A FURIA chegou na decisão da ESL Impact, mas foi derrotada na final pela Nigma Galaxy. Ao Mais Esports, Olga falou sobre diversos aspectos da competição como o sentimento de perder a final, preparação, recorde de transmissão, sobre seu desempenho na competição e mais; confira.
Primeiramente, Olga revelou que não é fácil sair com o vice-campeonato de um torneio, mas que fica um sentimento de dever cumprido na competição. Além disso, a jogadora pontuou o fato da FURIA ter jogado seis mapas na sequência, o que culminou em um desgaste da equipe.
Sempre é difícil perder uma final, mas a sensação que prevalece é de orgulho por ter conseguido chegar lá. Ganhamos na semi da CLG – que até então estava como favorita – em uma MD3 inesquecível.
Quase ganhamos da Nigma na fase de grupos e tiramos um mapa delas na final. Sem tirar o mérito delas, mas o cansaço bateu forte. Foram seis mapas na sequência, então sabemos que [a final] poderia ter sido diferente
Olga também falou que se a FURIA estivesse com uma condição física melhor – que foi desgastada devido ao acúmulo de mapas na sequência -, a decisão poderia ter um resultado diferente do que o apresentado.
“Se estivéssemos na melhor condição física, o que favorece uma condição mental melhor também. Com isso, tenho certeza que temos um time pronto para ser campeão mundial. Claro que temos muita coisa para melhorar, mas sei que temos potencial pra isso”, pontuou.
A FURIA não chegou com o foco direto de avançar à decisão. Segundo Olga, a estratégia da equipe foi caminhar passo a passo em busca das vagas nas fases seguintes, o que terminou com a equipe brasileira decidindo a competição. “A gente trabalhou com mais de uma meta, focando em uma de cada vez. A primeira era ir pras playoffs, a segunda ir pra final e a maior meta era ser Campeã”.
Diferente das competições masculinas onde se encontram diversos jogos de todas as equipes, no cenário feminino não acontece dessa maneira. Uma prova disso foi a dificuldade que a FURIA teve para estudar suas adversárias na ESL Impact.
Não tínhamos muita fonte pra estudar, só alguns jogos regionais do qualify [da ESL Impact] e da ESEA Cash Cup. Estudamos para ver qual era o estilo e possíveis vícios
Apesar das dificuldades e do vice-campeonato, Olga sai da ESL Impact satisfeita com o resultado obtido pela FURIA na competição.
Muito Satisfatória [a participação da FURIA na ESL Impact]. Conseguimos a marca do primeiro time feminino em uma final de mundial. Mostramos ser muito resilientes e que temos bala pra trocar de igual contra as melhores. Tenho orgulho do que fizemos
Olga também comentou sobre o grande número de espectadores nas transmissões dos jogos da equipe na ESL Impact na stream do Gaules. Segundo a jogadora da FURIA, as transmissões apresentam a equipe para novos públicos.
Finais de campeonatos importantes, principalmente presenciais, sempre atraiu muita gente nas transmissões, mas não se comparam com um Mundial. Claro que não vamos ver esse número de novo em todo jogo da FURIA. No entanto, quando muita gente está de olho em alguma coisa, muitas outras querem saber o que está acontecendo. Por isso essas transmissões são importantes: elas nos apresentam para novos públicos.
Durante a entrevista, Olga abordou as deficiências da FURIA e como a equipe poderá melhorar para os próximos campeonatos. Um desses pontos é a adaptação ao jogo das adversárias durante uma série, por exemplo.
Não conseguimos ganhar muitos pistols e perdemos muito antieco e forçados. Muitos jogos poderiam ter um final diferente se não tivéssemos perdido tantos rounds assim. Além disso, acredito que tomada de decisões podem ser melhoradas também, principalmente quando precisamos reagir ao que o adversário está fazendo.
Além da excelente campanha na ESL Impact, Olga tem um outro motivo para comemorar: a jogadora foi a segunda melhor durante toda a competição. Primeiro, a rifler elogiou suas companheiras de equipe, citou Bernardo, psicólogo da organização, e disse que o time lhe deu confiança para jogar a competição.
“Durante toda a campanha o time todo fez ótimas partidas. A Mari e a Gabi amassaram em toda fase de grupo. A izaa conseguiu crescer em jogos super importantes e decisivos como na semi contra CLG (ela ganhou rounds chaves que levou a gente pra final).
A Kaah também teve muito impacto na semi, toda hora pegando kill que colocava a gente em situações confortáveis para ganhar o round. E eu consegui ser bem consistente nos playoffs inteiro A sensação é de orgulho e de que estamos fazendo um trabalho em grupo”, disse.
A jogadora continuou: “Como disse o Bernardo em uma sessão com a gente lá em Dallas: ‘Um time é como gansos voando: as vezes um ganso vai estar na frente (tomando o vento para os outros gansos poderem descansar), mas se esse ganso cansar, vai ter outros para manter o time voando’. Eu sinto que meu time me deu muita confiança pra eu poder jogar sem medo. E é uma confiança que a gente vem trabalhando junto com responsabilidade. Tem hora que o time precisa de mim buscando jogo, mas tem hora que eu só preciso dar uma segurada no voo pra eu não cair e me separar delas”, concluiu Olga.
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