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O melhor e o pior da LCK em 2018

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A LCK (campeonato sul-coreano) foi espetacular esse ano. Claro, o desfecho para a região não foi nada bom, uma vez que não venceram o World Championship pela primeira vez em anos. Mas tantas narrativas foram escritas. O supertime da kt Rolster finalmente levantou uma taça, a Griffin surgiu do nada e virou tudo de cabeça para baixo e a SK Telecom T1 teve que jogar tudo pro alto na tentativa de melhorar.

Para o ano que vem, vai ser interessante acompanhar o resultado da dança das carreiras que rolou durante o pós-temporada. Lee “Faker” Sang-hyeok e Cho “Mata” Se-hyeong, Go “Score” Dong-bin e Gwak “Bdd” Bo-seong, Kim “Kiin” Gi-in e Son “Ucal” Woo-hyeon são algumas das duplas mais empolgantes. Mas antes, para finalizar esse capítulo, nada mais justo do que eleger o melhor e o pior da LCK em 2018.

A melhor série: Gen.G vs Griffin  –  Semana 6 do Summer

“Você nunca viu cenas como essa num jogo competitivo”, foi a primeira frase de Christopher “PapaSmithy” Smith quando o confronto entre Gen.G e Griffin acabou. Bem, ele estava certo. Essa foi provavelmente a partida mais apertada desde a primeira Telecom War de 2017, mesmo tendo sido um 2 a 0 para Jo “CoreJJ” Yong-in e companhia.

Naquele ponto, esses dois clubes  –  assim como Kingzone DragonX e kt  – estavam praticamente empatados no topo da tabela. Qualquer embate entre eles impactaria o resultado final do campeonato. A Griffin levou a melhor quando se encontraram anteriormente, principalmente porque a Gen.G adotou a estratégia de farmar para o Late Game como de costume.

Dessa vez, no entanto, as duas esquadras não mediram esforços e foram com tudo para o Early Game  –  no caso do primeiro jogo  – e para o estágio de lutas como um todo. Não só isso, mas jogadores como Lee “CuVee” Seong-jin e Kang “Ambition” Chan-yong, que não impressionaram muito durante o ano, jogaram no que pareceu o ápice do nível deles.

Houve brigas nas quais cada pessoa saiu com uma lasca de vida, jogadas memoráveis usando Onda de Choque e GNAR!, marca de mil abates para Ambition, tentativa de backdoor… Tudo o que a melhor série da LCK em 2018 poderia oferecer. Mais tarde, na final das Regional Finals, Gen.G e Griffin voltaram a se encontrar com implicações de classificação pro maior palco do cenário, então em retrospectiva tudo fica ainda melhor.

O maior 1v9: Ruler vs bbq

O ano acabou mal para Park “Ruler” Jae-hyuk e os companheiros da Gen.G. Colocados num grupo com Royal Never Give Up, Team Vitality e Cloud9, a expectativa era de no mínimo uma tranquila segunda colocação na fase de grupos do Mundial. Em vez disso, emplacaram apenas uma vitória, tendo desempenhos medíocres ao longo de todas as rotas e sendo o primeiro time coreano a cair àquela altura do torneio em anos. Para o atirador foi ainda pior, visto que era cotado como um dos melhores do campeonato e no fim saiu com algumas das piores estatísticas da posição.

Não fosse esse pequeno grande deslize, contudo, não haveria um “a” para se questionar em relação a Ruler. Ele foi impecável. Por grande parte da temporada o único raio de esperança da então campeã mundial reinante. Quando o meta mudou para Magos e Lutadores no bot, ele se manteve firme e foi um dos poucos no mundo a insistir nos adcarries tradicionais. Quando Lee “CuVee” Seong-jin teve problemas de champion pool, ele fez o máximo para segurar partidas. E quando Lee “Crown” Min-ho ficou 1/9/4 de Vel’Koz e o resto do roster parecia colapsar nos arredores, ele pegou Tristana e carregou sozinho.

