A FURIA foi eliminada após perder para a GAM e o Mais Esports entrevistou com exclusividade o Tutsz que trouxe algumas impressões bem únicas sobre a campanha brasileira e sobre a performance individual.
E aí, Tutsz, qual é o sentimento agora?
Raiva. Eu me esforcei muito desde que acabou a LTA para ter uma performance boa, estar aqui, jogar bem e tentar passar de fase, algo que eu achava completamente impossível.
Acho que o pessoal de fora pensava que a gente ia tomar um pau da G2 e, no máximo, ganhar da GAM porque não conhecem muito bem eles. Mas eu realmente acho que dava para ter ganho da G2. Internamente a gente sabia que podia ganhar deles e da GAM também, mas acabou não acontecendo.
Fica aquela sensação de que nos três jogos que vocês perderam dava para ter vencido. Você acha que foi falta de disciplina?
Acho que a gente perdeu um pouco o foco, principalmente no jogo 4. Estávamos em uma situação boa, mas compramos uma luta nada a ver comigo bem longe. Isso deu o Barão para eles, sendo que eu estava muito forte. Individualmente eu estava bem — se alguém viesse para cima de mim eu estava com três itens e o cara tinha dois.
Acho que se a gente tivesse jogado mais comigo, e eu tivesse sido mais claro e vocal, provavelmente teríamos levado esse jogo 4 e eu estaria bem mais feliz.
Sobre o jogo 4 ainda: no final você caiu no bait da LeBlanc. O que rolou ali?
Acho que eu poderia ter flashado antes o E dela, porque ela ia flashar para trás e eu continuaria batendo nela, já que ela não tinha nem W. Ela tinha usado W e Q para frente, então não conseguiria voltar com o R. Se eu faço isso e flasho o E dela, ela ia morrer porque não teria como sair e eu não tomaria o CC. Vou ter que rever melhor, mas é o que lembro da jogada. Eu quis puxar a responsa.
Estávamos numa situação ruim, era a Alma deles. Vi uma oportunidade e fui nela, não me arrependo. Vão falar que entreguei o jogo de Azir, sei lá, porque ele estava muito melhor antes. Mas eu tentei algo. Se não me engano, era ponto de alma deles. Se fôssemos para o Barão, eles poderiam pegar a Alma, e se fôssemos para o Dragão, não era nossa alma ainda.
Então não valia a pena trocar o Dragão pelo Barão. Por isso jogamos ao redor do mid. Óbvio que não precisava ter comitado, poderia ter feito diferente, mas na hora parecia um bom ângulo e não me arrependo. Da mesma forma como peguei outros ângulos bons, como no jogo de Sylas.
Você acha que teve mesmo um problema de disciplina, como no Atakhan do último jogo em que a tentativa deu muito errado?
É complicado. A gente tentou aquela jogada porque eles estavam sem ult da Orianna e da Naafiri na hora. Mas demoramos tanto para fazer que voltou. Eles tinham gastado o combo e errado, algo assim. Aí quisemos forçar porque eles estavam sem cooldown, mas nossa combinação não era boa para isso. Era muito lenta. Só o Trundle batia e não dava tanto dano. Eu tentava jogar pelos lados, senão ia ter que bater de frente.
Talvez com um Azir fosse uma jogada melhor. Estava difícil porque estávamos bem atrás no jogo, sem muito espaço na jungle. O GP e a Naafiri deles estavam muito fortes. A gente tentou algo, mas nossa composição não permitia muito.
Apesar de você já ser bicampeão no Brasil, esse foi seu primeiro torneio internacional. Como foi essa experiência?
Eu estava bem confiante de que teríamos uma campanha melhor. Internamente, a gente confia muito no nosso potencial. Acreditávamos que dava para ganhar da G2, da GAM. Até conversávamos sobre se daria para ganhar da BLG, mas depois que perdemos para a GAM, nem faz sentido falar disso. A verdade é que erramos muita coisa, poderíamos ter mandado melhor. Mas a experiência que fica para mim é que, individualmente, a gente tem nível.
O que precisamos consertar são os detalhes como time mesmo. Aqui o jogo é mais rápido, os times são mais decisivos. Tem coisas boas para levarmos para casa e já nos prepararmos para a EWC agora, que vai ser outra experiência importante.
E em relação aos treinos aí, você sentiu que vocês evoluíram?
A gente treinou só contra times do NA e do EU. Infelizmente não conseguimos scrims contra times da LCK ou da LPL, o que foi meio triste. Mas mesmo assim aprendemos muita coisa boa com eles. Eles jogam muito melhor o macro, de forma mais rápida. Acho que em teamfight a gente ainda é ok, mandamos bem para nível internacional.
Você acha que essa FURIA de hoje já é um time melhor do que aquele que estava na final contra a paiN?
Com certeza. Na final contra a paiN a gente estava um pouco nervoso e erramos muita coisa, jogando meio de qualquer jeito, desengajando. Hoje somos um time mais calculado, com mais noção do que é bom ou ruim. No geral, acho que a maior dificuldade para a gente nesse MSI foi a laning phase, que foi um desafio algumas vezes. E também usar o tempo para snowballar o jogo, que aqui é bem mais difícil. Muitas vezes queríamos draftar para ter uma luta forte e direta. Por exemplo, hoje não queríamos jogar de Ryze porque sentimos que mesmo jogando o side bem e usando o tempo certo, não ia ser tão efetivo como no Brasil.
Eu achei que você fez um MSI muito bom individualmente. Você mandou bem contra o Caps ontem…
Ah, é discutível. O que eu sinto é que isso é bom para quem não se contenta com pouco. Vendo de fora, muita gente acha que “é a G2, é a GAM”, que é difícil. Mas internamente, a minha vontade era destruir os dois midlaners. Eu sabia que a gente tinha potencial para ganhar deles, por isso dói muito. É fácil falar “fez um bom jogo contra o Caps”, mas, com todo respeito? Eu quero que esses caras se f0d4m! Eu não quero só isso. Eu gosto muito do Caps, tenho muito respeito, mas eu quero ganhar deles. Eu não aguento mais perder.
Só quero ganhar desses caras. Não vou me contentar com só cinco jogos contra a G2 ou a GAM. Quero mesmo é vencer eles na próxima. É isso. Se for para falar a verdade, essa é a verdade que eu sinto.
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Eliminada do MSI 2025, a FURIA ainda tem outro compromisso internacional antes de retornar à LTA Sul. A equipe participará da EWC 2025, a Copa do Mundo de LoL. A competição está marcada para rolar entre os dias 16 e 20 de julho.
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