Desde seu anúncio, Trymbi chegou com expectativa no Brasil. Import com título da LEC na bagagem, se esperava que o jogador polonês conseguisse subir o nível dos suportes da liga. Seu impacto, porém, não foi imediato, com a Vivo Keyd Stars amargando uma saída precoce do primeiro split da LTA Sul 2025.
Aos poucos, porém, o jogador vai se consolidando no Brasil como uma das referências na posição, auxiliando os Guerreiros a conseguir mais vitórias, como a da série contra a Isurus Estral, na tarde deste sábado. Trymbi, que foi um dos destaques da VKS, disse que se sente cada vez mais confortável no stage:
Eu me sinto um pouco mais confortável. Não é muito diferente de um split regular, mas a cada fim de semana me sinto mais à vontade. Hoje, especificamente, eu senti que estava com a mentalidade para mostrar que podemos mais, porque acredito muito no nosso grupo.
Sobre a evolução de sua equipe, o jogador disse que fica feliz de ver Boal e Kisee evoluindo na competição, e acredita que ambos tiveram um pequeno choque de realidade nos primeiros meses de LTA Sul — o que ajudou no processo de evolução de ambos:
Acho que foi uma realização para ambos (Kisee e Boal) quando eles perceberam que não são tão bons quanto pensavam, embora eu ainda ache que eles são bons. Só acredito que poderiam ter aprendido muito mais sobre o jogo, e acho que foi por isso que sentiram que não estavam certos sobre algumas coisas.
Eles vieram de lugares que todos sabiam que eram bons, e eu também sei que eles são bons, mas ainda têm bastante caminho para percorrer e melhorar. Agora, enquanto eles continuam a melhorar a cada dia, a cada semana, acredito que estão se tornando mais e mais confiantes a cada conquista ou melhoria que fazem.
O jogador também comentou sobre ter despontado como uma das lideranças da equipe dentro de jogo, sempre tendo muita presença na comunicação da equipe, e se ele acredita que se encaixa na função de líder da Vivo Keyd:
Quanto à posição de líder, como eu falei para o SeeEl, não acho que eu seja um líder agora, pelo menos fora do jogo. Acho que isso acontece mais durante o jogo, porque sou eu quem dá as ideias, planeja várias coisas, e tenta jogar com as opções que eles têm.
Eu dou muita informação, mas parece que posso ser visto como o líder, o que define a direção do time.
Mas claro, não sou só eu. Acho que o Kisee é uma pessoa que também contribui muito com direções, o mesmo acontece com o Disamis, e eu também vejo que o Morttheus gosta de falar. Quando se trata do Boal, ele foi bem ativo hoje sobre como queria jogar também. Então, temos uma mistura de tudo quando se trata de quem pode liderar.
Trymbi ainda disse que espera apenas seguir melhorando em sua carreira como jogador profissional, e não se atenta tanto ao “glamour” de sua posição. Ele sabe que está em um cenário volátil, e acredita que a oportunidade de jogar no Brasil apareceu — e ele se mostrou pronto para encarar mais um desafio:
Agora, é só para melhorar, acho que é isso. Não penso em nada mais, dinheiro, fama, nada disso me importa muito. Eu só quero melhorar. Pelo menos, sinto que este ano aconteceu de eu estar aqui. Você nunca sabe o que vai acontecer com você, especialmente como jogador profissional.
As coisas podem ir muito bem ou muito mal, e você nunca sabe o que vai acontecer, a menos que encontre esse equilíbrio. Mas, mesmo assim, sinto que as coisas podem melhorar.
Confira mais trechos da entrevista com Trymbi a seguir.
Você teve uma ótima série hoje. Você está se sentindo cada vez mais confortável no Brasil?
Primeiro de tudo, obrigado. Em relação ao split regular, parece que a Isurus foi o time mais fraco, né? Com apenas uma ou duas vitórias, não lembro exatamente.
Eu queria mostrar que, mesmo com a derrota de 0-3 na super semana, isso não significa que estamos simplesmente indo para baixo a partir de agora. A intenção era mostrar isso hoje, e estou feliz com o resultado.
Claro, poderíamos ter jogado de forma mais decisiva e com mais precisão, mas pelo menos lutamos nas partidas que queríamos lutar, e isso é algo que podemos revisar e melhorar daqui para frente.
Como você avalia os jogos de hoje? Acha que foi um pouco bagunçado, que a VKS lutou mais do que deveria?