Naquela partida em particular, Kim “Trick” Gang-yun  –  normalmente um caçador passivo – optou por dar pathing em direção ao topo. Encaixou três dives seguidos pra cima da Camille de CuVee, que perdeu a torre cedo e ficou muito atrás em experiência e farm. Até deu tempo de matar Crown uma vez, durante a fase de rotas. Ruler, porém, ficou intocado no bot e contra a dupla de Kalista e Leona foi capaz de garantir uma vantagem de minions.

O problema seria sobreviver contra a quantidade exorbitante de iniciação que a bbq tinha. O Kha’Zix de Trick entraria invisível, Kang “Tempt” Myung-gu usaria a Entrada Heróica do Galio como follow-up e ainda por cima haveria a Labareda Solar da Leona de Lee “IgNar” Dong-geun para garantir. Crown foi constantemente pego por essa jogada, até quando tinha Flash e Purificar disponíveis, mas Ruler era simplesmente rápido demais. Cada tentativa inimiga passava em branco e sempre que possível o atirador saía com um ou outro abate.

Certo, tudo ficou mais fácil no momento em que a bbq resolveu ignorar as side lanes e dar tunnel vision no combo que a composição proporcionava. Mas quando você é o único a aguentar o Early Game, sobrevive por conta própria nas lutas e termina o jogo com quase metade da porcentagem de dano da própria line-up… É difícil de não levar o prêmio de maior 1v9.

A revelação
Viper

Imagina não escolher um membro da Griffin numa premiação de revelação. Um time de jogadores vindos majoritariamente da fila ranqueada, com pouquíssima experiência no profissional e que mesmo assim chegou muito perto de completar a Royal Road.

Lee “Tarzan” Seung-yong e Jeong “Chovy” Ji-hoon poderiam muito bem competir por esse título, mas Park “Viper” Do-hyeon ficou com a tarefa mais difícil dentre eles. Não apenas ele teve que estrear numa liga com nomes como Kim “Deft” Hyuk-kyu, Bae “Bang” Jun-sik, Kim “PraY” Jong-in e Ruler, como também precisou se adaptar ao novo meta de Magos e Lutadores na rota inferior.

E ele foi de longe o melhor nesse quesito. Enquanto a maioria dos bot laners encontrou dificuldade em manejar esses tipos de campeões, Viper esbanjou uma vasta champion pool. Priorizou Vladimir, mas também trouxe Yasuo, Ryze, Swain, Taliyah, Morgana, Gankgplank, Irelia, Darius, Kled, Jayce e até Teemo. Não foi à toa que a comunidade coreana começou a chamá-lo de “próximo Faker”.

Mais para o fim da fase regular, quando tudo voltou ao normal, mostrou que também dominava os atiradores. Foi bem especialmente com Ezreal e Kai’Sa – e o lance em que virou uma luta sozinho no primeiro jogo da final vai ficar na memória por um bom tempo. Para melhorar, o jovem tem apenas dezoito anos e por isso foi considerado por muitas personalidades o jogador mais procurado dessa janela de transferências. Ele acabou ficando na Griffin, então vai ser empolgante vê-lo com a gangue rubro-negra no ano que vem.

A decepção: Crown

No momento em que este texto está sendo escrito, Lee “Crown” Min-ho já está há um bom tempo desvinculado de uma organização coreana e com tudo acertado para ir pra América do Norte. Ele vai jogar pelo OpTic Gaming, o que é provavelmente uma escolha duvidosa considerando todos os problemas psicológicos e a fase na qual se encontra.

Mas independente da decisão que ele tomou para o futuro, há de se falar do ano desastroso vivido pelo meio ex-KaBuM Black. Após ser coadjuvante na jornada pela Summoner’s Cup – quando foi relegado a jogar prioritariamente de Malzahar para mascarar os problemas na laning phase  - , esperava-se que ele voltaria ao nível do Summer de 2016 e Spring de 2017. Isto é, quando era visto como o segundo melhor da posição atrás de Faker.

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Crown, aos prantos, após derrota que poderia ter custado classificação aos playoffs (OGN)

Crown até teve um bom início de temporada, conseguindo uma solokill pra cima de Bdd – na estreia contra a Kingzone – que empolgou os fãs. A própria Gen.G se mostrou uma das equipes mais fortes. Mas na semana quatro, tudo foi por água abaixo. Eles entraram numa sequência de derrotas, por pouco se classificaram para os playoffs e rapidamente foram despachados pela SKT. A forma do mid laner, também, havia caído.

