O Mais Esports entrevistou com exclusividade o Head de Esports de LoL da América, Caco Antunes, para esclarecer diversas questões da comunidade. Um dos tópicos mais citados pela comunidade foram as mudanças do Tier 2 no Brasil.
Já que o Tier 2 voltará a ser uma liga de acesso, como a Riot vai assegurar a criação de talentos?
Olha, na nossa visão, criar um incentivo competitivo muito claro e muito forte, que é o acesso ao Tier 1, deveria estimular o Tier 2 a atrair mais gente, mais talentos e incentivar especificamente esses atletas a darem o melhor de si, entende? Eu acho que um Tier 2 que tem um ciclo curto de um promo relegation no final do ano deveria ser muito mais eficiente em filtrar e desenvolver os novos nomes.
Então, para a gente, esse era o estímulo que faltava para acelerar ainda mais o que a gente já tem hoje, que é muito positivo das organizações desenvolvendo no Tier 2. Na verdade, um Tier 2 como a gente tem no CBLOL Academy revela tanto talento bom sem um incentivo tão direto, ou seja, dependendo só de reserva e uma potencial vaga para experimentar a sorte. Para a gente, é uma surpresa que ele tenha revelado tanto nome. Ter um estímulo de uma vaga e pra gente é o catalisador que vai fazer muito mais gente entrar e se interessar por ele.
Mas antes, com o CBLOL Academy, existia a segurança para se arriscar em novos talentos. No modelo que vai entrar troca-se esta segurança pela competitividade, então como manter os times do Tier 1 produzindo talentos?
A gente ainda não resolveu como será a situação dos times que estão no Tier 1, se podem ou não manter equipes no Tier 2. Nós estamos avaliando isso porque, para a gente, é super importante que os aprendizados e a capacidade dos times Tier 1 de formar mais rapidamente novos atletas no Tier 2.
Isso traz um valor incrível na formação de novos talentos. O que a gente não quer é que isso acabe corrompendo a função do Tier 2 em uma geração de time para venda. Portanto, ainda estamos definindo quais são as políticas para ver se conseguimos encontrar um ponto em que as organizações garantidas no Tier 1, que não vão passar por relegation, possam continuar investindo no Tier 2. Tenho certeza de que, com a segurança de não ser rebaixadas, elas vão continuar a valorizar o desenvolvimento de talentos.
Além disso, existem também outros talentos que não conseguem um espaço nesses times do Academy. Eles têm um incentivo para entrar, e já vimos novos times entrando, como o IDL, a Rise e o Flamengo. Esses times também estão investindo para eventualmente terem uma possibilidade de entrada num Tier 1, então a gente acha que tudo isso pode acelerar.
Em relação ao projeto inclusivo, isso continua sendo uma prioridade nossa, e vamos continuar buscando uma forma de conectá-los, seja no qualifier, quando estiverem maduros o suficiente, ou em algum momento mais avançado.
Desenvolver jogadores com ímpeto competitivo para rapidamente chegarem e terem sua chance no Tier 1 é o foco. Portanto, haverá riscos, como sempre há.
![Na foto, Caco Antunes em entrevista individual ao LeonButcher](http://noticias.maisesports.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Entrevista-Caco-Antunes-CBLOL-1120x630.jpg)
Quais são as garantias financeiras para os times do Tier 2?
Olha, a equipe do Tier 2 que subiu para o Tier 1 vai ter o mesmo acesso às receitas do GRP que as outras do Tier 1. Portanto, quando entrar na conferência, ela terá a mesma receita, não tendo um caixa menor para tomar todas as decisões. Ela vai depender dos desempenhos dos trabalhos dela porque é tudo em função de uma série de fatores, mas ela tem acesso a mesma fonte de receita que os franqueados e da liga então não tem uma diferença de Revenue Pool para ela.
No Tier 2, pretendemos manter o acesso à premiação, pois é um tema muito importante para subsidiar diretamente. Observamos hoje no CBLOL Academy/NACL que a revelação de talentos e a forma como chegam ao Tier 1 é suficiente para gerar bons times que conseguem disputar uma promo relegation. Estamos seguros disso.
Mas isso gera uma disparidade, não?
É, isso gera uma disparidade, mas o caixa que esse time vai receber é para prepará-lo para jogar contra o time do Tier 1. Na verdade, a própria experiência que ele terá jogando um ano na liga de Tier 1 vai prepará-lo muito mais para defender sua vaga em uma promo relegation. isso não dá para questionar, né?
Na verdade, o desafio do time que quer ser promovido é disputar contra o time do Tier 1. Em termos de subsídio, não prevemos subsidiar mais além da premiação para o Tier 2, porque isso tornaria o modelo inviável. Queremos fazer o Tier 2 com acesso a mais times, mas isso dificulta a distribuição de receita, retirando de onde precisamos manter. Precisamos garantir que as condições competitivas sejam viáveis. Não podemos colocar os times do Tier 2 em um caminho mais complexo. Portanto, será um alinhamento competitivo, e não pretendemos subsidiar financeiramente o Tier 2 além do que hoje já alimenta o NACL e o CBLOL Academy.
![Na imagem pode se ver o troféu do CBLOL Academy, exposta na final de 2023](http://noticias.maisesports.com.br/wp-content/uploads/2024/01/TROFEU-CBLOL-ACADEMY-2023-800x533.jpg)