O sistema anti-cheat do Counter-Strike 2 foi classificado como o menos eficiente entre 11 jogos populares de tiro competitivo. A conclusão vem de uma pesquisa apresentada no workshop CheckMATE 2024 e publicada sob o título “Anti-Cheat: Attacks and the Effectiveness of Client-Side Defences”.
O estudo avaliou tecnicamente a capacidade dos sistemas de defesa contra trapaças em jogos como VALORANT, Rainbow Six, Fortnite, Overwatch 2 e Warzone, e o CS2 ficou apenas à frente de Team Fortress 2 e Battlefield 1 — este último, sem presença no cenário competitivo.
VAC é criticado por baixa resistência técnica
Os pesquisadores analisaram o funcionamento dos anti-cheats do lado do cliente, ou seja, aqueles executados no próprio computador dos jogadores. O VAC, sistema usado pela Valve desde o CS:GO, mostrou desempenho inferior em quase todos os aspectos avaliados, incluindo:
- Facilidade de bypass por cheats pagos
- Tempo médio de atividade de trapaças (uptime)
- Efetividade em detecções automáticas
De acordo com o estudo, há uma correlação direta entre a robustez do sistema anti-cheat e o preço das trapaças disponíveis no mercado. Em outras palavras: quanto mais fraco o anti-cheat, mais baratas (e acessíveis) são as ferramentas de trapaça — o que incentiva ainda mais seu uso.
Mercado de cheats movimenta milhões
O levantamento ainda apontou que o mercado de cheats movimenta entre US$ 12,8 milhões e US$ 73,2 milhões por ano. Mais de 80 sites foram mapeados para avaliar a estrutura de comercialização dessas ferramentas.
Mesmo com cerca de 35 milhões de jogadores mensais, o CS2 apresentou uma das piores resistências técnicas à ação de cheaters.
A comunidade já vinha expressando insatisfação com o número de trapaceiros no matchmaking do CS2. Agora, com dados concretos, a cobrança por melhorias se intensifica. A Valve, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o estudo.