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Schaeppi fala sobre o MD3 Podcast e relembra aprendizados do Combo

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Após fazer história no cenário com o Combo Podcast, os hosts Schaeppi, Djoko e Prieto estão de casa nova. Agora eles representam o MD3 Podcast, que traz o mesmo formato e propósito do programa anterior, mas com uma estrutura maior e sob a tutela dos estúdios Flow.

O MD3 Podcast é transmitido no canal do Flow Games toda segunda-feira, ainda sem um horário fixo devido à agenda dos convidados. No momento da publicação dessa matéria, quatro episódios já foram ao ar: TitaN, Sacy, PDRM, Wendel Lira e Xero, que é o mais recente e teve tradução simultânea.

Em entrevista ao Mais Esports, Schaeppi abriu seu coração e falou sobre toda a jornada do Combo: dificuldades, evolução, episódios preferidos e propósito do programa. O narrador do CBLOL também contou como foi o contato com o Flow Games para a criação do MD3, como está sendo experiencia e também os planos para o futuro do programa.

Início com o Combo Podcast e evolução no decorrer dos episódios

O Combo não foi o primeiro Podcast do trio Schaeppi, Djoko e Prieto. Quem é “oldschool” vai lembrar o Podcaster, um programa que debateu um tema fixo a cada episódio. Essa proposta é totalmente diferente do Combo e MD3, que trazem o formato “mesacast”, por isso os três hosts tiveram que mudar muitas coisas para o Combo.

No Combo o formato passou a ser o de mesacast, em que o assunto é o convidado e não algo já pré-determinado. Tivemos que aprender a conversar de maneiras diferentes, extrair as conversas de quem estava lá e, o mais importante de tudo, deixar o convidado confortável.

Deixar o convidado confortável é o que o trio busca a cada Podcast. De acordo com Schaeppi, eles querem que as pessoas se sintam acolhidas e a vontade para falar sobre qualquer assunto da forma como quiserem.

Nosso objetivo e diferencial era buscar fazer com que aquela conversa fosse igual às que tínhamos nas casas dos jogadores, em uma resenha de bar, nos eventos que nos encontrávamos, momentos em que tudo era falado porque existia um sentimento de segurança e companheirismo. Essa era a proposta do Combo e é a proposta do MD3 hoje em dia, criar um espaço em que as pessoas se sentem a vontade de abrir o coração e comentar coisas que nunca haviam comentado, porque ali será um ambiente em que além de estarem sendo ouvidos, estarão sendo abordados de uma maneira que não será distorcida.

Combo PodCast Schaeppi pietro e Djoko
Djoko, Schaeppi e Prieto, ainda no Combo Podcast (Imagem: Reprodução)

Schaeppi continuou falando sobre todo o aprendizado que teve durante os mais de 88 episódios do Combo que foram ao ar. As mudanças foram várias, desde alteração na forma como falam com o convidado até modificações estruturais do programa.

Tivemos um universo de mudanças e evolução no decorrer dos episódios. Se você pegar o primeiro, com o brTT, e o último, com a Daiki, mudou completamente, seja no jeito que a gente se porta, na quantidade de vezes que interrompemos o convidado ou o ouvimos, saber ter o jogo de cintura lidar com um assunto que percebemos que foi insensível ou que o convidado não queria falar, ou até fazer render um papo que não estava rendendo. Durante todo esse um ano, a gente literalmente aprendeu a como lidar melhor com as pessoas e fazer com que elas se sentissem melhor.

Aprendizado “na marra”

Durante todo esse tempo, Schaeppi, Prieto e Djoko tiveram que ir “refinando” o Combo Podcast em vários pontos. Eles não eram responsáveis apenas por apresentar o programa, cada um tinha funções secundárias para que tudo pudesse funcionar.

