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Quem derrubará o Rubro Negro?

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Dizem que é devagar que se vai longe, mas o Time do Povo conquistou rapidamente o topo da tabela do CBLoL desde as primeiras semanas. Com exceção de um pequeno deslize para a Kabum, os rubro negros seguem invictos no campeonato. Nas demais posições a tabela segue embolada, com uma diferença de apenas dois pontos entre o segundo e o sétimo colocados. A grande questão que ainda persiste após a sétima semana é: quem será capaz de parar o avanço do FLA?

Foto: Riot Games

Ainda que paciência e precisão sejam dois dos adjetivos mais importantes nessa etapa, com o fim do segundo turno, o tempo está se esgotando. A INTZ precisa se manter “80” para continuar na sombra do líder, enquanto Keyd, Kabum, CNB, Uppercut e Redemption terão que digladiar pelos playoffs. É tudo ou nada.

E por falar em tudo ou nada…

É quase impossível não começar essa análise falando sobre a INTZ, talvez uma das equipes mais inconstantes do torneio, que acabou com o rótulo de “8 ou 80”. Os Intrépidos até agora fizeram uma campanha com jogos muito diferentes: Shini costuma ser muito participativo no early game, tendo 57% de participação em firstbloods nos 14 jogos até o momento, sendo oito jogos com firstbloods e sete vitórias contabilizadas. O caçador procura muito por essa vantagem inicial, principalmente para transferi-la para as demais rotas, seja trabalhando no tracking do jungler inimigo ou aparecendo para gankar.

Após duas derrotas consecutivas na sexta semana, o time voltou com tudo para bater a KBM e a UP e encerrar o turno no segundo lugar da tabela. Grande parte dessa inconsistência se deve principalmente à dificuldade em manter esse controle inicial. Nos últimos confrontos, contra Keyd e  Flamengo, a INTZ até consegue emplacar boas jogadas iniciais, mas perde rapidamente o domínio do mapa e o controle de objetivos importantes, como os dragões do jogo.

Foto: Riot Games

Isso mostra o quanto a equipe acaba dependendo de seu caçador para poder criar, já que mesmo com jogadores que se destacam individualmente, como Tay, Envy e Mills, é Shini que assume o papel de conduzir e colocar seu ritmo para o jogo. Numa jogada como essa, por exemplo, a INTZ sabe que Ranger estava invadindo sua selva e usa muito bem da pressão de suas rotas para punir o adversário ao eliminá-lo e farmar sua jungle. Daí em diante, ampliam-se as oportunidades para abusar dos erros inimigos ao invadir, setar visão e exercer uma pressão ainda maior.

Também num lance contra a Uppercut, os Intrépidos voltam a encaixar pequenas vantagens ao captar informação sobre a posição de LeChase, o que permite que Tay e Shini eliminem o topo inimigo com tranquilidade. É intrigante que esse estilo de jogo por vezes me lembra a Pain de Minerva, que é um jogador que também se impõe bastante sobre a selva inimiga e que é capaz de ditar o jogo de acordo com sua movimentação.

Pequenas vantagens, grandes recompensas

E por falar em um jogo construído pouco a pouco, é dessa forma que a Redemption vem se consolidando no CBLoL. Com um desempenho relativamente estabilizado até a quarta semana, o time parece ter se perdido nas rodadas seguintes, com quatro derrotas consecutivas. A equipe caiu para a INTZ e CNB em dois jogos bastante apáticos que tiveram uma atuação muito aquém do caçador Zuao, que também é o grande responsável por criar jogadas e impor ritmo às partidas.

Assim como Shini, Zuao costuma ser muito participativo nas primeiras jogadas, mas acaba dependendo um pouco mais do desempenho de seus laners para cumprir seu papel e agir com maior liberdade pelo mapa, isto é, ele tende a ser um pouco mais paciente e aguardar por chances mais seguras. É dessa maneira que a RDP vem administrando suas vantagens, concentrando seus recursos principalmente nas mãos de Duds e Krastyel.

