Campeã invicta da oitava temporada da Brasil Premier League (BPL) pelo circuito de Paladins, a Triumph demonstrou muita superioridade na finalíssima diante da Lowkey Esports. A equipe performou com boa adaptação e sincronia – principalmente dos seus tanks, Lorenzo “nada” Sfredo e Brendon “divino” Pereira, que blindaram do início ao fim o restante dos jogadores.
Não é exagero falar que a dupla abriu caminho para a vitória por 3 a 0 – fora o atropelo. “Se tiver um tank bom, significa que o DPS vai jogar free”, analisou divino.
“Foi o que a gente tentou: temos aí atualmente o único tank de mid do cenário que é o nada. E off tank só eu. A gente ditou o ritmo pra deixar os DPS livres.”
O último mapa da série evidenciou isso muito bem. Na ocasião, a Lowkey adotou uma estratégia de tudo ou nada quando apostou numa composição exatamente sem nenhum tank por conta do placar de 2 a 0 até então.
Percebendo a fragilidade que essa formação apresentava, a Triumph já sabia como counterar – como explicou nada. “Quando um time não tem tank, eles são obrigados a matar o tank-mid do inimigo. Então a gente sabia disso desde o começo. Combinamos que o time todo, principalmente os DPS, precisavam manter manter eu e o divino vivos. Soubemos executar bem.”
Definitivamente, os tanks fizeram a diferença na partida. No momento mais delicado para a Triumph nessa série, nada e divino apresentaram sincronia perfeita para garantir a vitória. No segundo mapa, a equipe conquistou o primeiro ponto, mas depois virou um toma lá da cá que culminou num último round empatado para ambos os lados.
Nessa ocasião, a Lowkey estava com o match point em mãos, mas os tanks da Triumph fizeram a diferença. A Lowkey tinha acabado de eliminar os inimigos e estavam para entregar a carroça. Acontece que “tanto o nada como divino souberam a hora certa de entrar no ponto pra pegar o overtime e sair”, como explicou o coach Lucas “Halfdead7” Jacoia.
“O divino é um off tank, ou seja, ele não fica no ponto, mas ele sabe a hora que precisa pegar o overtime e se posicionou bem pra isso. Ou seja, ele se escondeu, não perdeu HP para quando fosse o momento certo ele tivesse fôlego pra conquistar espaço. Todos os retakes foram feitos em cima disso.”
Como comentou Gustavo “GuhRVN” Ferreira, “jogamos no 2×2: tank agressivo contra DPS agressivo. Quem controla melhor os cooldown e quem prezar mais a vida, vai ganhar. É por isso que a gente consegue andar no mapa de maneira mais livre.”
DEVER CUMPRIDO
Com cinco vitórias ao todo, a Triumph foi só alegrias na hora de comemorar o título de forma invicta. “É pra isso que jogamos, por essa emoção aqui. É ganhar algo que deixa o coração batendo forte, é indescritível. Estamos todos tremendo até agora”, exaltou nada.
Para Mateus “Dinttick” Albuquerque, a conquista teve uma significado maior. Isso porque, na visão dele, a Lowkey tinha todo o favoritismo para a finalíssima da BPL.
“É muito importante para nós ganhar esse título. Ganhamos deles na fase de grupos, mas o cenário todo sabia que eles eram os favorito. Mais tempo de competitivo e também juntos.”
“Isso fez a gente focar demais nesse presencial. Pensamos que seria mais difícil, mas, no final de tudo, eles quiseram inventar demais, fazer coisas inovadoras, e o Paladins atual é algo mais básico. É o que faz a pessoa vencer.”
SE SENTINDO EM CASA
A superioridade da Triumph na grande decisão veio também por uma adaptação fora do jogo: o tempo de preparação na sede da BBL, palco da final. Em meio aos dias nos quais a equipe ficou se preparando na infraestrutura oferecida pela holding de entretenimento voltada para esports, o time se sentiu bem à vontade.
“Desde que a gente chegou aqui na BBL, percebi que meus players se adaptaram muito bem aos PCs. Tanto que o Guh quebrou todos os recordes dele num programa que usamos para treinar mira. Ele quebrou todos os recordes que ele tinha em casa. Eu não sei se o pessoal do outro time conseguiu isso também”, analisou Halfdead7.
MVP da partida, iMaxSouza reforçou esse sentimento – ainda mais porque a equipe é recém-formada. “A gente criou esse time há três meses, quando soubemos que teria um campeonato aberto pro Paladins – ainda mais com essa estrutura gigante da BBL.”
O título de melhor jogador da partida veio também muito em função disso. “Os computadores aqui ajudaram muito. Eu jogo normalmente com 30fps. Aqui é 150 cravado, então é bem mais fácil de ver o target e o tiro do cara. Você joga 100%.”