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LTA Sul 2025: “Não queria um brasileiro no lugar do dyNquedo”, diz Kami

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Kami e dyNquedo são histórias vivas não só da paiN Gaming, mas do cenário de League of Legends brasileiro. Ambos marcaram época na rota do meio dos Tradicionais, com 416 jogos somados representando a equipe, onde alegraram sua fanática torcida nas vitórias, e mostraram resiliência nas derrotas.

O sul-coreano Roamer chega para ser o quarto mid laner titular da história do time, e continuar o legado de mais de uma década de grandes jogadores na rota do meio da equipe, que ainda contou com nada menos que tinowns na posição.

Visto que uma nova fase está prestes a começar em uma das principais equipes brasileiras, o Mais Esports bateu um papo com Kami e Dynkas para falar sobre o passado, presente e futuro da paiN Gaming. Confira a entrevista:

A mid lane da paiN é a maior role histórica da organização?

Para Kami, a rota do meio dos Tradicionais só não é a maior disparada por conta da influência de outra lenda da equipe, BrTT, que é o jogador mais vitorioso da história da organização, com três títulos:

Pra mim, fica muito entre Mid e AD, principalmente por causa do BrTT – e agora do titaN também. Mas acho que isso tem um simbolismo muito grande.

Não consigo separar completamente a Midlane da Bot Lane, porque sinto que minha trajetória na PaiN está muito ligada ao BrTT. A gente fez muita história juntos. Então… não sei dizer ao certo.

O ex-jogador ainda foi além, e complementou dizendo que a saída de ambos na equipe acabou desestabilizando a line-up de certa forma, resultando no rebaixamento da organização, quando ainda havia a prática na competição, em 2018:

Acho que quando o brTT saiu e eu continuei, ainda existia uma certa mística envolvida. Mas quando tanto ele quanto eu saímos, o time ficou meio… diferente. Não digo que foi algo óbvio, nem estou apontando o dedo, mas foi um pouco triste. Afinal, fomos rebaixados logo em seguida para o Circuitão.

Para dyNquedo, o vínculo que titaN segue criando com a organização vai tornando a posição de ADC cada vez mais forte dentro da paiN, o que ajuda a explicar o peso da função dentro do time:

Tirando o Titan, que com certeza já começou a criar esse vínculo e ainda vai fortalecer mais, acho que existiu um certo vácuo na posição de AD Carry nesse meio tempo – algo que talvez não tenha acontecido no Mid.

Talvez seja por isso que a posição de AD Carry tenha esse peso extra. Mas, de qualquer forma, é uma role muito marcante. Sempre vai haver essa associação… TT, né? Pô, TT!

Imagem do jogador brTT caminhando com o uniforme da paiN Gaming
Foto: Reprodução/Riot

 

Liderar a paiN e seguir trilhando o caminho de outros ídolos da organização: a missão de titaN

Ao seguir discorrendo sobre o peso da função de atirador da paiN Gaming, que sempre viverá na sombra das passagens vitoriosas de BrTT pela equipe, Kami se mostrou confiante que o atirador atual da equipe está pronto para seguir liderando o time para as conquistas:

(…) Fico muito feliz com a fase atual. Até comentei ontem com os meninos que, embora o Roamer pareça mais tímido e fale menos, agora temos o titaN. E ele é um cara que realmente assume essa responsabilidade e liderança, tanto dentro quanto fora do jogo.

Isso me deixa bem tranquilo. Não conheço muito bem o Roamer ainda, mas, caso ele seja mais reservado dentro de jogo, acredito que o titaN supre muito essa necessidade de ter alguém sempre coordenando a equipe. Na verdade, não sei exatamente como ele é nesse papel, porque nunca joguei com ele.

(…)

Acho que o inverso também é válido. Não adianta tentar moldar alguém que não tem um perfil de liderança.

Se for forçado, o jogador pode acabar jogando mal, focando mais em falar e comandar do que em cumprir seu próprio papel dentro do time. Isso simplesmente não funciona.

Já Dynkas, que jogou muitos anos ao lado de titaN, também opinou sobre a postura do jogador dentro de jogo, e acha que é necessário também equilibrar para que o ADC não se deixe levar pela emoção em alguns momentos:

Às vezes ele passa um pouco do ponto, né? Eu também passo. É como sempre digo: o importante não é tentar controlar isso, porque senão você acaba cortando a vibe.

