Com o lançamento da Liga das Franquias de VALORANT em 2023, as equipes brasileiras participantes da parceria da Riot Games precisaram se preocupar com várias burocracias, entre elas, o visto dos jogadores para Los Angeles, sede do VCT Americas.
Pensando nisso, o Mais Esports conversou com Ana Smidt, advogada especialista em direito do trabalho e e-sports, sobre o processo burocrático dos jogadores para retirada do visto.
Além disso, também buscou respostas sobre as principais dificuldades dos times para conseguirem validar a documentação para os Estados Unidos.
Qual o tipo de visto para os jogadores e comissão técnica de VALORANT?
O visto dos jogadores e comissão técnica de VALORANT é o P1. Segundo o site da Embaixada dos Estados Unidos, esse visto é destinado à: Atletas, artistas ou profissionais de entretenimento e seus dependentes.
Este visto necessita de uma série de documentos comprobatórios como contratos de trabalho, itinerários de eventos e evidências de conquistas esportivas. É importante ressaltar que a validade do visto varia de acordo com o tipo de atividade.
Contrato de Trabalho e Justificativa para o Visto
A advogada explicou que tanto jogadores quanto técnicos geralmente saem do Brasil já com um contrato de trabalho firmado com uma organização de esports.
Esse contrato é crucial, pois serve como justificativa para a emissão do visto, ou seja, para retirar o visto o jogador precisa ter um acordo com o time. O visto P1 é válido durante o período do contrato com a organização.
O tipo de visto que eles tiram é o P1, que é o visto de atleta mesmo. São pessoas com habilidades especiais, então é o visto para artista, jogador e tudo mais.
O visto P1 de todos os jogadores vem com o nome da organização à qual ele está ligado. E se ele está levando um acompanhante, por exemplo, esposa ou namorada, o visto dela está ligado ao dele.
Liga de VALORANT em Los Angeles
A razão pela qual o visto P1 é necessário está ligada ao local onde a liga de VALORANT ocorre, no caso, em Los Angeles. Este visto permite que os jogadores e a comissão técnica trabalhem legalmente nos EUA, algo que não seria possível com um visto de turista.
Os jogadores que vão para Los Angeles, tem o visto P1 que é baseado no contrato deles com a organização e é justificado porque a liga acontece lá, porque a Riot está lá e porque toda a franquia acontece em na cidade.
Procedimentos para Viagens Internacionais
Após o Masters Madrid, a LOUD enfrentou problemas relacionados a renovação do visto. Vale ressaltar que quando esses profissionais precisam sair dos Estados Unidos para competir em outros países, eles devem obter o visto apropriado para o novo destino (P1), caso necessário.
Quando eles saem dos Estados Unidos para jogar em outro país, conseguem um visto do tipo P1 para a localidade que vão, caso seja obrigatório o visto para brasileiros.
Reentrada nos EUA
No retorno aos Estados Unidos, os jogadores e técnicos devem passar pelo consulado americano para garantir a reentrada no país com o mesmo visto P1, desde que o contrato de trabalho ainda esteja vigente.
Eles têm que passar pelo consulado dos EUA para verificar a tramitação e dar uma nova entrada no país na modalidade do P1 como jogador.
Desafios no Processo
Desde o lançamento da Liga das Franquias, algumas equipes brasileiras enfrentaram alguns problemas em relação aos processos burocráticos.
Aqui, posso citar os exemplos de Carlao da FURIA em maio de 2023, Koy também da FURIA em 2024, LOUD presa na Irlanda do Norte e recentemente, o novo jogador da LOUD, onde Saadhak citou em live que o jogador está com problemas na documentação.
Para finalizar, Ana também mencionou que a demora ou negativa na emissão do visto, especialmente para os EUA, pode ocorrer por diversos motivos.
Os critérios de aprovação são próprios do consulado dos EUA e, muitas vezes, as razões não são expostas. A alta demanda e as datas de agendamento distantes também podem trazer transtornos, dificultando o cumprimento dos calendários da Riot.