Imagina só custear seus estudos em uma universidade no exterior jogando LoL profissionalmente. O que pode parecer uma vida dos sonhos para muitos é a realidade do ADCarry Giordano “Gikko” Pereira, o primeiro brasileiro a conquistar uma bolsa de estudos por conta do seu desempenho no League of Legends.
O jogador partiu no início do mês de agosto para a Missouri Valley College, no estado do Missouri, nos EUA, para atuar pelo time de LoL da faculdade e ingressar no curso superior em Intercultural Studies — que, para ele, é uma graduação semelhante à de Relações Internacionais. A bolsa para atletas cobre 70% do total, incluindo estudos, moradia e alimentação.
Apaixonado pelo jogo, Gikko sempre teve vontade de seguir carreira no esporte eletrônico, mas sentia que sua dedicação aos treinos não era suficiente, pois não queria ficar sem estudar. A oportunidade de conciliar os dois mundos surgiu quando o jogador soube de um programa de intercâmbio que levou dezenas de atletas de esporte tradicional aos Estados Unidos como bolsistas — e estavam com vagas abertas para o esporte eletrônico.
A liga universitária americana
A MVC Vikings, atlética da universidade de Gikko, conta com 28 modalidades de esporte tradicional, sendo 13 masculinas, 12 femininas e 3 mistas. Apesar de contar como uma única modalidade, há equipes de Overwatch e de LoL na liga universitária, e há possibilidade de inscrição nos times de DotA 2, Counter Strike e Hearthstone.
eu duvido me acharem pic.twitter.com/KbeWHGjXrm
— gikko (@zeogikko) August 21, 2018
A temporada universitária de League of Legends volta apenas em janeiro, o que dá ao time alguns meses de treino e entrosamento antes da estreia oficial. Eles disputarão dois campeonatos principais: o ULoL, liga universitária oficial da Riot Games, que pode ser comparada ao UniLoL; e a Collegiate Starleague, campeonato que conta com diversas modalidades de esport, semelhante ao TUES.
O que fazer para conseguir a bolsa de e-atleta
Gikko não hesita em afirmar que o fator mais importante para conquistar e sustentar a bolsa de estudos é ter o inglês em dia. “Essa é a coisa mais importante, mais do que ter um elo alto”, crava. “Quando você tá em um time de LoL, se comunicar já é difícil quando a língua é a mesma. Quando é diferente, então, fica muito pior, e temos franceses e coreanos no time, por exemplo”, conta.
“Ter aula em uma língua diferente também fica complicado”, lembra o jogador. “Sem contar na entrevista para entrar, que fiquei duas horas conversando por voz em inglês, como se fosse uma entrevista de emprego, mesmo. As faculdades aqui só te aceitam com uma boa nota na prova do TOEFL, que é um teste de proficiência em inglês, então é importante focar nisso”, diz.
Sobre elo, Gikko presume que a ‘linha de corte’ para quem busca ser selecionado para conseguir a bolsa é por volta do Diamante II. O brasileiro criou um canal no YouTube para contar sua experiência e mostrar o dia-a-dia nos Estados Unidos. Conheça o canal de Gikko: