A melhor equipe da LTA Sul 2025 2º Split, até aqui, atende pelo nome de paiN Gaming. Não só pelos resultados, mas por apresentarem jogos mais limpos, como a série tranquila contra a LEVIATÁN disputada na tarde deste sábado (26). O time tem apresentado boas atuações no geral, mas, se for para destacar um jogador, é necessário falar de Cariok.
O jungler dos Tradicionais está fazendo um grande campeonato, e, em conversa exclusiva com o Mais Esports, o jogador falou que, apesar de ter bons desempenhos nos outros, sentia que ainda ficava devendo:
Eu acho que, por muitos anos, sempre fui muito importante para o time, como uma espécie de guia. Mas eu sentia que ainda ficava devendo, sabe? Nunca me senti completamente satisfeito. Sempre achei que poderia entregar um pouco mais em termos de performance individual, às vezes.
Eu sempre quis ser um cara mais confiável para carregar jogos também, não só alguém que dá suporte para o time carregar, mas alguém em quem o time pudesse confiar para isso. Acho que, com o tempo — e já faz um tempinho — venho melhorando nesse aspecto.
O jogador, porém, prega pés no chão, e afirma que é preciso seguir trabalhando com foco, e não se deixar consumir pela soberba, e que isso tem que ser o foco principal de sua equipe nessa sequência de vitórias:
É muito fácil enxergar os erros quando você está perdendo, mas quando está ganhando, às vezes o pessoal esquece de tentar evoluir, de corrigir, e acaba ficando satisfeito. A gente, não. Somos um time que nunca entra numa zona de conforto — a gente sempre quer melhorar.
Cariok ainda falou o que pensa sobre a FURIA, e disse que é a única equipe que enxerga com regularidade na competição. Indo além, o jungler projetou que provavelmente podem encontrar a equipe nos playoffs — para ser mais preciso, em uma Grande Final:
Esse split, de forma geral, está meio estranho. A Isurus Estral, por exemplo, era para ser um time forte no papel, mas estão mostrando jogos bem abaixo. Sinto que todos os times oscilaram bastante de nível; não vejo estabilidade em quase ninguém — talvez só na FURIA. Então, sim, é bem possível que eles sejam nossos adversários numa final.

Confira mais trechos da entrevista de Cariok abaixo.
O Roamer foi muito bem nessa série. O que diferenciou a atuação dele hoje, para as outras semanas?
Acho que o que aconteceu com o Roamer é bem simples. É algo comum quando você é novo no time: querer ajudar demais e, às vezes, acabar ignorando a própria posição. Nesta semana, a gente focou bastante nisso — em ele fazer o que acredita ser certo, se sentir mais confortável dentro do jogo e evitar se colocar em situações ruins.
Acho que hoje deu para ver esse progresso. Eu já estava bem confiante de que ele jogaria bem, porque nos treinos ele já parecia mais à vontade. Às vezes, a gente nem sabe exatamente como o jogador está se sentindo, né? Então é importante que ele mesmo comunique a condição dele.
Na série de hoje, achei que ele estava bem confortável com isso. Claro que ainda tem coisas em que podemos ajudá-lo, mas hoje foi bem mais tranquilo. O time adversário até tentou focar um pouco no mid, o que a gente já esperava, mas o Roamer conseguiu se sair muito bem.
Acredito que a gente estava esperando justamente por esse momento — o ponto em que ele pudesse mostrar todo o talento dele.
Essa é a versão do Roamer que ele costuma mostrar nos treinos?
Acho que sim. Ele é um cara que se cobra bastante, né? Depois dos jogos, sempre comenta o que acha que poderia ter feito melhor. Só que hoje dá para ver que ele está satisfeito, feliz com a própria performance.
Eu também estou muito feliz com o que ele jogou. Claro que sempre tem um detalhe ou outro que dá para ajustar, mas o principal — que era ele se sentir mais confortável — aconteceu. E isso reflete demais dentro do jogo.
Sinceramente, eu nunca estive preocupado com a performance dele. Sempre soube que ele é bom e já tinha uma noção do que estava acontecendo: quando você entra em um time novo, ainda mais um time forte, é normal querer ajudar demais.
Agora, ele vai conseguir colocar o jogo dele dentro do time, sabe? Acrescentar o talento dele do jeito certo.

