A RED Canids conquistou sua única vitória na super semana da LTA Sul 2025 2º split e foi justamente com o retorno do Aegis à Matilha. O Mais Esports conversou com exclusividade com o jogador sobre o seu momento de saída e retorno do elenco principal, confira:
Aegis conta sobre uma falta de motivação
Durante a coletiva de imprensa, ao explicar os motivos por trás da sua saída e retorno ao elenco da RED Canids LTA, Aegis revelou que parte da decisão dos CEOs da organização se deu por uma percepção de falta de entrega de sua parte.
Em conversa com o Mais Esports, o jogador detalhou melhor essa situação. Confira:
Cara, eu estava passando por problemas na minha vida pessoal e, na parte profissional, acho que… bom, eu comecei a jogar competitivo porque queria ter um bom nível lá fora, em internacional. Desde que a gente perdeu no MSI de 2022 — aquele último que joguei — senti que saí de lá com a cabeça de quem tinha desistido, sabe? Como se eu pensasse: “não dá.”

A minha motivação para continuar jogando era justamente essa — tentar ir bem internacionalmente — e, a partir dali, fiquei tentando buscar outras formas de me motivar. Mas, com o tempo, essa vontade foi diminuindo, e acabou virando uma bola de neve. Fui deixando tudo se acumular, me sentindo cada vez mais perdido, sem propósito.
Isso acabou me levando a cometer vários erros, justamente por não ter um objetivo claro. Eu me importava com coisas que não deveria, fazia coisas que não precisava fazer… E tudo isso foi se acumulando até chegar nesse primeiro split, onde realmente me esforcei bastante.
Mesmo assim, a gente perdeu — e isso me frustrou muito. Tentei mudar algumas coisas, mas as coisas não fluíam. E aí minha desmotivação começou a pesar de verdade… as pessoas ao meu redor conseguiam perceber que eu já não estava sendo eu mesmo.

Sobre você viver um ambiente de Academy… Você sentiu uma lição de humildade ou algo do gênero?
Acho que não foi exatamente uma lição de humildade, porque, assim, eu sempre quis ajudar, dar minha opinião. Mas eu nunca me sentia totalmente à vontade para chegar e simplesmente falar um monte de coisas.
O TitaN, por exemplo, já é um cara mais desenrolado, mais direto. Ele chega, fala o que pensa mesmo, sem filtro, sem se preocupar muito com o que os outros vão achar.

Eu já sou o oposto — chego com mais cuidado, falo no “sapatinho”, dou um pitaco aqui, outro ali… Não quero parecer que estou chegando com a razão absoluta, como se soubesse mais do que todo mundo. Então, com eles, eu sempre tentei ajudar, mas sem impor nada. Quando fui para o Academy, isso bateu mais forte em mim — foi tipo um “retorno”, sabe?
Me fez perceber que eu precisava me relacionar melhor com meu time, criar uma boa conexão com eles. Fazer com que eles também se sentissem confortáveis com a minha presença, com essa troca que rolava ali.

Mostrar que eu não estava ali com uma postura de superioridade, como se tivesse mais moral ou mais autoridade sobre eles. Pelo contrário: eu deixei claro que eles podiam falar o que quisessem comigo, sem medo ou receio. Fui construindo esse laço de respeito mútuo, para que jogar comigo fosse algo leve, tranquilo.
Eu queria que eles se sentissem o mais à vontade possível. Fui trabalhando muito nisso, porque era uma habilidade que percebi que não vinha desenvolvendo tão bem na line principal. Eu não estava me abrindo, não estava tentando me conectar de verdade com o time. E isso fez diferença.
Você acha que esse clima de família da RED, dado a alta proximidade que você tem dos CEOs, isso te afetou de alguma maneira negativamente? Pra se conectar ou se abrir melhor.
Querendo ou não, a relação ali é profissional e baseada em performance. Então eu sabia que, no momento em que eu deixasse de performar, ou agisse de uma forma diferente do que eles acreditam ser o ideal, provavelmente tomariam alguma atitude — e foi exatamente o que aconteceu. E, de fato, eu não tive essa oportunidade [de me abrir ou me explicar].
Acho que poderia ter tido, sim. O Corradini é um cara bem aberto, disposto a conversar comigo e com todos os jogadores, sempre tentando resolver os problemas ou ajudar da forma que pode. Mas, na real, eu não estava buscando muita ajuda. Estava tentando resolver tudo sozinho. Por isso, ele também não teve como me ajudar muito.

Depois disso, ele acabou postando algumas coisas, porque ele realmente preza pela transparência com a torcida. E às vezes, ele até faz isso com um certo tom de humor, tentando proteger os jogadores — como aconteceu naquela semana, quando ele tweetou algumas coisas.
Da raiva perder game ganho? Lógico que dá, mas vcs tão se perdendo exigindo vitória da fase de decisão de seeding.
Basta ler o Tweet abaixo.
Calma aí pô, estão todos trabalhando, todos fazendo de tudo pra aprender o mais rápido possível tudo o que precisam.
O time está… https://t.co/p54Ob5Uvot
— Felippe Corradini (@fecorradini) April 19, 2025
A intenção dele, muitas vezes, é atrair a atenção para si e não para os jogadores. É uma forma de provocar um pouco, mas também de proteger.
Ele tem muito isso: quer blindar os jogadores e manter a torcida ciente do processo, do esforço que está sendo feito. E eu respeito muito ele por isso — acho que poucas organizações têm essa postura. Muita gente, às vezes, não entende a intenção por trás do que ele faz. O jeito dele pode parecer caótico, e sim, às vezes ele fala coisas erradas — porque ele também está no calor do momento, ele é fanático por isso tudo.

Então acaba sendo uma faca de dois gumes pra ele. Mas esse é o jeito dele, é o jeito da organização — e eu respeito.
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A RED Canids agora está no grupo B da LTA Sul 2025 e vai enfrentar a FURIA, LOUD e o Fluxo W7M em MD3! Será que a Matilah consegue se sair bem com a volta do Aegis para a jungle?
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