Ok, eu admito: talvez eu esteja hypado demais para acompanhar o Brasil nos games de luta em 2020. E os motivos não poderiam ser melhores, afinal 2019 foi um excelente ano para quem gosta da porradaria virtual.
Tivemos Renato “DidimoKOF” Pereira Martins sendo o primeiro brasileiro a chegar em um top 8 do EVO e apostando em uma carreira nos Estados Unidos em Street Fighter V e Samurai Shodown. Apesar de uma final cercada de controvérsias na Capcom Cup 2019, o brasileiro Phael “Zenith” Maia fez uma excelente campanha durante a Capcom Pro Tour.
Do lado do Mortal Kombat, Bruno “KillerXinok” Henrique trouxe alguns títulos interessantes: venceu a Twitch Rivals com a sua trupe e ainda abocanhou o terceiro lugar na ELEAGUE Showdown.
O Brasil recebe uma medalha no palco do #EVO2019 pela primeira vez na história do evento. @didimokof chega na maior festa para celebrar o top 8 de Samurai Shodown.
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— Mais Esports (@maisesportsbr) August 4, 2019
E quando Leonardo “Leoxaves” Lima venceu o campeonato de Tekken 7 em pleno território argentino?
Pra fechar tudo, já temos um brasileiro garantido no SNK World Championship de Samurai Shodown no ano que vem: Kleber Yagami.
Tudo isso só mostra que 2020 tá ali: batendo na porta para os fãs de games de luta. Será difícil superar as conquistas de toda essa galera, mas com certeza o próximo ano é a melhor hora para eles já chegarem na voadora para as competições.
Comunidades locais crescendo mais do que nunca
Nada disso veio à toa.
O trabalho de desenvolver as comunidades locais está sendo uma parte fundamental para alcançar esses títulos. Em São Paulo, as jogatinas semanais da Tiger Upper Quarta e da FGC paulista ajudaram a levar Zenith entre os melhores da América Latina — algo que ele mesmo agradeceu ao receber o troféu de melhor jogador de games de luta no Prêmio Esports Brasil.
Iniciativas parecidas também acontecem em outras cidades, principalmente em Curitiba (com o Treta) e no Rio de Janeiro (com o pessoal do Fight in Rio). E elas são vitais nesse processo.
Essa é uma característica dos games de luta que, aos poucos, está pegando de volta entre os fãs brasileiros. É a cultura dos fliperamas de volta para a galera se reunir, trocar porrada e não perder a amizade. Melhor ainda: eles se ajudam muito nesses encontros.
Tudo isso ajuda para que a comunidade evolua muito mesmo com a pouca presença dos campeonatos em território brasileiro. E, bom, eles vão precisar disso.
Em 2019, tivemos apenas dois eventos integrados na CPT de Street Fighter V. Mas, em 2020, a situação está pior ainda: no Brasil, somente o Treta Championship será integrado ao circuito.
Os demais eventos estão indo para a América Latina, como Colômbia, República Dominicana, México e Chile, e mais do que nunca os jogadores de Street Fighter terão que se reunir para continuar se destacando no continente. Afinal, as novas regras mudaram e tiraram as finais regionais, e cada evento vai contar muito na hora de definir os finalistas a Capcom Cup.
Se tem um momento para a comunidade se unir e mostrar a sua força independente dos esports, é agora.
The King of Fighters XV tá vindo aí, hein
O próximo ano também reserva alguns títulos interessantes para os fãs de games de luta. Principalmente aqueles que gostam de competir.
Tem muito brasileiro apaixonado por The King of Fighters. Principalmente aqueles viúvos dos fliperamas e das fichas. Sempre tem um “kofeiro” escondido pelos campeonatos e, com a oportunidade da SNK World Championship, o Brasil pode ter um novo título para se destacar. Seja pelo circuito global ou mesmo pelas competições internacionais, como o EVO.
Não dá pra esquecer que Guilty Gear Strive também está em produção pela mesma produtora de Dragon Ball FighterZ, mas resta saber se a Arc System vai se interessar em um circuito global como ela fez com seu outro título. No entanto, vale sempre lembrar que ela não incluiu o Brasil na ocasião anterior.
Fato é que os games de luta não vão parar em 2020. E a comunidade no Brasil precisará se provar muito neste ano depois de um 2019 tão intenso. Mais de 13 brasileiros no EVO, o maior campeonato mundial do gênero, e muitas outras participações internacionais com direito a vários títulos além dos que já citamos antes.
É, meu amigo, superar esses 12 meses será difícil. Mas, como diria um velho amigo das porradas, “a resposta está no coração da batalha”.
E hadouken neles.