A Vivo Keyd Stars estava invicta, tendo vencido todos os seus confrontos na LTA Sul 2025 2º Split, até o último sábado (18), quando foi derrotada pela LEVIATÁN. Desde então, a equipe acabou sendo derrotada por FURIA e paiN Gaming, que ficaram com as primeiras colocações na Fase de Posicionamento.
Para falar sobre a super semana dos Guerreiros, que acabou colocando dúvidas sobre a capacidade da Vivo Keyd de seguir entre os melhores times da competição, o head coach SeeEl conversou com o Mais Esports, em entrevista exclusiva. Confira:
Confira alguns trechos da entrevista abaixo.
A Vivo Keyd é um time de extremos? Quando vai bem, é incrível, mas quando vai mal, decepciona muito?
Acho que estamos bem agora. Acho que estamos fazendo um bom jogo. Estamos em posições para vencer. Mas também vejo que há problemas que precisam ser resolvidos.
É isso. Não há extremos — ou você resolve, ou perde.
O técnico ainda opinou sobre se as derrotas dos Guerreiros estariam ocorrendo por problemas dentro de jogo, ou por conta de uma mentalidade equivocada dos jogadores:
São ambos os fatores. Se estivéssemos tão bem, mesmo com a mentalidade errada e com medo, provavelmente ainda poderíamos ter vencido. E se jogássemos do mesmo jeito, mas com uma mentalidade melhor, teríamos provavelmente vencido. Ou seja, são os dois fatores.
Prefere um time mais impulsivo, ou mais calculista?
Eu prefiro calcular. Acho que pensar nas decisões é algo essencial em qualquer esporte de alto nível. E tornar essas decisões mais simples é justamente o papel do sistema —
para que você precise pensar menos, para que o pensamento seja minimizado. Acho que os grandes esportes estão indo nessa direção.O futebol, especialmente, está virando um jogo cada vez mais baseado em sistemas. Acho que o mesmo vale para o League of Legends. Sempre me atraiu esse lado mais estratégico.

Porém, às vezes, é necessário ter iniciativa para ganhar jogos. Não é contraditório para um time mais calculista?
Acho que tudo bem se você calcula e perde — porque errou no cálculo. Isso é aceitável, não me incomoda. Mas hoje (contra a paiN), eu não acho que estivéssemos realmente calculando.
O inimigo tinha um Ivern, e a gente estava pokeando eles. O que foi isso? Eu poderia chamar qualquer jogador de League, mesmo um bronze, e ele saberia que isso é uma má ideia. O que exatamente estávamos tentando calcular? Quanto dano a gente ia causar no escudo? Não é assim que se joga.
Acha que falta mais iniciativa de um ou dois jogadores em momentos decisivos nos jogos?
Acho que isso mostra um sistema incompleto. Um sistema completo envolve todos os jogadores. Até mesmo no ano passado, o ProDelta era o capitão, mas não era exatamente assim. Acredito que cada um tem seu papel.
Alguns jogadores precisam clicar mais — os AD carries, por exemplo, têm essa função. Falar mais e tomar boas decisões, ao mesmo tempo, é mais difícil. E seu campeão é mais frágil, mais fácil de ser abatido em comparação com outros. Por isso, jogar como AD carry é bem mais complicado.
Para um jungler, top laner ou suporte, o jogo é mais tranquilo — são campeões mais resistentes, mais difíceis de eliminar. Num sistema completo, cada um cumpre sua função. É o mesmo no futebol.

Trymbi e Disamis precisam ter mais confiança para “apertar os botões”?
Hoje, o Trymbi foi perfeito. Ele disse às pessoas o que fazer, assumiu tarefas que eram de outros, e então a gente conseguiu executar. Ele chegou a dizer algo como: “Pessoal, estou em um 1v1 contra o Ziggs, precisamos engajar.” E mesmo assim, nós não engajamos.
Ao ser questionado como Trymbi subiu de produção, e melhorou seu desempenho no segundo split, SeeEl foi categórico:
Acho que cada jogador tem seus próprios desafios. No caso dele, acho que foi mais fora do jogo — como ele pode se adaptar melhor à cultura, como posso ajudá-lo a se tornar um líder. Ele nunca teve que ser um líder antes.
No jogo, sinceramente, acho que ele estava sendo trollado. E agora ele parece melhor simplesmente porque os outros pararam de trollar.
Os testes no draft influenciaram para as derrotas da Keyd na super semana?
É uma questão de perspectiva. Todo mundo tem uma opinião diferente sobre se um draft é vencedor ou não. Nesta semana, acho que ganhamos um draft — e de forma bem clara. Apesar de, no sábado, o draft com Fiora e Wukong ter sido uma decisão minha. Ainda assim, acredito que aquele jogo também era totalmente vencível.
Nas últimas semanas, optei por comps de scaling porque achava que nos dariam a maior chance de vitória. E eu queria começar com uma base vencedora. A confiança é algo importante para este time. Por isso, queria mostrar que podemos vencer qualquer adversário.
Nesta semana, preparamos drafts mais equilibrados, que treinamos mais nos scrims. Coisas como Ahri, Ambessa e Vi… Hoje usamos Xin Zhao e Taliyah — campeões bem comuns nas principais ligas, fáceis de executar e bons para jogar nas sides.
O problema é que não executamos quando realmente importava. Então, se a causa foi o scaling, a falta de conhecimento de jogo, ou a mentalidade… não tenho certeza. Minha impressão é que foi a mentalidade. Mas vamos ver. Nas semanas anteriores, vencer era crucial. Nesta semana, nem tanto.

