No último mês, a Team Liquid liderada por daiki venceu a LOUD na grande decisão do Game Changers Brasil Series 1 e adicionou mais um troféu em sua extensa galeria. Apesar das mudanças na line-up no final de 2022, a cavalaria seguiu dominante e conquistou o título do torneio mais importante do cenário de VALORANT inclusivo do país.
Em entrevista ao Mais Esports, daiki comentou sobre diversos assuntos. A capitã da cavalaria falou sobre as alterações feitas na escalação da equipe, o título do Game Changers, o sonho de competir no cenário misto, os objetivos de seu time na temporada e muito mais.
As saídas de drn, naxy e nat1 da Liquid
Eu acho que foi mais um encerramento de ciclo. A gente estava muito tempo juntas e já tinha mostrado tudo o que tínhamos para mostrar. Estávamos em um ponto que estagnamos um pouco. Às vezes não parecia por causa do cenário nacional e ganhamos tudo aqui, mas a gente engasgou muitas vezes. Não foi por causa disso, mas é reflexo de outras coisas que aconteceram fora do jogo ou nos treinos. Não tenho nada contra as meninas, também acho que foi importante para elas isso acontecer, porque isso espalha a nossa experiência. Eu acho que foi algo necessário para a gente conseguir continuar evoluindo, não só com time mas cada uma individualmente como pessoa e profissional.
Entradas de isaa, bizerra e joojina dão novo potencial para a Liquid de daiki
Eu acho que tem muito potencial para chegar longe. Eu estou muito confiante com as meninas, a gente se dá super bem e os treinos têm sido muito bons.Eu acho que elas são excepcionais e eu não trocaria nenhuma delas.
Tirando a drn, a joojina era uma das melhores controladoras do cenário. Então obviamente a gente analisa essas coisas, eu e o Palestra conseguimos pegar isso de longe e dava para ver que ela melhorava muito jogo após jogo e não tinha porque não chamar ela. A bizerra já era inicadora e a gente achou que ela se encaixaria muito bem, principalmente porque víamos um destaque muito grande nela e muita vontade de jogar. Quando ela entrou no time ela era de longe a pessoa mais dedicada, acordava cedo e ficava conversando com nosso analista, além de ficar até altas horas no office.
E a isaa a gente chamou pelo histórico dela. Ela é muito consistente e já foi consistente com muitos tipos de agentes. Então pensamos que ela poderia fazer sentinela porque não possuímos muitos sentinelas no cenário. Então decidimos arriscar um pouco porque ela já vinha desempenhando bem em outros papéis e achamos que não seria tão difícil dela fazer essa adaptação.
Importância do título do Game Changers
Eu acho que significa muito. Nós não somos o time mais novo, mas estamos ali entre eles. Mudamos a nossa base inteira, então é literalmente um time montado de novo. Isso dá uma certa confiança para a gente, óbvio que é bom não só se apoiar nisso, mas dá uma confiança para nós. Estamos trabalhando e vendo o resultado em forma de números e estatísticas. Isso é muito bom.
Liquid de daiki nunca perdeu uma série em LAN no Brasil
Não sei se dá uma motivação a mais, eu acho que não. Mas com certeza deixa todo mundo mais hypado. Essa motivação de vencer vem em ambos os cenários, online ou presencialmente. Isso em si não faz a gente querer ganhar mais, mas ficamos sim mais hypadas, dá aquela nervosismo de entrar no presencial, mas é um nervosismo bom, por isso que eu falo que é hype.
Evolução do cenário inclusivo
Eu vejo sim, inclusive acho que a divisão do nosso time fez muito bem para o cenário. Porque a gente conseguiu dar a oportunidade de outras meninas jogarem com quem foi tricampeão nacional. Eu acho que isso aumenta muito o nível do cenário. Essas mudanças, querendo ou não, óbvio que não podem acontecer toda vez que o time não está encaixando, mas depois de um tempo muito igual uma mudança faz bem porque espalha conhecimento e chegamos em um nível que não se sabe quem vai ser melhor que quem. Quando a gente começou a jogar no começo do ano, as pessoas não sabiam que a gente ia ganhar da LOUD ou não, por exemplo. Então volta um pouco desse gostinho de competitividade.
Fora que tem tudo evoluindo cada vez mais taticamente, a vinda desses coaches que já tiveram experiência no VCT, como o JhoW e o Shaw, é muito importante. Eles tem um conhecimento que não dá nem para comparar. O Palestra já treinou um time que foi para o VCT, era um underdog, mas mesmo sendo um azarão já deu para ele pegar muita experiência e passar um pouco disso para a gente. Então imagina os caras que estavam no nível mais alto.
Daiki tem o sonho de chegar ao cenário misto
Eu já pensei bastante sobre isso. E por incrível que pareça eu já fiquei chateada muitas vezes com muitas situações porque sendo uma mulher eu sequer sou citada em certas situações. Mas eu acho que isso passou e não deixo me abalar por isso. Sim, é um sonho meu competir no cenário misto e é algo que eu luto todos os dias. Mas não só para competir no cenário misto. Primeiro eu tenho que dar um passo com meu time. Meu objetivo agora como profissional e pessoa é fazer um time 100% inclusivo chegar no misto. Quero fazer todas as pessoas do meu time se destacarem no tier 2.
Mundial inclusivo no Brasil
Com certeza é uma motivação a mais. Eu senti como que é você não tivesse a torcida do seu lado lá em Berlim, principalmente quando a gente foi jogar contra a G2. Todo mundo lá torcia para elas já que elas estavam em casa. Faz muita diferença a torcida sendo torcida. Fora que jogar em casa é outra coisa, você não tem que sofrer por adaptação, não vai sofrer por alimentação, transporte etc. Você já sabe como é e já está acostumada. Eu acho que é uma grande vantagem para a gente.
Objetivo de daiki e da Liquid é vencer o mundial
Nosso objetivo é ganhar o mundial. Mas eu acho que são passos. Primeiro temos que pensar no segundo Game Changers Brasil, porque sequer sabemos se vamos nos classificar. Eu acho que esse sistema de pontuação favorece muito quem está em baixa. Só em uma disputa direta na grande final entre a gente que venceu e o top 3 a gente pode acabar perdendo e não ir para o mundial. Eu acho que é um passo de cada vez, estamos trabalhando muito para vencer esse segundo Game Changers Brasil e obviamente para trazer esse mundial. Acho que somos mais do que capazes.