É possível afirmar que o melhor jogador da primeira semana da LTA Sul 2025 3º Split foi Trymbi. O suporte da Vivo Keyd Stars fez um jogo excepcional com sua Neeko, coroando a boa série da bot lane dos Guerreiros contra a LOUD com vitória por 2-1.
Em entrevista exclusiva para o Mais Esports, o suporte da VKS disse que enxergou melhora em seu jogo no período de off season — perseguindo seu objetivo de seguir se aperfeiçoando como jogador enquanto trilha sua carreira no Brasil:
Especialmente nessa off-season, acho que melhorei bastante. Tentei abordar os problemas que tivemos antes e refletir sobre o que eu poderia fazer melhor, como indivíduo, para contribuir mais — e sinto que estou conseguindo fazer isso.
Tenho me esforçado para ajudar em todas as lutas e acredito que estou evoluindo bastante como jogador. Não sinto que estou no meu auge ou jogando de forma insana, mas com certeza estou jogando muito melhor. Sei o que estou fazendo e sinto que posso manter esse nível e ainda melhorar por muito tempo.
O jogador prosseguiu e afirmou que, mesmo que não consiga seguir melhorando, é importante manter uma performance sólida para ajudar Mireu e Morttheus a brilhar — algo que definitivamente ocorreu na série contra a Verduxa:
Agora, o foco é ser consistente e não deixar a performance cair. Mesmo que eu não consiga melhorar sempre, quero pelo menos manter uma linha sólida, onde eu consiga ajudar meu time e facilitar o jogo para eles. Fazer com que, por exemplo, o Morttheus ou o Mireu consigam jogar do jeito que querem é algo muito importante pra mim.
Confira, abaixo, mais trechos do bate-papo com Trymbi.
Como você avalia os jogos hoje?
Eu diria que poderíamos ter vencido os três jogos. Mesmo achando que a LOUD teve um bom desempenho, com alguns dos jogadores dando um step-up, acho que foi isso que fez com que eles ganhassem e ficassem tão confiantes — parecia mesmo que poderiam ter vencido.
Acho que o Mireu jogou muito bem. Ele conseguiu deixar o Jool sempre atrás no jogo, e acredito que poderíamos ter capitalizado mais em cima disso.
No primeiro jogo, com certeza, cometemos muitos erros depois do nosso early game. Por isso, o time inimigo acabou ficando muito à frente — mesmo que, na teoria, eles nunca deveriam estar. A gente só estava respondendo, mas sem realmente revidar. A LOUD estava pegando tudo de graça, e a gente não conseguiu fazer muita coisa.
Você disse que o time da LOUD deu um step up. Isso te surpreendeu? Você já tinha alguma impressão inicial sobre eles?
Na verdade, a gente não scrimou contra eles porque já sabíamos que iríamos nos enfrentar. Estávamos no bootcamp da LTA Sul, em Los Angeles, então nunca treinamos contra eles de fato.
Só ouvimos alguns rumores — diziam que eles estavam indo bem. Não muito bem, nem muito mal, apenas bem no geral. Então, realmente, não sabíamos o que esperar.
Mas, sim, acho que eles jogaram bem. O Gryffinn, em especial, deu um grande step-up. Ele jogou muito bem, apesar de algumas lutas meio estranhas.
O jogo de Ambessa, né?
Claro, com certeza, o jogo de Ambessa, o de Wukong e até o de Sejuani eu acho que ele estava jogando OK. Para um estreante jogar assim, acho que ele foi bem sólido.
Queria falar sobre o jogo de Neeko. Como foi a comunicação para vocês acharem os ângulos vencedores nas lutas?
Sim, nós decidimos mostrar cedo a nossa combinação e a nossa botlane, mais ou menos, já nos três primeiros picks. Optamos por uma composição de scaling, mas também pensando em garantir que, a cada ultimate do Nocturne, pudéssemos forçar engages.
Esse Nocturne ajudaria tanto a mim quanto aos outros jogadores a entrar bem nas lutas — e foi isso que tentamos fazer.
Confira uma das jogadas de Trymbi, Disamis e Morttheus na partida contra a LOUD:
Acho que, nas composições, o início foi um pouco difícil porque eles tinham Sejuani e Sion, então o time deles era muito tanque desde o começo. Em algumas lutas, quando a gente não estava completamente alinhado sobre como queria jogar, parecia que eles simplesmente atropelavam a gente.
Só pelo fato de que podiam se agrupar com facilidade, enquanto a gente não tinha muitas ferramentas pra impedi-los.
A única forma de parar eles seria lutando muito bem em torno das teamfights — e isso foi algo que não conseguimos fazer no primeiro jogo. Por isso, acho que o começo pareceu tão bagunçado.
A contratação do Mireu caiu como um bomba no cenário. Como você reagiu ao ficar sabendo?
Sim, eu não sei o quanto posso falar sobre o processo em si, mas nós, como jogadores, não sabíamos de nada. Foi um processo bem rápido, e a gente não sabia exatamente o que iria acontecer. Tínhamos uma ideia de quem seria o nosso midlaner, mas nunca pensamos que seria o Mireu.
Então, um dia, o Chris (SeeEl) decidiu levá-lo para o nosso office. Ficamos um pouco chocados quando o vimos, porque foi logo antes do bootcamp em Los Angeles. Estávamos só jogando, sabe? Acho que, na hora, eu estava jogando CS2 com o Smiley. E, do nada, o Mireu apareceu. Foi meio engraçado, não vou mentir.
Com certeza, temos muita confiança nele. Acho que o Mireu é um jogador excepcional. Por mais que eu goste do Kisee, o Mireu traz algumas coisas que nos ajudam muito, especialmente no jeito como jogamos o jogo. Claro, hoje talvez não tenha sido o nosso melhor dia — eu, pessoalmente, estou bem doente, e acho que o Mireu também está começando a ficar doente. Então, não estávamos no nosso 100%.
Ainda assim, acho que passamos por tudo isso bem rápido, e estou feliz com isso, especialmente considerando nossas condições. Espero que possamos fazer ainda melhor daqui pra frente.
Você citou o Smiley. Como tem sido ter um contato mais próximo com ele, agora que se tornou treinador?
Com certeza está mais confortável agora — pelo menos quando se trata dos treinos.
Como você mencionou, o Smiley e o Benvi são culturalmente mais próximos de mim do que eu sou do Brasil. Isso já ajuda bastante a me sentir mais à vontade, quase como se estivesse em casa, na LEC. o Smiley tem certas ideias e formas de pensar que são familiares pra mim.
Nem sempre a gente concorda em tudo, mas no fim do dia conseguimos encontrar soluções juntos. Tentamos conversar da mesma forma com todos, conhecemos as fraquezas uns dos outros, o que dá pra melhorar, e estamos constantemente nos empurrando para evoluir.
Isso ajuda muito. Como você disse, o Smiley é da Suécia, eu sou da Polônia, e conheço bastante da cultura europeia. Às vezes são bem parecidas, e acho que isso contribui para que a gente se entenda bem — tanto na forma como lidamos com as pessoas quanto na forma como enxergamos o jogo.
Tudo isso melhora o time como um todo. O Smiley é um ótimo botlaner, inteligente, com uma boa visão do jogo. Ele está sempre tentando encontrar maneiras de resolver o jogo, organizar tudo, e acho que isso nos ajuda demais.
Na botlane, é fácil cair no modo automático — o famoso autopilot — e acho que isso acontece com muitos botlaners. Mas com o Smiley, a gente tenta garantir que isso não aconteça. Estamos sempre com um plano em mente, sempre tentando jogar de forma consciente e coordenada.
Qual a expectativa para o restante do split?Todos querem ser campeões, mas como você enxerga lutar por uma vaga no Worlds com a LTA.N, por exemplo?
Sim, acho que o bootcamp da LTA nos ajudou a perceber que não somos mais fracos do que os times da LTA Norte. Claro, existem equipes como a C9 e a FlyQuest, que são muito fortes — e eu ainda acho que são os melhores times da América atualmente, com certeza. Mas isso não significa que não podemos vencê-los.
Acredito que, com uma boa atitude, comportamento consistente no dia a dia e mantendo o foco no processo, podemos chegar lá. Mas, como você disse, primeiro precisamos ganhar um campeonato — e acho que isso seria muito bom para nós. Na verdade, seria bom para todo mundo.
Acredito, sim, que podemos vencer este split. Podemos chegar lá. Só precisamos ter certeza de que, ao longo do caminho, não vamos nos perder e que vamos continuar tentando fazer as coisas funcionarem. Não vai ser fácil — ainda temos muitos problemas que vieram do split passado — mas sinto que estamos avançando na direção certa.
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