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Call of Duty League promete muito, mas ainda não aos brasileiros

Call of Duty
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A Call of Duty League está chegando pra valer em 2020. Veio sorrateira, anunciada nos mesmos moldes da Overwatch League e com certeza passou despercebida pelos fãs e pela própria imprensa nacional. Isso porque os brasileiros conhecem muito da série Call of Duty, mas a cultura do cenário competitivo nunca pegou aqui tal como Counter-Strike.

Eu mesmo já peguei Uber com o motorista ranqueando sem parar os seus favoritos da série. Logo após, ele ficou chocado ao saber que existem campeonatos profissionais por aí de Call of Duty.

Sim, esses torneios existem. E estão chegando em um formato muito mais profissional do que os fãs já acompanham há anos no cenário de Call of Duty. O único detalhe, no entanto, é que os brasileiros provavelmente terão muitos obstáculos para acompanhar e até tentar uma vaga para lá.

Overwatch League e Call of Duty League, lado a lado

Overwatch League

Existem muitas similaridades entre a Call of Duty League e a Overwatch League. E é normal isso, afinal ambas são gerenciadas pela Major League Gaming e os games em questão são da mesma companhia, a Activision Blizzard.

Para entender melhor a Call of Duty League, convém responder duas grandes perguntas.

O que ambas tem em comum?

  • Os times são baseados em cidades, cada uma trazendo seu próprio “estádio” para as partidas acontecerem localmente.
  • As equipes também funcionam como “franquias” e não podem ser rebaixadas ou eliminadas da liga.
  • Os jogadores profissionais recebem salários e contratos.
  • Um circuito amador busca destacar novos talentos aos times profissionais da liga.

Quais as diferenças entre elas?

  • Overwatch é um jogo com rotação menor — o primeiro título foi lançado em 2016 e a sequência foi anunciada há alguns meses e sem data de lançamento ainda.
  • Enquanto isso, cada ano traz um novo jogo na série Call of Duty que também engloba a liga profissional. Em 2019 será Call of Duty: Modern Warfare, mas o título mudará no ano seguinte.
  • O circuito amador se difere: a Overwatch Contenders traz ligas por todo o planeta com chances de novos times entrarem através da Open Division e das Trials.
  • No Call of Duty, os times participam de campeonatos abertos online e offline durante a temporada. Por lá, eles conquistam os “Challenger Points” que irão identificar os melhores jogadores para integrar a liga.

Ok, mas como os brasileiros se encaixam nisso?

A longa caminhada dos brasileiros

Call of Duty League

Ambas as competições demonstram um caminho claro para os aspirantes percorrerem, mas a Call of Duty League ainda não oferece muitas chances para os jogadores fora dos Estados Unidos mostrarem o seu talento aos times profissionais da liga. Há algumas seletivas na Europa e na Oceania de tempos em tempos, mas só.

No caso de Overwatch, há possibilidades claras disso. O brasileiro Renan “Alemão” Moretto conseguiu entrar na liga oficial depois de várias temporadas de domínio na Contenders sul-americana e uma excelente performance na Copa do Mundo de 2017.

No entanto, não existem campeonatos oficiais na região do Brasil para os melhores jogadores de Call of Duty buscarem o seu reconhecimento. Os competidores se mantiveram na ativa graças ao trabalho da ArenaOn com os torneios sul-americanos, mas eles não são válidos no circuito global ou na busca pelos Challenger Points.

Para contornar essa situação, os melhores do Brasil estão viajando para os Estados Unidos para tentarem lá mesmo despertar a atenção de olheiros e conquistarem os seus aclamados Challenger Points.

Tudo começa já no primeiro evento da temporada, o Challenger Open, que será disputado entre os dias 24 a 26 de janeiro na cidade de Minnesota juntamente com a estreia da liga em 2020. A inscrição é de US$ 400 por time, mas os prêmios chegam a US$ 250 mil.

Mas para os demais? Não sobram nem os torneios online, já que as regras nem autorizam a participação de um competidor residindo no Brasil. Somente na América do Norte mesmo.

Mas a Call of Duty League pode vir ao Brasil?

Call of Duty

Enquanto a Overwatch League oferece conteúdo traduzido em português, incluindo as transmissões ao vivo das partidas em nosso idioma, ainda não há nada confirmado que isso também acontecerá para os fãs brasileiros na Call of Duty League. Talvez isso nem aconteça muito cedo, já que o site oficial está totalmente em inglês.

Da mesma forma, não há muitos campeonatos por aqui que sustentem ou justifiquem um time brasileiro na competição, sem falar que as negociações para uma vaga na Overwatch League beiravam entre os US$ 40 milhões na segunda temporada — algo que para o Call of Duty ficou entre os US$ 25 milhões. É um investimento grande demais e com muitos riscos, principalmente pelo cenário ainda em desenvolvimento no país.

Talvez isso mude com o tempo e com os campeonatos crescendo aos poucos por aqui. Ou mesmo com os garotos do VProjekt conseguindo se destacar lá fora. Por isso convém falar: boa jornada aos guerreiros brasileiros rumo à Call of Duty League.

A equipe do VProjekt procura uma organização para representar durante a sua estadia nos Estados Unidos. Você pode entrar em contato com cada um dos jogadores por meio do Twitter: EliTz, Biel, Krevz, Scarz.

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Maximilian Rox
publicado em 16 de dezembro de 2019

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