Como o Combo era uma coisa muito embrionária, todo mundo ali fazia muitas coisas. Eu, por exemplo, era o produtor do Podcast, eu que chamava convidados, fazia agenda, fazia todo o trâmite desde quando ela chegava até ela ir embora, O Prieto falava com os patrocinadores, ia atrás de fazer os contratos, combinar as entregas. O Djoko por já ter um canal de Youtube há muito tempo, cuidava muito desse aconselhamento de como tinha que ser os cortes, o tempo, a minutagem.

Muito trabalho, muito cansaço e muito aprendizado. Schaeppi contou que foi nessa correria que todos eles aprenderam a como “converter” o formato dos Podcasts atuais para algo que fosse bom para os esports.

Não adiantaria a gente só replicar o que era feito nos outros Podcasts, tínhamos que trazer tudo isso adaptado para os esports eletrônicos. Apanhamos de diversas maneiras como fazer isso, como abordar determinadas coisas, até irmos refinando para chegar nessa leveza e sincronia que temos hoje.

Como absorver as críticas no começo do Combo Podcast

Parte da evolução do Combo também veio das críticas dos espectadores, mas para Schaeppi não foi fácil de lidar com algumas delas, já que o próprio diz que se “deixa levar facilmente” por coisas negativas.

Eu já falei isso publicamente, sou uma pessoa que me deixa levar muito por coisas negativas. […] Na internet as pessoas esquecem que tem uma pessoa do outro lado, ela só enxerga o seu avatar e esquecem que estão debatendo, discutindo e brigando com um ser humano, por isso às vezes pesam a mão em algumas coisas. O Combo teve as críticas construtivas, as críticas que era só rage sem nenhum fundamento, e as críticas que tinham alguma positividade, mas eram feitas de maneira um pouco exacerbada.

Algumas críticas que foram feitas de forma construtiva já no primeiro episódio do Combo (Imagem: Reprodução/Youtube)

Justamente não ter um Podcast de esportes eletrônicos naquela época com o formato de mesacast, Schaeppi perdeu as contas de quantas vezes se pegou explicando como era o formato do Combo para o público, devido a algumas críticas que o programa recebia.

Durante vários momentos no Combo e principalmente no início eu ficava tentando explicar para o pessoal como funcionava o Podcast, porque a comunidade de esports nunca teve um Podcast mesmo, sempre teve programas que eram outra pegada e outro estilo, então estavam acostumados com o formato, principalmente com uma mesa tão cheia: eram três hosts mais um convidado no mínimo, então pelo menos quatro pessoas conversando. era muita coisa, mas também estávamos aprendendo a fazer isso da melhor maneira possível.

O narrador revelou uma das críticas que mais faziam nos comentários e como eles absorveram ela para melhorar o programa.

Antigamente uma das reclamações que acontecia com frequência é que a gente cortava muito os convidados no meio da fala deles, e isso foi algo que absorvemos bastante. Essa crítica foi feita de formas educadas e grosseiras, então as que eram feitas de maneira educada sempre procurávamos absorver e colocar em prática, mas as grosseiras eu aprendi a descartar, mesmo que tivesse alguma coisa positiva ali. Não somos de ferro, então evitamos ficar interagindo e lendo coisas que são grossas, mas sempre lemos bastante.

Schaeppi chegou a pedir para sua namorada fazer um “filtro” antes de ele ler os comentários, pois certas mensagens o impactavam mais do que deveria. Ele também contou que o Youtuber e influenciador Castanhari o ajudou bastante a lidar com tudo isso, justamente por ter um perfil parecido com o dele.

Chegou uma época que eu até pedia para a minha namorada ler antes e dar uma filtrada para ver se não tinha coisas muito pesadas, acabou culminando em vários outros pontos da minha vida, eu vinha de uma complicação e outras coisas. Durante esse tempo eu até conversei com o Castanhari, que também tem o perfil muito parecido comigo, de se abater com as críticas negativas, então ele me ajudou a enxergar melhor como absorver essas críticas para o Podcast.