Depois disso, ele foi pouco visto. Isso porque Song “Fly” Yong-jun chegou na segunda etapa para tomar o posto de titular  – e honestamente conseguia fazer tudo o que o companheiro fazia, só que melhor. Crown, então, acabou jogando apenas três sets da fase regular. Também, embora tenha participado da classificação para o Mundial, não foi tão determinante como Kang “Haru” Min-seung, que também pouco jogou no split. Sem mencionar o Mundial, né? Certamente um ano para se esquecer.

A seleção: Kiin, Score, Bdd, Ruler, Mata

Escolher uma seleção para 2018 foi bem simples. Teve tudo a ver com constância. Apesar de a KZ ter dominado o Spring, a queda deles foi muito brusca para premiar muitos dos jogadores. No caso da GRF, eles jogaram apenas metade dos jogos  – e mesmo se não levasse isso em consideração, os indivíduos selecionados foram capazes de se destacar com ainda mais regularidade.

Kiin e Mata podem não ter alcançado as mesmas alturas que Kim “Khan” Dong-ha e Park “TusiN” Jong-in atingiram, respectivamente, no primeiro split. Mas eles foram estáveis e em nenhum momento caíram de produção, como ocorreu com os rivais.

No caso de Go “Score” Dong-bin, ele também foi premiado pela tenacidade, mas não dá nem para dizer que houve alguém que em algum instante o ultrapassou. Tarzan foi uma ótima surpresa e é impossível não ficar ansioso para vê-lo em 2019, mas em geral ele foi lido como um livro pelo veterano. Até mesmo em derrotas, o caçador de 26 anos estava sempre no lugar certo para dar counterganks e afins.

Já Bdd e Ruler foram simplesmente melhores que todos os oponentes. No passado, o atirador teve problemas de champion pool, foi agressivo demais ou apenas ofuscado pelos colegas. Agora, foram raras as partidas em que ele não deu o maior dano do servidor ou então não ganhou uma fase de rotas. Similarmente, Bdd foi a única arma dos Dragões após perderem o Mid Season Invitational. O que nos leva ao último prêmio…

O MVP: Bdd

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Bdd, no centro da Kingzone, como foi durante grande parte de 2018 (Riot Games)

Isso não foi nenhuma surpresa, não é? Como mencionado previamente, a Kingzone dominou o Spring e por um momento pareceu que entraria para a história do competitivo. Da maneira como estavam jogando  – liderando cada estatística, seja de Early Game, Late Game, primeira torre, pode escolher  - , era questão de tempo até varrerem o MSI e os torneios seguintes.

A realidade, todavia, foi a derrota para a RNG após uma campanha nada convincente até a final. E nada foi o mesmo desde então. Khan, a despeito de ter sido nomeado MVP do Summer, não se adaptou bem ao meta de tanques. Ele basicamente só conseguia jogar de Dr. Mundo  –  e foi com ele que acumulou a grande maioria dos pontos. A dupla de PraY e Kang “GorillA” Beom-hyeon, antes a mais confiável de todas, também decaiu. E Han “Peanut” Wang-ho nunca encontrou a sinergia ideal com os solo laners.

Bdd foi o único ponto que se manteve vivo por toda a season. Sem ele, a Kingzone dificilmente teria competido pelo topo da tabela. Foram vinte campeões jogados na segunda etapa, inclusive Taric e Braum por causa do meta de funnel. Com escolhas como Zoe, Aurelion Sol e Xerath, foi responsável pelo solocarry de diversas séries. Fora que ninguém chegou perto de batê-lo em lane. Além de bicampeão, o jovem de dezenove anos foi eleito MVP do Spring e na visão de muitos analistas deveria ter vencido no Summer também. Por tudo isso, ele merece ser o melhor do ano.

BETBOOM
Rick Birman
publicado em 26 de dezembro de 2018, editado há 5 anos

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