Sim, o jogo foi bagunçado. Eu acho que fomos muito bem na rota inferior, mas depois decidimos fazer um swap e sentimos que estávamos fortes o suficiente para lutar em qualquer parte do mapa, mas isso não era verdade.
Eu acho que não compreendemos bem, antes de lutar, que existiam campeões em situações onde não deveríamos brigar, e isso aconteceu pelo menos uma vez no início do jogo, e depois um pouco mais tarde.
Houve muitas lutas em que os jogadores que estavam fortes não podiam se envolver, ou começamos lutas onde os inimigos tinham mais opções de causar dano, enquanto nossos carries não podiam. Isso fez o jogo ficar estranho.
Mas, estou feliz com que o Boal realmente se destacou naquele jogo. Eu acho que ele jogou muito bem e sempre nos dava a sensação de que podíamos lutar, mesmo quando, às vezes, não deveríamos. Ele estava sempre no lugar certo para brigar, e fico feliz que ele tenha se mostrado confiante em relação a isso.
Espero que ele também esteja confiante para lutar mais em outras áreas, mas claro, o segundo jogo de hoje não deveria ter sido tão agressivo quanto foi.
No Behind the Stars, pudemos ver a equipe falando muito sobre proatividade. Você enxerga que isso melhorou após a última semana?
Eu acho que hoje fomos proativos até demais. Tivemos jogos no último fim de semana em que acabamos cedendo coisas que não deveríamos. Acho que isso era o que queríamos corrigir no final das contas.
Hoje, acho que estávamos lutando nos lugares certos na maior parte do tempo, mas tivemos algumas lutas em que não consideramos todas as opções possíveis. Acho que foi por isso que algumas lutas pareceram tão ruins — elas aconteciam em momentos inoportunos, fora de posição, porque as pessoas não estavam preparadas para iniciar ou lutar.
No primeiro jogo, eu achei fácil iniciar as lutas, porque sentia que estávamos fortes o suficiente para não evitar os confrontos. Mas no segundo jogo, tivemos que ser um pouco mais calmos, e é por isso que pareceu um pouco ruim. Estávamos muito proativos e tentando fazer muitas coisas ao mesmo tempo.
Mas, sim, continuo feliz com isso, porque gosto do fato de que estamos mais proativos do que apenas não lutar e perder o jogo por não agir no momento em que nos sentimos fortes. Isso é uma coisa boa, e espero que possamos aprender bastante com isso para o próximo fim de semana.
Como você se sente assumindo uma função de liderança na equipe? Acha que isso impactou sua gameplay em algum momento?
Quando se trata disso, eu sempre fui muito vocal no jogo, então isso não faz muita diferença para mim, se eu sou mais vocal do que o normal. Sempre tive um pouco de dificuldade em ser tão vocal, porque meus companheiros no passado também gostavam de falar, então eu tinha que me esforçar um pouco para que eles também tivessem espaço para falar.
Eu acho que agora, mesmo que você perceba que falo muito, ainda acredito que não sou a pessoa que fala o tempo todo. Acho que meus companheiros estão fazendo uma boa comunicação agora, poderia ser sempre melhor comigo também, mas vejo que temos uma base bem sólida quando se trata de comunicação.
Isso é algo que me deixa bem feliz. E quanto à liderança, não me importo muito agora, estou só jogando o jogo. Se eu sentir que sou o líder in game, claro, mas até que eu realmente sinta que preciso ser um fora dele, estou só tentando jogar e garantir que meus companheiros estejam sempre prontos, ajudando eles a jogar.
Você já enfrentou alguns dos melhores do mundo, já foi campeão na LEC. Hoje, qual a sua maior motivação?
Este ano aconteceu de eu estar no Brasil, e estou tentando fazer o meu melhor. Primeiro, me mostrar bom, e segundo, tentar jogar melhor. Mesmo assim, eu não diria que estou jogando mecanicamente bem agora.
Pessoalmente, não consigo manter o ritmo na SoloQ brasileira, então não estou jogando muito, porque acho que é bem ruim, para ser honesto com você.
Mas, pessoalmente, acredito que estou melhorando — se não como jogador, então como ser humano e pessoa. Acho que isso vai me ajudar muito, muito para minha carreira futura.
E acho que é isso que me faz feliz. Estou muito feliz. Ainda tenho 24 anos e não sinto que estou deixado para trás ou que vou me retirar depois deste ano. Eu realmente espero que isso não aconteça, porque só quero jogar, amo esse jogo.
Quero ganhar algo, se conseguir, vai ser legal, mas o mais importante é ser melhor como jogador e como ser humano. E isso é o que estou buscando agora.
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