Na última rodada, o pick de Jarvan foi bastante interessante. Além de ser uma escolha flex, já que pode aparecer no topo, selva ou até mesmo como suporte, o campeão ainda tem um potencial muito bom de controle com o seu Cataclisma e diferentes opções de build paths, seja como tanque ou assassino. Num dos últimos patchs (9.2), ele também recebeu um bônus de velocidade de ataque para o seu “E”.

Tudo junto e misturado

Para baixo temos quatro equipes que, mesmo com performances nada constantes, ainda são potenciais ameaças. A Vivo Keyd tem mostrado o quanto pode se surpreender com sua adaptabilidade, assim como a Kabum. Nas últimas semanas Sylas e Hecarim fizeram diferença e foram peças importantes no tabuleiro dos dois. Ao passo que CNB e Uppercut são equipes que tem construído muito seu estilo de game em torno de seus carries.

Como ponto principal, quero destacar os caçadores das quatro equipes, bem como tecer uma breve análise do comportamento de cada um nas últimas semanas. LeChase tem tido uma performance muito abaixo se comparado às semanas anteriores. Nas últimas quatro partidas, que foram quatro derrotas da UP, o jungler soma um total de 0 abates e 16 mortes, sendo um dos primeiros da sua equipe a ser eliminado em três delas. Diferentemente dos dois jogadores mencionados no início, o português tem uma função maior de apoio para o time do que um playstyle mais agressivo e sua decaída é claramente impactante para os Cangurus como um todo.

Foto: Riot Games

Já Yampi tem um estilo mais impositivo, ele participa muito das jogadas, aparece cedo e busca assumir mais o papel de “motor” dos Blumers. Em suas últimas três vitórias, ele participou três vezes de jogadas que colocaram o firstblood nas mãos de pbO e Aslan, os dois carregadores que necessitam desse recurso pra poder snowballar.

Por outro lado, Laba e Ranger são dois jogadores mais ligados ao coletivo. Ranger também tem um perfil mais feroz. Ele busca informação, aparece pra gankar cedo, e garante um maior conforto para os seus laners. É quase que uma relação simbiótica, quando ele faz um bom early game, as demais rotas também tem um melhor desempenho e se comportam de maneira mais estável. É algo muito próximo do que o Zuao representa na Redemption. Sendo uma das peças chave dos Ninjas, é interessante como ele consegue oprimir o mapa e abusar disso nas jogadas que trabalham mais do macro game.

Por sua vez, o taiwanês Laba também foca mais seus esforços ao redor de seu time. É claro que a VK tem entraves em sua comunicação, já que o inglês do jogador não é dos melhores, e fica bem claro que essa tem sido uma das principais questões da inconstância. Ele até consegue fazer um bom jogo de ínicio, trabalha mais em torno das rotas e dos objetivos, mas peca bastante em momentos de execução e teamfights, o que ficou evidente na última partida contra o Flamengo. Nessa jogada, Laba tenta obter o Arauto para responder o dragão que foi executado pelo adversário, mas falha no timing que envolve o controle de mapa.

O terceiro e último

Logo após o Carnaval será o início do terceiro turno do campeonato e todas as equipes voltam a se enfrentar. Do segundo ao sétimo colocado, todos precisam acelerar para encontrar suas chances de chegar aos playoffs. É hora de buscar soluções para performar melhor, especialmente no early/mid game, caso alguém queira bater o Flamengo.

Algumas das fragilidades dos rubro negros já foram expostas, mas poucas equipes aproveitaram para puni-las. Explorar a questão da adaptabilidade talvez seja um caminho, já que o time sofreu um pouco para vencer equipes que trouxeram propostas diferentes, como a própria Keyd. Shrimp aparece como o jungler de maior destaque até aqui, mantendo-se consistente em todas as partidas. Com 78% de participação em abates, o coreano domina o mapa e fornece toda a assistência que sua equipe precisa.

Quem está cada vez mais longe da salvação é a ProGaming, que mesmo depois das alterações não conseguiu vencer. Os Caveiras dependem de boas atuações e de derrotas consecutivas das outras equipes, mas esse acontecimento parece cada vez mais distante.

*Confira o calendário de jogos e a tabela na Cobertura do CBLOL do Mais Esports

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Letícia Motta
publicado em 27 de fevereiro de 2019, editado há 5 anos

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