Ricardo “fox” Pacheco se lembra com orgulho de quando recebeu o convite para ser jogador temporário da SK Gaming. Em 2016, o veterano atuou pelo então time número um do mundo durante as finais da segunda temporada da ECS e o Eleague Atlanta Major.
“Ser convidado para jogar com aquela que era a melhor equipe do mundo foi uma grande felicidade. Qualquer jogador se sentiria lisonjeado e feliz pela oportunidade”, relembrou fox em entrevista ao Mais Esports.
Na ocasião, o português foi escolhido para substituir Lincoln “fnx” Lau – movido para o banco de reservas. Pela SK, fox foi semifinalista das finais da ECS e do Eleague Atlanta Major. Após o evento, em fevereiro de 2017, ele encerrou seu período com os brasileiros – que passaram a jogar juntos de João “felps” Vasconcellos.
O período com fox é lembrado com carinho também pelos jogadores brasileiros. Ao ser eleito o melhor jogador do mundo em 2017, Marcelo “coldzera” David escolheu o major com fox como “a melhor memória” daquele ano.
“Ele foi um pessoa incrível, nos ajudou a lembrar quem éramos. […] fox nos deu o prazer de jogar CS de volta e lembrou cada jogador do time do potencial que eles tinham para serem os melhores do mundo. Para mim, 50% de todas as vitórias do ano pertencem a ele, por toda a ajuda que ele nos deu”, disse o brasileiro em entrevista à HLTV.
Questionado sobre qual foi a ajuda que deu a SK, fox foi modesto.
“Apenas tentei dar o meu melhor e encaixar-me bem na equipe, ajudar ao máximo. Quando fui jogar com eles eu já era um jogador experiente, tal como eles, e tentei fazer o máximo possível pela equipe. Eles são excelentes jogadores e pessoas, aprendi muito mais com eles do que eles comigo, com certeza. São [alguns] dos melhores de sempre a jogar este jogo”, afirmou.
Apesar dos elogios de fox, a agora MIBR tem tido um desempenho abaixo do esperado desde o ano passado. Para o veterano, é difícil arrumar uma resposta para a fase de Gabriel “FalleN” Toledo e companhia.
“Eles têm o talento e o espírito de sacrifício certos para voltarem ao topo. Sinceramente, não sei o que tem faltado. Mas, sei que vão trabalhar a 200% para voltar ao nível que já conseguiram ter anteriormente. Com ajuda do zews agora, penso que têm tudo para melhorar e voltar a um nível de excelência”, afirmou fox.
BLAST PRO SERIES MADRID
Pouco mais de dois anos após o período com a SK, fox passou por várias equipes internacionais, como Dignitas, Team Kinguin e Tempo Storm. Em outubro de 2018, porém, o jogador decidiu voltar às raízes e integrar a Vodafone Giants – equipe formada por jogadores portugueses.
Com a Giants, fox ainda não conseguiu alcançar grandes voos até o momento. A principal aparição da equipe foi na última etapa da BLAST Pro Series, em Madri, onde a Giants venceu a seletiva ibérica do torneio.
A equipe terminou a competição na lanterna, com uma vitória em cinco mapas. Voltando a jogar um torneio tier 1 depois de muito tempo, fox se viu em um bom nível.
“Penso que individualmente tive alguns mapas melhores e outros piores, mas no geral penso que estive em um bom nível. Coletivamente estivemos muito bem. Muito bem mesmo. Mas, cometemos alguns erros que a este nível não se pode cometer”, afirmou.
O ponto alto foi a vitória contra a Ninjas in Pyjamas, além da presença massiva da torcida portuguesa – no melhor estilo torcida organizada. Apesar da campanha não ter sido a melhor possível, a Blast Pro Series Madrid ficará na memória.
“Sem dúvida [foi um dos momentos mais marcantes da carreira]. Por tudo. Por estar num torneio deste nível com uma equipe totalmente portuguesa, pela presença dos nossos fãs, tudo o que foi envolvido. Sem dúvida, [foi] um momento incrível na minha carreira”, afirmou.
FUTURO LUSO-BRASILEIRO
E a conexão Brasil – Portugal ainda segue viva no pensamento de fox. A relação entre os dois países no Counter-Strike vem de longa data e o awper não descartou voltar a jogar com brasileiros no futuro.
“Não sei se será possível [jogar com brasileiros]. Mas, porque não? Eu estaria receptivo a isso, com certeza. A minha experiência com jogadores brasileiros foi fantástica e não há qualquer barreira linguística. Apesar disso, a barreira geográfica complica as coisas”, finalizou.