O melhor é aprender a lidar com os momentos em que ele trolla ou exagera. Claro que ele também precisa saber equilibrar, mas acho que, no momento, ele encontrou um bom balanço. Além disso, o time já entende bem como ele é, então acredito que vão se dar muito bem juntos.

Imagem de titan e dynquedo comemorando a vitória da paiN no palco da LTA Sul 2025
(Imagem: Divulgação/Riot)

DyNquedo já sabia o peso de representar a organização do Kami e do BrTT?

O dyN afirmou sem titubear que sempre soube onde estava pisando ao entrar na organização:

Com certeza, 100%. Quando cheguei, senti isso ainda mais, porque não tinha tanto vínculo com a organização. Esses detalhes ficam mais evidentes no início.

Sempre tive aquela sensação de: “Aqui era o Kami, aqui era o brTT”, sabe? Porque eles marcaram muito a história do time.

Hoje em dia, não sei se isso ainda é tão presente. O Romer, por exemplo, provavelmente não sente isso, já que não viveu essa época e não tem essa referência. Mas se perguntar para o Titan, acho que ele deve ter sentido essa mesma energia.

O Kami ainda completou que, além de saber da influência de sua imagem internamente na equipe, ainda tinha a difícil função de fazer o paiN responde:

Uma coisa que sempre me deixava mal era o paiN Responde. Ter que fazer perguntas que, às vezes, colocavam os jogadores na fogueira era bem desconfortável.

É complicado, porque em semanas ruins, o papel acaba sendo meio ingrato. Tipo: “Jogaram mal pra caramba, hein? O que aconteceu? Por que você fedou?”. É uma situação bem chata.

Dynquedo paiN CBLOL 2022 2o split
(Foto: Cesar Galeão/Riot Games)

Kami fica se perguntando como seria se jogasse hoje, sendo treinado pelo Xero e com o tamanho do LoL atualmente?

Kami foi categórico em sua resposta, e Dynkas complementou que, na época, o “jogo era mais jogado”, sem tanta teoria por trás. Confira o que o bicampeão do CBLOL respondeu:

É um pensamento bem interessante. Quando eu parei, já se falava um pouco mais sobre a importância da comissão técnica, mas ainda era algo em desenvolvimento. Muita gente cita a INTZ, por exemplo, por ter tido o Peter, que ajudou bastante a equipe.

Na minha carreira, praticamente todas as conversas com a comissão eram sobre Pick. Lembro claramente da final de 2017, contra a Team One. Duas, três horas antes do jogo, nossa discussão não era sobre estratégia, e sim sobre Pick: O que vamos escolher? Se eles pegarem isso, o que devolvemos? Esse sempre foi o foco, desde 2015.

Antes das partidas, nunca falávamos sobre o que fazer no jogo, e sim sobre o que draftar e banir, o que era forte contra determinado campeão.

Não existia toda essa complexidade que vemos hoje. Talvez, se eu tivesse jogado em outra época, pudesse ter me desenvolvido mais nesse aspecto. Mas olhando para trás, é curioso perceber como falávamos muito pouco sobre o lado estratégico dentro de jogo.

Foto do Kami, jogador da paiN Gaming que foi chamado para o BBB
Foto: Divulgação/paiN

O que esperar de Roamer?

Por fim, a opinião das duas lendas do League no Brasil sobre a nova contratação da paiN Gaming, que estreará no sábado, no reínicio da LTA Sul. Confira a opinião do dyNquedo sobre:

Eu assisti aos jogos dele, vi solo queue e alguns vídeos, e realmente parece ser muito bom individualmente.

Comentei isso até com o Cacá. Falei: “Mano, não sei como ele vai lidar com o stage, com a torcida. Isso a gente só vai descobrir vivendo.” Mas, pra mim, o mais importante para ele desempenhar bem é estar bem com o time.

Pelo que percebi, ele não é do tipo que vai chamar o jogo ou dar calls o tempo todo. Ele vai seguir o ritmo e executar bem o que for necessário. Se precisar de uma jogada boa, ele vai fazer. Se tiver uma lane favorável, ele vai dominar. Então, se o time estiver com um macro sólido, com bons setups e organização, ele tem tudo para jogar bem.

DyNquedo ainda complementou que comentou com o jungler da paiN, Cariok, maneiras de deixar Roamer mais confortável na equipe:

Também falei pro Cacá: “O que vocês podem fazer para ajudar ele a não sentir a pressão do stage é deixá-lo confortável no time. Fazer com que ele se sinta parte do grupo, para entrar no jogo com a cabeça limpa.”

Se ele chegar preocupado, pensando “Não posso feedar senão vão achar que sou ruim” ou “Sou coreano, preciso carregar”, não vai dar certo. Não estamos mais em 2013. O que realmente importa é ele se sentir bem com o time. Se isso acontecer, tenho certeza de que ele vai desempenhar muito bem.

Imagem de Roamer, jogador da LCK Challengers
O mid laner Roamer, quando defendia a HLE Challengers. (Imagem: Divulgação)

Já Kami pontuou alguns tópicos sobre o novo mid da paiN, e revelou que não gostaria de ter outro brasileiro assumindo a função, além de citar a line-up de 2019 da equipe, com Key e SeongHwan, como exemplo a não ser seguido. Confira:

Tenho três pontos sobre isso. Primeiro, pessoalmente, eu não queria nenhum brasileiro no lugar do dyN. Não tenho influência nenhuma, sou só um torcedor, mas preferia alguém de fora. Então, fiquei feliz com a escolha do Roamer.

Segundo, meu único receio vem da experiência com SeongHwan e Key. O inglês deles não era tão bom, e isso atrapalhava muito a comunicação dentro do jogo. Eles tentavam jogar, pensar e falar em inglês ao mesmo tempo, mas não rolava.

Era um caos total: botlane perguntava algo pro top, o mid respondia, e ninguém se entendia. Isso se traduzia em jogos perdidos e confusos. O dyN tem razão ao dizer que o melhor é deixar o Roamer o mais confortável possível, para que ele só precise se preocupar em jogar.

Se o time estiver organizado e em sintonia, ele tem tudo para se encaixar bem. Mas se a equipe estiver desorganizada, ele não vai ser o cara que vai resolver isso.

key cblol pain
Key pela paiN Gaming no CBLoL. (Foto: Riot Games)

O jogador ainda trouxe seu último ponto sobre a contratação de Roamer, e acredita que o fato de o jogador ser estrangeiro pode ser um trunfo:

E terceiro, acho que trazer um jogador de fora ajuda a aliviar a questão do “peso da camisa”. Ele não sente essa pressão histórica, ele só precisa focar em jogar bem. Ontem gravamos com ele por uns 30 minutos, e a vibe que ele passou foi muito boa. Parece estar super engajado, jogando muito bem na solo queue.

Ainda não teve contato direto com a torcida, que é uma das melhores partes de estar na paiN, mas tenho certeza de que ele vai se encantar com isso. E mais do que isso, acho que a torcida também vai abraçá-lo muito rápido.

Por fim, ambos os jogadores concordaram que a torcida terá que ter paciência com a nova aquisição da paiN, e que tudo será questão de tempo, e dyN verbalizou esse pensamento:

Tenham calma, peguem leve. O primeiro split foi tipo um kick-off, sabe? Parecia que o mundo tinha acabado. Então, a torcida também precisa dar um voto de confiança pra ele, caso a estreia não seja das melhores. Faz parte do processo, nem sempre tudo começa perfeito.

Kami, por fim, aconselhou que talvez seja interessante ficar de fora das redes sociais:

Acho importante que ele se mantenha longe das redes sociais também. Como ele é uma novidade na paiN Gaming, que é o time mais comentado, naturalmente vão surgir várias narrativas o tempo todo. Vão dizer que foi uma contratação ruim, que ele não joga bem, que é uma farsa… Essas coisas.

Então, espero que ele se afaste dessas opiniões caso o começo não seja dos melhores.

Foto da equipe da paiN Gaming para a LTA Sul 2025 2º Split.
Foto: Reprodução/paiN Gaming

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Ian Teixeira

por Ian Teixeira

Publicado em 03 de abril de 2025 • Editado há 5 dias

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