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Valorant: Tayhuhu fala em dificuldade de arrumar treinos e experiência do First Strike

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Surpresa positiva na primeira seletiva aberta do First Strike, a Fire Angels desempenhou bem no classificatória mas não conseguiu avançar à próxima etapa do torneio. A equipe formada inteiramente por mulheres derrotou times como a Black Dragons e ficou a uma MD1 de disputar a MD3 classificatória.

No entanto, o elenco não tem conseguido encontrar times para treinar. “Estávamos com muitas dificuldades, treinávamos só em rankeds por conta de sermos um time formado por mulheres. Claro que ninguém fala o motivo, mas a gente que está há muito tempo nisso sabemos como funciona. Por isso nosso desejo de nos destacarmos em campeonatos para eles aceitarem treinar contra nós”, disse Tayhuhu, jogadora da Fire Angels, ao Mais Esports.

A Fire Angels venceu duas partidas no qualificatório aberto do First Strike, além de passar por uma equipe que desistiu antecipadamente. O time de Tayhuhu enfrentou dois grandes nomes na competição: A Black Dragons e a Fusion Fraggers. Contra a BD, a equipe saiu vitoriosa mas perdeu para a Fusion Fraggers.

FooX, jogador da Black Dragons, desmereceu a vitória da Fire Angels em stream e logo após foi demitido pela organização. No Twitter, o jogador se defendeu e disse que o comentário “nunca foi de machismo” e sim “de um perdedor que não se acostuma com derrotas”. Tayhuhu se mostrou decepcionada com a fala de FooX: “Esperava isso de inimigos, mas não de amigos”.

Altos e baixos do First Strike

Os bons jogos realizados pela Fire Angels na seletiva aberta do First Strike deixaram os holofotes acima das jogadoras, principalmente após eliminar a Black Dragons. Tayhuhu disse que a sensação da vitória “foi muito gratificante, principalmente porque treinamos apenas duas semanas, enfrentando muitos problemas pessoais e foi um resultado muito significativo. Ganhar da BD não é para qualquer um”.

Porém, a alegria deu lugar à frustração logo em seguida. A derrota para a Fusion Fraggers doeu na formação devido ao apoio que a equipe recebeu.

“Foi muito frustrante porque a gente estava bem feliz com a vitória contra a BD, muita gente no Twitter torcendo por nós, queríamos fazer jus a isso. Mas, infelizmente os problemas pessoais novamente interferiram e a luz da isa caiu. Máximo respeito aos meninos da FF que esperaram o máximo de tempo que dava, mas a luz dela voltou só no dia seguinte”.

No entanto, as chances da Fire Angels de se classificar ainda são grandes. Restam 24 vagas no qualificatório fechado do First Strike que serão distribuídas nas próximas 3 seletivas abertas. A segunda tentativa será no próximo sábado, dia 24.

“A expectativa de que vamos nos destacar e buscar essa classificação é alta. O elenco com certeza vai continuar o mesmo, até porque com pouco tempo juntas já conseguimos um entrosamento muito bom. Nosso objetivo com o First Strike sempre foi a experiência e se destacar para conseguir o reconhecimento e assim conseguir marcar treinos para irmos evoluindo. Mas, se sairmos com o título, seria incrível”, declarou.

Girl Pwr e cenário feminino

O fim de semana da Fire Angels será agitado. A equipe, que está em busca de uma organização para defender, também terá o qualificatório aberto do Girl Pwr, torneio voltado para as mulheres que terá R$ 10 mil em premiação.

“É incrível um evento desse nível voltado para o cenário feminino. Isso é de extrema importância. Todo amor do mundo à Letícia Motta que tanto corre atrás desse cenário para a gente. Pé no chão, mas com certeza vamos com tudo em busca do título”.

Tayhuhu também agradeceu os projetos que estão impulsionando o cenário feminino de Valorant pois “é muito importante ter um lugar saudável para as minas jogarem”, além de confiar na Riot Games para reconhecer o cenário e fazer bons eventos.

Machismo no Valorant

Em junho, um clipe de Tayhuhu chorando após ser xingada em uma partida viralizou. A jogadora disse que, desde então, deixou de jogar sozinha para evitar essas ofensas.

“Ainda existe muita gente de má fé para acabar com a nossa autoestima dentro do jogo, mas também existe muitas pessoas que nos apoiam. Eu fiquei muito feliz porque a maioria das vezes que jogo ranked as pessoas me reconhecem e eu fico feliz com esse reconhecimento, tanto como jogadora quanto como streamer. E vou passar a usar da minha pouca influência para ajudar nós mulheres a nos integrarmos nessa comunidade”.

Tayhuhu não vê a boa campanha da Fire Angels e a presença de times femininos fortes no competitivo como um fator para diminuir o machismo no Valorant: “Ach que serve apenas para conseguirmos um pouco de respeito. Quem é machista e tóxico vai continuar sendo”.

Experiência de outros FPS

Tayhuhu
Tayhuhu esbanja experiência de outros FPS (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

Com 21 anos, Tayhuhu joga FPS há 12 ans. No Point Blank, inclusive, a jogadora competiu profissionalmente por 9 anos além do período que atuou no CS:GO. Essa experiência adquirida ajudou na transição parra o Valorant.

“No Point Blank eu disputei campeonatos presenciais e isso me ajudou muito a evoluir psicologicamente. O CS, um jogo que requer muito foco, experiência e noção também me auxiliou bastante a formular o meu estilo de jogo. Joguei alguns campeonatos da Liga Aberta completando para times femininos, fui chamada para outros mas não me sentia à vontade de ingressar por ser um cenário já formado. Dá uma sensação de ser algo inalcançável, como sou “velha” fiquei com receio de demorar muito para me destacar”.

“Já o Valorant é um jogo novo, decidi me empenhar nesse jogo pois além do amor à primeira vista, vejo que terá grandes projetos futuramente”, finalizou Tayhuhu.

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Victor Hugo Porto

por Victor Hugo Porto

Publicado em 19 de outubro de 2020 • Editado há 4 anos

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