Fogueta começou sua carreira na Riot como narradora, mas hoje cumpre uma função essencial com o público de League of Legends. Apesar de não ter um nome definido para a posição que realiza – ela mesma chama de uma “espécie de community manager” – a caster contou em entrevista ao 2v1 Podcast sobre a importância dessa relação com os espectadores.
Início como narradora
Fogueta explicou que, quando entrou na Riot, começou como narradora porque era a única coisa que, até então, tinha em seu portfólio.
Eu acho que assim, eu entrei na Riot como narradora porque era a única coisa que eu fazia. Como eu comecei a narrar, as pessoas só me chamavam pra narrar, não me chamavam pra comentar porque eu não comentava, só narrava. Então todo esse período pré-Academy, eu só era narradora. Era o que eu tinha como portfólio, vários e vários campeonatos como narradora. Aí a Riot me chamou como narradora pro Academy e narrei o Academy por isso, porque era a maneira que eu tinha pra fazer.
Testando a Fogueta
Depois de um tempo na função, a Riot decidiu que era hora de testar as habilidades de Fogueta em outras posições. Foi assim que surgiu a oportunidade de apresentar e entrevistar.
Lá dentro da Riot eles começaram a me explorar no sentido de ‘vamos fazer testes, vamos fazer muitos testes aqui’. A primeira final de 2021 do primeiro split do Academy eu já entrevistei o Netuno inclusive, até no aniversário dele postei um print. E eu já fui repórter, já fui entrevistadora nessa final. Na segunda final de novo, eu fui mais pra esse papel de apresentadora. Nos playoffs eu meio que apresentei, eu e mais duas pessoas que representavam as torcidas dos times e eu conversava, entrevistava com a galera.
Começando a falar com o público
Logo após suas primeiras experiências apresentando e entrevistando, Fogueta começou a cumprir a função que realiza hoje – relacionamento com o público, fazendo eles se sentirem parte do CBLOL.
Aí veio o mundial e eu fui fazendo várias coisas, porque eles já tinham a intenção de ter uma figura quando o CBLOL fosse pro presencial, os planos da Arena CBLOL já existiam, uma figura que conversasse diretamente com o público e com as pessoas que estivessem ali na arena. Eles não tinham essa figura e a minha função hoje em dia não tem nome. É quase um community manager, uma pessoa que tá ali pra pegar na mão dos espectadores e falar ‘vem pro CBLOL, vocês fazem parte do CBLOL’ e por isso eu trabalhava muito com rede social, hashtag e tal.
Amor por narração
Mesmo curtindo muito o que faz hoje, Fogueta destaca que continua amando narrar, mas que acredita que sua função atual é muito importante para o CBLOL.
Então, pô, eu amava narrar. Eu amo narrar, no Academy hoje em dia eu comento ainda, eu apresento e faço comentários. Eu adoro estar ingame, eu me divirto muito, é surreal. Na Ignis do ano passado eu narrei, e é surreal o quanto eu me divirto quando eu estou trabalhando ingame, porque eu gosto de assistir os jogos e gosto de discutir essas coisas. Só que acho que o que eu faço hoje principalmente a parte de público e redes sociais, por exemplo as livezinhas no Instagram do CBLOL que as pessoas mandam as perguntas e eu jogo pros players, esse trabalho de ser essa pessoa que traz a galera pra transmissão pra mim é muito importante.
Fogueta espectadora e fã
Ela conta que, por ser espectadora e fã de CBLOL há mais tempo do que é apresentadora, ela entende a necessidade de ter uma pessoa ali no palco que aproxime o torneio do público.
Porque eu até brinco, eu sou muito mais espectadora e fã de CBLOL do que eu sou caster. Eu fui fã e espectadora por muito mais tempo do que eu sou caster, fazem 2, 3 anos que sou caster do CBLOL, mas sou fã há muito mais tempo, desde 2018. Então eu sentia falta quando eu assistia de estar ali, de ter uma proximidade maior com o CBLOL porque o CBLOL é a gente. Nós fazemos o CBLOL ser o que ele é, tá ligado? E eu sentia falta disso, então acho que essa função é uma função muito importante e eu faço ela muito bem, eu me encaixo muito bem nela, que combina muito comigo e que eu consigo ser 100% quem eu sou ali dentro.
Fogueta 100% verdadeira
Fogueta explica que uma das coisas que mais curte na sua função é porque ela consegue ser totalmente ela mesma, enquanto na narração é necessário seguir alguns padrões.
Quando você narra, você comenta, você tem que seguir algumas coisas, tem alguns padrões ali e que todo narrador faz. Tanto que um feedback de quando eu comecei a narrar que meus chefes me passavam muito é que ‘cara, a gente quer ver a Fogueta da sua live, a gente contratou você porque a gente via suas lives’ e eu ficava ‘meu deus, eles viram aquela coisa horrorosa, aquela coisa criminosa’. E eles queriam ver aquela Fogueta, mas aquela Fogueta da live não tinha tanto espaço na narração, ela começou a aparecer na narração depois que eu comecei a fazer minha função de hoje em dia. O último Ignis foi um dos meus melhores momentos narrando porque eu tava muito solta, eu brincava muito, eu não me preocupava tanto. Isso foi muito em parte de eu fazer meu trabalho com a comunidade.
Abrindo caminhos
A caster sabe que ter sido a primeira narradora mulher da Riot foi algo muito importante para outras mulheres do cenário e, por isso, buscou conversar com as colegas antes de trocar de função.
Eu adoro narrar, adoro ser comentarista, inclusive quando mudei de função foi muito difícil, porque fui conversar com muitas pessoas, principalmente meninas. Porque tinha aquele peso de que eu fui a primeira narradora em níveis mundiais. Primeiro saiu meu anúncio no CBLOL, depois saiu da Shinilda (????), do LLA eu acho. Então eu fui a primeira mulher do mundo numa liga da Riot a ser anunciada como narradora, então tinha muito esse peso e eu tinha muito esse medo de ‘puts, eu vou sair da narração? Será que eu vou tá deixando de lado esse legado e jogando ele no lixo?’. E as meninas falavam ‘não cara, o que você construiu, você construiu. Você sempre vai ser a primeira narradora da Riot, ponto. Não significa que você não possa ser maior fazendo outra coisa’. E foi exatamente o que aconteceu.
A narração continua
Mesmo que narrar não seja mais sua profissão principal, Fogueta continua narrando em suas lives.
Nada me impede de continuar narrando. eu ainda narro. No Jinx Day que a gente faz na minha live, que é quando a gente narra as queues das meninas do Inhouse Jinx com as meninas do Revela Casters, eu narro ainda. Só que eu narro de uma maneira completamente diferente. A Ignis Cup eu narrei, eu ainda sou narradora, sou comentarista. Comento no Academy. Mas tem um lado meu que funciona muito bem fazendo outra função e que é uma função que precisa mais de mim. A Fogueta que tá ali com o público ela é mais necessária hoje em dia para o CBLOL e até mesmo para o nosso cenário do que a Fogueta narradora. Acho que a gente não tem mais o CBLOL sem aquela função ali.
Confira a entrevista completa com a caster a seguir: