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Uma trajetória brasileira de sucesso no CS:GO

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“Cologne… é um Major, isso” afirmou Lucas “steel” Lopes ao olhar o troféu vencido pela Ninjas in Pyjamas em 2014. Ao lado, com olhar deslumbrado, Gabriel “FalleN” Toledo lia as congratulações para a equipe sueca. Foi em janeiro de 2015, quando os jogadores brasileiros se depararam com o troféu na famosa lan-house Inferno Online.

Essa não foi a primeira viagem internacional da KaBuM. A escalação formada por Henrique “hen1” Teles, Lucas “Lucas1” Teles, Fernando “Fer” Alvarenga, Lincoln “fnx” Lau, e liderada pelo capitão FalleN já havia ido à França representar o Brasil na ESWC 2014, onde terminaram na última posição.

Mas, naquele momento, quanto isso importava? Após buscar doações e apoio financeiro, a equipe brasileira conseguiu representar seu país internacionalmente após o projeto “Em busca de um sonho” ter sido um sucesso. Levar a bandeira verde e amarela para a Europa importava muito mais do que uma vitória. E a valorização desse ato veio no ano seguinte, em 2015.

Moradia internacional

O ex-jogador de Counter-Strike Ricardo “dead” Sinigaglia tomou uma das decisões mais importante — senão a mais — para o cenário de CSGO brasileiro. Com 29 anos de idade, o atual manager do MIBR apostou nos jogadores da Keyd Stars e os levou para morar nos Estados Unidos, possibilitando que eles treinassem com grandes organizações do game.

A primeira aparição após a mudança de país foi pela ESL One Katowice 2015. Realizado entre os dias 12 e 15 de março, o torneio deu nome ao Brasil e aos seus jogadores. Vencendo duas de três partidas, a equipe conseguiu a classificação para às quartas de final, onde enfrentou a Virtus.Pro, dona da casa.

A equipe não conseguiu a classificação mas venceu um mapa da Virtus.Pro.

Contra tudo e contra todos, a Keyd enfrentou a Virtus.Pro em uma melhor de três, vencida pelos poloneses. Porém, novamente, o objetivo já havia sido realizado. Era o início de uma era que marcaria a história dos Esports para sempre.

Brasil no topo

Um ano depois, tendo realizado mudanças na escalação e na organização que representavam, a primeira grande conquista brasileira chegou no melhor momento possível: MLG Columbus 2016. Representando a Luminosity Gaming, o primeiro Major vencido por um time do Brasil veio após um atropelo sobre os ucranianos da Natus Vincere.

Era o êxtase nacional, a quebra de um tabu, mas ainda não era tudo o que desejava os jogadores. Aquela escalação não almejada nada menos do que o top 1 mundial.

Quatro meses após da conquista do Major, a Luminosity estava de casa nova. Em um acordo com a organização alemã SK Gaming, um novo spree de conquistas gloriosas foi iniciado para o Brasil.

Ainda no ano de 2016, o elenco brasileiro voltou a levantar um título de Major — dessa vez, a ESL One Cologne, em uma final dominante sobre a Team Liquid. Porém, o ano brilhante não teve o melhor desfecho: Os brasileiros ficaram atrás da Astralis na briga pelo topo do mundo de 2016.

Acostumados a ganhar

Idas e vindas de jogadores marcaram o início de 2017. Já em fevereiro do mesmo ano, João “felps” Vasconcellos entrou na equipe. O menino, de 20 anos na época, daria início a outra fase vitoriosa.

Três meses, cinco títulos. O cheiro dos troféus, a torcida clamando pela SK, o prazer de desbancar a equipe dona da casa na final. Foda-se, era o Brasil no topo do mundo, não havia sentimento melhor, éramos nós vencendo tudo, ou melhor, quase tudo.

Títulos que faltaram nesse período foram os de MajorPGL Major Krakow 2017 – 3°/4° posição. ELEAGUE Major 2018 – 3°. Era uma decepção? Claro, mas a coroa já tinha caído sobre a cabeça desse elenco. A SK Gaming de Fallen, Fer, Felps, Coldzera e Taco era número um mundial, era o melhor time do mundo. Três anos antes, ninguém sabia quem eram eles. Hoje, quem não os conhecia?

ESL One Belo Horizonte. Felps já não estava mais na equipe, Taco já havia saído para a Team Liquid, a equipe tinha dado boas-vindas à Jackie “Stewie2K” Yip e Ricardo “Boltz” Prass.

SK Gaming entra na Mineirinho Arena. Foto: HLTV.org

Milhares de pessoas com a bandeira do Brasil, junho de 2018. Copa do Mundo? Não. Mas a decepção veio em ambas, mesmo que em datas diferentes. Mais um gol da Bélgica, mais um mapa para a mousesports.

Caindo na semifinal, a SK Gaming amargou a 3°/4° posição, frustrando a torcida brasileira que ainda não viu seus representantes vencerem um título em casa. 

Novos jogadores, nova casa

Foi o último torneio da SK com um elenco brasileiro. O novo representante agora era o MIBR, a lendária tag que vinha desde o CS 1.6 e agora veio para algo maior. O início, no entanto, não foi o desejado por ninguém no Brasil.

Apostando no jogador estadunidense Tarik “Tarik” Celik e mantendo seu conterrâneo Stewie2K, o time não encaixou. O elenco conhecido por não aceitar muito bem a ideia de ter um treinador, se rendeu e adicionou o sérvio Janko “YNk” Paunović à posição.

Sinceramente? Não era o que os torcedores queriam, não estava do jeito certo e não agradava talvez até aos próprios jogadores, tendo como exemplo Coldzera, quem ponderou sair da equipe. Durante 2018, o MIBR venceu somente a ZOTAC Cup e viu a Astralis dominando tudo — um baque para o público brasileiro, que há anos vinha comemorando títulos e mais títulos.

Brasil — de novo

O ano decepcionante ainda traria coisas boas ao Brasil. Aos 45 do segundo tempo, especificamente no dia 21 de dezembro, foi anunciado que Taco voltaria para casa. Em janeiro, Felps foi revelado como o quinto player. Uma das lines brasileiras mais gloriosas de todos os tempos estava reunida. 2019, como anseio por ti. Como todos nós ansiamos.

Mudanças na FaZe Clan, permanência da escalação da Astralis, equipe que mais venceu em um ano. O cenário alimenta a vontade dos brasileiros de voltar ao topo. E, falando em se alimentar, FalleN mandou o recado: “em 2019, a gente vai jantar dinamarquês”.

 

 

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Victor Hugo Porto
publicado em 9 de fevereiro de 2019, editado há 5 anos

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