Hoje, parece impensável, mas esse time da LEVIATÁN tirou uma série de vocês no primeiro split. O que mudou desde então?
Eu vejo muita evolução na nossa performance individual — a minha e a do time como um todo. Antes, a gente não tinha um direcionamento muito claro dentro do jogo. Começamos devagar no último split, para ser sincero. Agora, sinto que sabemos muito melhor o que fazer como equipe.
Vejo também atuações individuais bem melhores. Acredito que estou jogando melhor do que no split passado. E acho que hoje a gente não deu brecha para a LEVIATÁN. No split anterior, acabamos trocando muita confiança contra eles, e isso custou caro.
Nessa série, a gente entrou confiante, mas com a cabeça no lugar, sabendo que eles são um time que precisa ser respeitado e que a gente tinha que jogar sério do começo ao fim.
Lembro que o primeiro jogo contra eles, lá atrás, foi um jogo grande em que a gente acabou trollando bastante. Dessa vez, entramos mais focados e preparados, conhecendo melhor o estilo deles.
Vocês têm sido dominantes o campeonato inteiro. Como não se deixar levar, acabar sendo soberbos? Como manter o foco?
Cara, esse é o principal, é onde a gente precisa focar mais. Mesmo nas vitórias, a gente assiste aos jogos, toma bronca do Xero às vezes, mas sempre visando evoluir. A gente sabe que pode ser melhor ainda. O primeiro jogo de hoje, por exemplo, não foi “clean”; dava para ter feito algumas coisas melhores.
Mas a confiança também é importante. Entrar no stage acreditando no seu trabalho, no que você treinou, faz diferença. Essa confiança — de saber o seu nível, de saber quem você é — é ótima. Só não pode deixar isso virar soberba.
A gente sabe onde estamos, do que somos capazes, e, mais importante ainda, sabemos que podemos evoluir muito mais.

Cacá, você vai fazer 5 anos na paiN em maio. Quais são seus objetivos? O que você busca, tanto na sua carreira, quanto para a equipe?
Eu quero, obviamente, ganhar mais títulos com a Pain. Mesmo tendo uma carreira longa aqui, com alguns feitos importantes, sinto que ainda falta algo. Minha história poderia ter mais conquistas — e eu vou buscar isso.
Também quero performar melhor lá fora, contra os times internacionais. Tivemos um gostinho de como é jogar contra a LCS e, sinceramente, eu acho que tínhamos total condição de vencer. Eu quero voltar, quero enfrentar eles de novo e mostrar a nossa força. Quero ser um jogador que não só compete lá fora, mas que deixa a marca.
Com o tempo, sinto que estou chegando lá. Desde que surgiu o meta de junglers AP, minha evolução ficou mais clara. E, para ser honesto, eu quero mais. Eu tenho a ambição de ser o melhor. Sou muito competitivo, e não é só para vencer os outros — é para provar para mim mesmo do que eu sou capaz.
Acha que a FURIA é a equipe que, hoje, parece estar mais próxima da paiN?
Cara, a FURIA é um time bastante talentoso. Os cinco jogadores têm muita mecânica, muita habilidade individual, e acho que eles estão numa sinergia legal também. Com certeza é um time que dá trabalho para a gente.
O Tatu é um moleque com quem eu convivi bastante, temos uma amizade boa, mas é aquela amizade de rivalidade. Eu sei que ele quer muito me superar, quer muito me vencer — e eu também quero ganhar dele. Então existe essa tensão competitiva entre a gente.
Sobre a FURIA, é difícil falar com total certeza, porque ainda não enfrentamos eles em uma melhor de cinco num momento decisivo. Teve aquela série no split passado, mas, para ser honesto, ali a gente estava na nossa pior versão.
Não estávamos bem até chegar a série contra o 100 Thieves, e mesmo nela, ainda não estávamos no nosso melhor. Desde então, eles evoluíram, mas eu acredito que evoluímos ainda mais.
Eles são um time que sabe jogar muito bem quando estão na frente, então a gente precisa ter muito cuidado contra eles. Mas, no fim das contas, eu confio no nosso time — na nossa experiência, no nosso trabalho. E vou continuar confiando até me provarem o contrário.

Último recado para a torcida?
Só queria agradecer a torcida por sempre apoiar a gente. É muito legal sentir essa energia. Hoje, em especial, eu vi bastante painzete lá — sempre que a gente joga tem muita gente apoiando, mas hoje deu para perceber ainda mais. Vi também muitas caras novas, e isso foi muito legal.
Sobre o momento do time, é importante saber que a gente não está confortável. Estamos buscando melhorar ainda mais. Estamos com os pés no chão, cientes de que o campeonato ainda está longe de acabar. Tem muito jogo pela frente, e a gente sabe que não pode parar de evoluir, porque os outros times também estão correndo atrás.
A FURIA, por exemplo, é um time que eu vejo com muita garra, que quer muito vencer. Então, a nossa mentalidade é seguir crescendo, continuar apresentando bons jogos e jogar cada vez melhor.
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A paiN Gaming irá medir forças com a Vivo Keyd Stars, valendo a liderança do Grupo A, na próxima semana. O jogo está marcado para o domingo que vem (4), às 12h.
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