentam sobre a chegada do Grevthar e a mudança
Em resposta ao Mais Esports, o analista Strazzi e o assistente técnico BeellzY
também comentaram sobre as mudanças. Veja:
BeellzY
Bom, como já falei algumas vezes, o ponto do Jean nunca foi, de fato, o que causava problemas dentro do jogo. Ele, como indivíduo, assim como o Doom antes dele, não eram o foco dos problemas. A decisão do Coelho foi baseada no que ele esperava do campeonato. Era uma visão sobre o que ele acreditava que funcionaria melhor dentro do mapa, por isso ocorreram essas mudanças.

Sinceramente, o desempenho do jogador individualmente não foi o que mais pesou para afetar positivamente ou negativamente. A decisão do Coelho envolveu mais fatores externos ao jogo. Obviamente, não posso falar por ele, mas essa é a visão que consigo compartilhar sobre isso.
Strazzi
É inegável que o Grevthar é um grande jogador, com uma história relevante no cenário.
Estatisticamente, ele vinha com números muito bons no Academy, e acredito que isso tenha sido um fator importante na decisão do Coelho.Por outro lado, o Jean Mago também é um ótimo jogador, embora ainda esteja se readaptando ao competitivo — aprendendo coisas novas, relembrando outras.
Um time nunca é apenas a soma das partes. A sinergia entre os jogadores conta muito. Às vezes, um jogador rende mais ao lado de outro. Às vezes, mesmo com cinco jogadores muito bons, o time não encaixa por falta de sinergia.

Talvez o Coelho tenha acreditado que o Grev encaixaria melhor com os demais jogadores naquele momento. Foi uma aposta. Quando tomamos uma decisão e voltamos atrás buscando resultado, assumimos o risco de não dar certo e temos que lidar com isso da melhor forma; essa foi a decisão do Coelho, acreditando que era o melhor a se fazer.
JP
Sobre o clima do time, o Grev como pessoa é incrível — isso nem se discute.
Quem tem a oportunidade de conhecê-lo, seja nos bastidores ou no dia a dia, sabe que ele tem uma energia muito boa, levanta todo mundo, motiva, busca força de onde não tem.Mas, como já foi dito, a decisão foi do Coelho, junto aos jogadores. Tanto eu quanto o Corradini não concordamos, mas respeitamos e apoiamos. Nosso papel é facilitar. Sempre que houver uma solicitação deles, vamos correr atrás para fazer o melhor possível.

Não havia um problema de clima, então não acho que isso fosse algo que precisava ser “resolvido”. Acredito que foi mais uma questão de zona de conforto. A situação estava difícil, ninguém queria passar sufoco, então pensaram: “Vamos trazer o Grev de volta, vai ser mais confortável para todo mundo”.
Só que tem muita coisa que os meninos ainda não conhecem, e isso vai fazer falta em séries decisivas. Na minha opinião, isso não me convence. Acredito que é nas dificuldades que as pessoas crescem e aprendem. Isso traz experiência. Como falei no início do split, a gente topou apostar neles. E eu manteria essa aposta.

Hoje, o primeiro jogo deu certo. Infelizmente, no segundo cometemos erros e fomos estompados. O terceiro foi aquele jogo pegado, coração na mão, decidido no detalhe… e aí deu os caras. Paciência. Mas repito: olhando para o resultado de hoje, talvez fosse o mesmo com o Jean e o Doom. A diferença é que, pensando no crescimento deles, a longo prazo teria agregado muito mais.
Agora, para o restante do campeonato, é continuar acreditando e apostando neles.
Vamos ver o que vem por aí: se haverá mais mudanças, se o time vai se manter… Enfim, vamos acompanhar essa novela.
