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Quake Champions: nosfa aprova atuação na Pro League e lamenta concorrência de battle royales

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nosfa durante a disputa da DreamHack Winter 2017 de Quake Champions (Foto: Jussi Jaaskelainen/DreamHack)

A história da franquia que deu origem aos esports ganhou um novo capítulo no último final de semana. Ainda tentando escapar da decadência dos arena shooters, Quake Champions celebrou o lançamento de seu circuito competitivo na tradicional QuakeCon, nos Estados Unidos.

Entre os 20 jogadores convidados para disputar o evento estava o brasileiro Filipe “nosfa” Barbosa, principal nome da América do Sul no título, lançado em 2016. Mesmo morando e treinando em uma região bem menos competitiva que seus adversários, nosfa fez bonito. Foram 11 vitórias em 20 jogos e um 11º lugar para o brasileiro.

“A gente sempre espera mais, principalmente quando não ganha o ‘caneco’. Minha expectativa mesmo era ser campeão. Mas o ditado de que ninguém ganha sua primeira QuakeCon é verdadeiro”, contou nosfa em entrevista ao Mais Esports.

“No geral, gostei da minha atitude na competição. Consegui desbancar alguns grandes nomes e tirar um ou outro mapa de outras lendas em lan”, completou.

O momento favorito de nosfa foi a vitória contra Marco “vengeurR” Ragusa – na Partida por Prêmios, que valia a 11ª colocação, o brasileiro bateu o italiano por 3 a 2 e encerrou sua participação com um triunfo.

“Ganhar do RAISY foi algo muito satisfatório para mim pois foi minha primeira vitória em um campeonato offline, algo que eu nunca irei esquecer. Mas, minha vitória contra o vengeuR foi o meu momento favorito. O garoto é muito bom e também era o mais novo da competição, apesar de ter muito mais experiência em campeonatos offline do que eu. Sendo quase oito anos mais velho que ele, eu queria mostrar que idade não é documento nos esports”, explicou.

“Eu tive um primeiro mapa terrível e um início de segundo mapa pior ainda. Ele chegou a liderar por 5 a -1 – errei um strafe jump por besteira e escorreguei para fora do mapa -, mas eu coloquei na minha cabeça que eu iria achar uma solução para o comeback, consegui e acabei levando a série. Acho que foi um teste de resiliência para mim, principalmente porque eu estava exausto e também havia perdido para ele no primeiro dia. Trazer essa vitória para o Brasil e para a América do Sul foi muito importante”, completou nosfa.

Além de estrear o novo circuito competitivo, essa Pro League serviu para testar o Time Limit Duel, o “novo” modo de disputa dos torneios de Quake Champions. Ao contrário dos jogos por rounds e com três campeões, os torneios vão passar a adotar o formato clássico do arena shooter com elementos que o título permite – jogadores se enfrentando sem parar por 10 minutos, sem trocar de campeão. Nosfa se mostrou um fã do novo modelo.

“Na minha opinião, é o melhor formato disparado. Eu vi com meus próprios olhos um único round durando mais do que 20 minutos na DreamHack Winter 2017. Nessa QuakeCon, em 20 ou 25 minutos você conseguia finalizar uma melhor de três. É muito melhor para os jogadores, espectadores e principalmente para o andamento dos campeonatos”, afirmou.

O FUTURO

Agora, nosfa retorna ao Brasil, de onde disputará as ligas destinadas aos jogadores norte-americanos. Ou seja, o brasileiro passará as próximas semanas enfrentando seu velho adversário, o ping alto.

“Essa QuakeCon foi o grande divisor de águas para mim. Os resultados que obtive aqui me colocam como top 4 na região norte-americana, atrás de rapha, DaHang e psygib. Acredito que, daqui para frente, a tendência é eu cair um pouco na lista, pois terei que jogar com 150 de ping. A não ser, é claro, que eu consiga passar uma temporada nos EUA. Caso contrário, minha melhores performances sempre serão em lan”, contou.

E nem mesmo ser um dos melhores da modalidade no continente fazem com que nosfa consiga viver do jogo – e ele acha difícil que isso aconteça mesmo que ele seja contratado por uma grande organização internacional. Por enquanto, o jogador é grato pelo apoio da Black Dragons e da Artisan, sua patrocinadora pessoal.

“Não digo que [a carreira no Quake] se tornará vantajosa como uma carreira no CS:GO, por exemplo, mas o apoio que eles me deram realmente ajudou. Se não fosse por este suporte, acredito que eu não ganharia 90% dos jogos que ganhei”, completou.

CONCORRÊNCIA DESLEAL

Ainda em beta aberto mesmo após dois anos do lançamento, Quake Champions sofre com a falta de jogadores. Disponível gratuitamente há um ano, o jogo amarga, de acordo com o Steam Charts, uma média de 665 jogadores online nos últimos 30 dias. O número de jogadores logado via Bethesda Launcher não é público.

Os argumentos para o baixo interesse são muitos. Desde a queda dos arena first person shooters no início do milênio até o descaso da Bethesda com a franquia. Para nosfa, o motivo da falta de popularidade é simples: o público prefere outros jogos.

“Eu não acredito que a Bethesda esteja falhando com o Quake. É evidente que surgiu uma nova geração de gamers que claramente é fã de jogos battle royale, como Fortnite. Acredito que isso foi azar mesmo. Quake Champions teve seu open beta liberado no mesmo momento que jogos como PUBG e Fortnite surgiram e é difícil competir com isso”, completou.

Apesar de tudo, nosfa é otimista: “Acredito que sempre vai ter interesse do público por Quake. Talvez não para jogar, mas para assistir”.

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Roque Marques
publicado em 30 de julho de 2019, editado há 5 anos

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