O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu à Polícia Civil a abertura de inquérito para investigação da Confederação Brasileira de Desportos Eletrônicos (CBDEL) por suposto favorecimento a um time com ligação com funcionária da entidade desportiva.
A notícia foi publicada primeiramente pelo ge. O favorecimento seria a participação de uma equipe em uma competição realizada pela Federação Internacional de Esports Eletrônicos (IESF). O pedido foi feito com base em notícia crime enviada por jogadoras da God Genesis, que se sentiram prejudicadas com a situação.
Entenda o caso
A equipe da God Genesis seria a representante no Brasil da IESF World Esports Championship. O time foi o único inscrito no chamamento da CBDEL. As jogadoras assinaram contrato se comprometendo a jogar a seletiva, segundo reportagem do ge.
Vinte dias depois, Jennifer Souza, gerente da CBDEL, entrou em contato com Camille Vitória, jogadora da God Genesis, pedindo que sua equipe disputasse o campeonato pela organização Storm Power, na qual Jennifer era gerente à época.
Nesse contato, a gerente da CBDEL disse que Brasil e Argentina teriam duas vagas no campeonato e que os países não se enfrentariam em uma disputa qualificatória. Como não houve outras inscrições de outros países fora Brasil e Argentina, a CBDEL cancelou o classificatório e, por isso, os países teriam vaga direta na competição.
Mudança de formato em última hora
Apesar disso, a God Genesis não ficou com a vaga direta na competição internacional. A CBDEL fez um novo chamamento público para escolha da equipe que representaria o Brasil no torneio.
Segundo a confederação, a mudança teria sido uma ordem da IESF, o que foi desmentido pela entidade internacional em comunicado ao portal Dust2 Brasil e para as próprias jogadoras da God Genesis.
No novo chamamento público, God Genesis e Storm Power foram as equipes inscritas; Jennifer Souza fazia parte do staff da Storm Power.
Houve uma partida MD3 entre as duas equipes e, segundo as jogadoras da God Genesis, diversos problemas técnicos foram sentidos. No fim, a Storm Power venceu por dois a zero.
Ao ge, Jennifer Souza falou sobre o assunto. Segundo a gerente da CBDEL, as jogadoras da God Genesis não aceitaram perder.
Eu não estou aqui para prejudicar ninguém. Elas participaram de um ranqueamento e perderam. E não aceitam que perderam. Foi isso que aconteceu, infelizmente.
Do que a CBDEL é acusada?
As jogadoras pediram que a CBDEL seja investigada por crimes de corrupção privada no esporte, contra incerteza do resultado esportivo e contra ordem econômica esportiva com base na Lei Geral do Esports, além do crime de estelionato, segundo o Código Penal. Os denunciados negam qualquer irregularidade.
Ao ge, Ulises Witter, diretor de esportes digitais da CBDEL, disse que a situação foi conversada e explicada para as jogadoras da God Genesis. Sobre a notícia crime, o diretor não se manifestou e disse que a entidade não tem conhecimento da denúncia.
A Promotoria de Justiça em Jundiaí-SP enviou um ofício à Polícia Civil para investigar o caso. Uma cópia da denúncia foi enviada ao Ministério do Esporte.