Como foi para você a primeira fase, com a disputa de MD1?
Eu ainda prefiro a temporada mais longa. Acho que isso faz diferença, especialmente porque é uma maneira sem riscos de ganhar ritmo durante a fase. Isso é ainda mais importante para times novos, como o Fluxo — como nós. Especialmente no caso do Boal.
O Boal ficou dois anos fora do stage. O Morttheus estreou no CBLoL só no ano passado. Kisee também debutou aqui, e apesar de já ter jogado na Oceania, é diferente jogar de casa, com outra pressão. Por isso, acho que essa fase importa, sim. Na verdade, acho que toda competição importa.
O problema é que alguns não estão levando a sério essa parte inicial, como se não fosse a competição real — e isso me incomoda. Obviamente tem valor, mas acho que deveria ter ainda mais. Deveria haver algum benefício real por terminar em primeiro lugar. Afinal, se você ganha sete jogos seguidos… deveria significar algo.
E agora, entrando na Fase de Grupos, com MD3?
Eu acho que deveríamos jogar séries melhor de três (BO3) em todos os jogos. Na minha visão, o ideal seria termos sete rodadas de BO3 — se realmente quisermos ser bons.
Claro, isso exige mais investimento. É caro, e dá muito mais trabalho. Mas, para ser sincero, nós já trabalhamos por longas horas. Para nós, que estamos entre os melhores, a maioria do dia já é dedicada ao jogo.
E com BO3, pelo menos, você joga mais. Você aprende mais. Acho que deveríamos ter mais séries assim, mais partidas, se realmente queremos ser competitivos em nível internacional.

Último recado para os torcedores da Vivo Keyd Stars?
Para ser claro, foi impossível manter a line-up do ano passado. Como eu anteriormente, o top e o suporte não queriam mais jogar juntos — e eles realmente não se encaixavam. Isso ficava evidente tanto dentro de jogo quanto na forma como enxergavam o jogo. Eu tive que escolher entre os dois, então, o elenco precisaria mudar.
A verdade é que, se não acreditarmos que podemos vencer tudo, não faz sentido manter as mesmas peças. Quero que os fãs entendam isso. Isso faz parte da construção de um elenco, e essas decisões sempre vêm com algum risco.
No fim das contas, todas essas escolhas são minha responsabilidade. Mas não faço porque gosto — faço porque é necessário. Por exemplo, o Smiley é um dos meus melhores amigos na vida real, e mesmo assim eu precisei deixá-lo ir. Ainda bem que tivemos a sorte de mantê-lo na Tier 2. Ele preferiu continuar trabalhando comigo do que aceitar uma proposta na Europa.
Ele mesmo comentou que, estando mais velho, está começando a pensar também em seguir no caminho do coaching. E acho que nós temos uma ótima química de trabalho. Por isso, gostaria que as pessoas entendessem um pouco mais esse lado também. Mas, sim — a responsabilidade é toda minha. E vamos fazer melhor. É isso.
Acompanhe a LTA Sul 2025
A Vivo Keyd Stars volta ao Rift neste final de semana, e irá iniciar sua trajetória no Grupo A da competição, contra a Isurus Estral. O jogo está marcado para este sábado (26), às 15h.
Para não perder nada do que acontece dentro e fora do campeonato sul-americano de League of Legends, basta acompanhar a cobertura completa da LTA Sul 2025 2° split com calendário de jogos, resultados, tabela e outras informações aqui no Mais Esports!
Não se esqueça de votar nos times que você acha que vão vencer no Bolão Mais Esports!