É possível notar que, nos últimos dias, uma parcela da comunidade de League of Legends e especialmente torcedores da INTZ passaram a cobrar avidamente a Riot Games em publicações da empresa nas redes sociais do CBLOL. O motivo? A falta de representantes da organização Intrépida em programas oficiais da grade, como o Depois do Nexus e o Tropas Liberadas.
Com base nesta dúvida, o Mais Esports fez um levantamento desde o início da era das franquias sobre quantas vezes cada organização enviou representantes para programas oficiais da Riot Games. É válido ressaltar que estão excluídos conteúdos em texto publicados no LoL Esports BR e outros que não sejam relacionados à produção audiovisual.
De antemão, procuramos a Riot Games e questionamos sobre como funciona o processo de escolha dos times para a participação nestes tipos de programa. Além disso, também foi perguntado se a participação dos membros das franquias é obrigatório, e se o desempenho das equipes influencia nesse tipo de decisão. A desenvolvedora optou por não responder as perguntas.
Tropas Liberadas
O podcast oficial da Riot Games foi criado em 2019. De lá para cá foram publicados 102 programas.
Na nossa análise, estão incluídos apenas os programas que aconteceram desde a implementação do sistema de franquias, onde as equipes são parceiras do CBLOL. Nesse sentido, o primeiro Tropas Liberadas desta nova era foi o 42, que não contava com representantes de times e sim personalidades convidadas pela Riot Games, como Dioud, Brucer, Ericat e muitos outros.
O formato do Tropas Liberadas começou a mudar a partir do episódio 69, quando se tornou um “mesacast” presencial com um convidado e um representante de time. O primeiro contou com Grevthar, então na RED Canids, e Brucer, ex-jogador profissional de LoL.
Veja o levantamento nos gráficos abaixo:
Os dados de 2022
Em 2022, é interessante notar a disparidade entre as participações de LOUD e paiN no programa comparado com a Rensga, que não participou em nenhuma ocasião, Flamengo, apenas uma vez em uma edição especial do Academy, e INTZ e Miners, com duas aparições.
É bem verdade que INTZ e Flamengo não passaram por bons momentos durante a temporada 2022 do CBLOL. Entretanto, a Miners disputou a classificação para os playoffs nas duas Etapas. Sem uma resposta da Riot, é importante notar a proximidade entre os jogadores e times convidados e o desempenho deles no campeonato, além do engajamento do público.
Porém, em um sistema de franquias, é esperado equidade de ações e participações de equipes em conteúdos relacionados ao campeonato. Afinal, as organizações pagaram os mesmos valores para estarem nas posições que estão e podem esperar oportunidades iguais para conversar com o público e divulgar a sua marca.
Primeiras impressões em 2023
Até o momento, em 2023, foram sete programas e onze representantes de times convidados. Dos dez times da franquia, oito já tiveram participantes no Tropas Liberadas, enquanto apenas dois ainda não haviam sido convidados: INTZ e LOUD. Yampi, da organização Intrépida, participará do programa nesta sexta-feira (10).
O #TropasLiberadas por @heinekenbr 0.0 desta semana recebe @yampilol e @scarylol1!
Os dois são representantes de @INTZ e @kabumesports, duas equipes que estão ativamente na busca da vaga aos Playoffs, e vão falar tudo sobre essa reta final de CBLOL.
Mande suas perguntas! 👇 pic.twitter.com/o3x21vjCBN
— #CBLOLDiff (@CBLOL) March 8, 2023
— #CBLOLDiff (@CBLOL) March 1, 2023
Depois do Nexus
O DDN é um dos produtos mais antigos da Riot Games. A primeira edição do programa aconteceu em 2016 e se mantém até os dias atuais, com poucas mudanças de formato e já no sistema de franquias. Dito isso, a análise é em cima do período que se inicia em 2021. Veja os números no gráfico abaixo:
No total, foram 46 programas entre 2021 e 2022. Os times que menos participaram de conteúdos relacionados ao Depois do Nexus foram Miners e Rensga, ambos com três representantes. Em seguida, vem LOUD, INTZ, KaBuM e FURIA, representadas quatro vezes.
Em 2023, até o momento, são sete programas. Dos dez integrantes do CBLOL, seis já participaram de alguma edição do DDN. São eles paiN (3), INTZ (1), Keyd (1), RED Canids (1), Liberty (2) e Kabum (1).
É válido ressaltar que nessa soma geral estão excluídos os programas relacionados aos playoffs, visto que a Riot Games chama sempre um representante de cada equipe para falar dos confrontos.
Opinião
Dado todos os números acima, a INTZ, equipe dos torcedores que levantaram a questão da participação Intrépida nos conteúdos oficiais, é sim um dos times menos favorecidos. Hoje, sem Miners (5) e Rensga (3), como também excluindo, Keyd (2), Fluxo (2) e Los Grandes (2), que entraram apenas este ano, a INTZ é a organização que menos aparece, com apenas seis participações em dois anos e meio de franquias – média de uma participação a cada seis meses.
Sem uma resposta da Riot, é complicado pontuar sobre os motivos da organização não ser contemplada nesse tipo de conteúdo. Também entramos em contato com a INTZ e a organização comunicou que não recusa oportunidades de aparecer em conteúdos, e que essa é uma diretriz da organização desde 2014. Confira o comunicado abaixo:
Nunca recusamos convites para geração de conteúdo, é nosso método de trabalho desde 2014. Somos sempre super disponíveis no geral. Ao mesmo tempo, entendemos que, como comentou, se há uma disparidade na quantidade de conteúdo entre os times da liga, é algo que a produção deve endereçar em breve. Confiamos muito no trabalho e imparcialidade no CBLOL e acreditamos que isso deva sofrer um ajuste no curto prazo
O argumento que pode ser usado para a pouca criação de conteúdo com a INTZ talvez seja a péssima fase que a organização viveu nos últimos anos, e é justo. Mas, olhando por uma ótica geral, a paiN também viveu uma péssima fase no 1º Split de 2022 e seguiu sendo uma das prioridades nos programas da Riot Games.
A pressão popular dos torcedores da INTZ pode ser um caminho para que a desenvolvedora reveja a sua forma de convite e criação de conteúdo com as organizações. Em 2022, em meio a polêmicas, a Riot revisou a batalha de hashtags após pressão de torcedores do Flamengo e constatou uso de bots para inflar os números.
De qualquer maneira, independente da mudança ou não da participação Intrépida em conteúdos oficiais, é claro que a teve uma melhora no desempenho do CBLOL, o que só tende a ajudar nesse aspecto quando falamos em participar mais ativamente de conteúdos do cenário, sejam eles oficiais ou não.