Conheça um pouco mais sobre o Schaeppi no episódio em que ele foi o convidado do Combo:

Apesar de tudo isso, o narrador do CBLOL fez questão de ressaltar que as críticas que foram feitas de uma forma legal foram muito importantes para a evolução do Combo e também de como eles estão fazendo o MD3.

Eu, Prieto e Djoko tínhamos várias reuniões sobre como iamos conduzir, o que precisamos mudar, e como eu já disse, o formato do Podcast mudou várias vezes, tiramos intervalo, tiramos a pausa para a comida ali, entre outros pontos, porque no final das contas estamos fazendo um programa para o público, então não adianta não escutarmos eles. Todas essas mudanças trouxeram frutos positivos que estão sendo colhidos no MD3 Podcast, Schaeppi contou que a recepção do público foi positiva em um nível que o impressionou.

O MD3 Podcast teve uma recepção mais do que calorosa do público

O MD3 está sob o guarda-chuva do Flow Games, por isso alcança um público de jogos no geral, e não apenas de esports. Isso deixou Schaeppi um pouco receoso quanto a aceitação inicial do Podcast, afinal, mais gente vendo significa mais elogios e mais críticas.

No entanto, ele se mostrou muito surpreso com o fato de que os elogios superaram massivamente críticas, principalmente aquelas feitas em forma de ódio.

Todo esse refinamento deu frutos positivos no MD3, e se você pegar os episódios que tivemos até agora foram só elogios, 100%. Eu fiquei muito surpreso com isso e muito feliz, porque a nossa audiência está sendo muito maior, então a tendência era que aumentassem os elogios e os rages, mas está sendo só amor e isso está me deixando feliz de um jeito sensacional, está sendo incrível! Eu tinha um receio de que não seria só o nosso público no MD3, tem também o do Flow Games, então poderia ter uma rejeição, mas os caras abraçaram. Toda essa jornada e todas as críticas fizeram com que a gente conseguisse amadurecer com um produto que hoje é do jeito que a gente quer.

Veja abaixo o primeiro episódio do MD3:

Schaeppi ficou satisfeito com o resultado do Combo, mas acha que dava para ter ido além

Com tantos episódios lançados, histórias contadas e aprendizados, perguntamos ao Schaeppi se ele ficou satisfeito com o resultado que o Podcast teve. A resposta foi um “sim e não”. Ele começou falando do que deixou eles satisfeitos com toda a trajetória do Combo.

Nós três não somos ultra famosos no cenário a um nível de um Kami, brTT ou Yoda da vida, então os nossos números foram sendo construídos com o passar do tempo, principalmente os números com os outros esports. Com LoL sabíamos que teríamos uma certa garantia de público, o nosso grande desafio era trazer público de outros esports, e isso teve um sucesso muito grande. A própria Ubisoft veio falar com a gente e disse que os maiores números de coisas relacionadas ao Rainbow Six não relacionadas aos campeonatos, eram os episódios do combo, foram números que o R6 não pegava em outros produtos que não fosse o campeonato.A galera que ia lá de outros jogos também ficava muito feliz, então eram números que deixavam a gente contente.

No entanto, o narrador não hesitou em dizer que dava para ir mais longe se tivesse um pouco mais de apoio da comunidade que, em sua opinião, não se ajuda o suficiente. Ele não se exclui disso e ressaltou que todo mundo precisa se ajudar mais, principalmente em projetos menores.

Sabíamos que dava para ir mais longe. Eu falei isso em outro programa, às vezes sinto que a comunidade não se ajuda o suficiente, e posso até me colocar nesse bolo. Você vê que a comunidade engaja muito quando é alguém já muito famoso que faz alguma coisa, por exemplo, o CBOL O do Baiano, ou algum projeto que o brTT esteja apadrinhando, daí muita gente compartilha porque aquilo vai trazer coisas para eles, mesmo que indiretamente, mas muitos não comentam de projetos que estão nascendo, que ainda não estão hypados. Isso foi algo que lutamos muito no Combo, para a galera começar a marcar a gente, por exemplo.

Schaeppi completou falando sobre Revolta, ex-jogador profissional e um dos maiores nomes do cenário competitivo brasileiro. De acordo com ele, Revolta foi um “parceirasso” para que o combo pudesse alcançar mais espectadores, mas nem todo mundo que “usou” o Podcast em benefício próprio, teve o mesmo empenho em ajudar a divulgar.

Quando alguém ia lá e fazia um react, muitas vezes nem falavam qual era o programa, então a gente sempre ia lá, pedia para eles falarem qual era o programa, marcar a gente, se estiver em live fala do link, mostra como chega lá. Algumas pessoas aderiram a isso, outras não, mas uma pessoa que sempre fez isso foi o Revolta, ele é um parceirasso nosso, foi o primeiro a fazer react do Combo na live, pedia para a galera se inscrever. Outras figuras fizeram isso também, mas eu sinto que poderia ter mais apoio da comunidade em projetos que não estão começando, e não estou falando só do nosso, mas sim de forma geral. Se vários projetos crescerem, vai ter mais exposição e todo mundo vai ganhar.

Quais episódios do Combo são os preferidos de Schaeppi?

Apesar de muitos apresentadores não gostarem dessa pergunta, não pudemos deixar de perguntar ao Schaeppi quais são os seus episódios preferidos do Combo. Para a nossa surpresa, ele riu e respondeu que adora a responder essa, pois já tem muito bem definido os seus prediletos.

Episódio com o Ranger

O episódio do Ranger teve um significado especial porque foi o nosso recorde de audiência com 21 mil pessoas ao vivo, mas isso é o de menos. O episódio do com ele traduz exatamente o que queremos com o nosso Podcast, aproximar a comunidade da pessoa, Quando chamamos ele ali, queríamos que a comunidade tivesse vendo o Felipe e não o Ranger.

Ele chegou como Ranger, foi falando as coisas dele, dando aquela zuada dele, mas no decorrer do episódio ele foi ficando mais calmo e aberto, falando mais como Felipe. Ele falou sobre suas fraquezas, frustrações, sonhos, e daí chegou na última pergunta, que eu perguntei o que tinha acontecido de verdade no Flamengo. Ele tinha acabado de ser demitido de lá, e aí neste momento foi só o Felipe que falou.

Ele fez toda aquela denúncia que até virou uma mega matéria da ESPN sobre abuso de assédio moral no Flamengo. Ele contou como tinham falado as coisas pra ele, e naquele momento eu senti “é isso, o programa é isso, nosso Podcast é isso”, sobre a pessoa se sentir à vontade o suficiente para falar algo que precisava ser falado. Ele se sentiu à vontade o suficiente para colocar aquilo em cima de uma bandeja de publicidade, da maneira mais tranquila, sutil e apoiadora que poderia ser.

Episódio com o Croc

Outro episódio muito foda foi o do Croc. Ali foi a primeira vez na história que um programa com tradução simultânea de coreano aconteceu. Muitas vezes tiveram entrevistas com coreanos, mas faziam um trabalho de tradução, ou muitas vezes era gravação e legendavam depois, ali não, foi ao vivo. A Ga fez parte de um momento histórico, o Croc se sentiu muito à vontade, falamos pra caramba e pela primeira vez um coreano teve voz ativa para falar o que quisesse.

Esse programa foi tão impactante que depois disso a Riot começou a fazer a mesma coisa no CBLOL. Ela nunca tinha feito nesse formato, era só no modelo de responde, traduz, e muitas vezes era gravado. No Combo mostramos que poderia ser feito com qualidade e transparência, uma semana depois a Riot estava fazendo e pensamos “olha que foda, o combo ditou tendência”.

O MD3 já seguiu a fórmula e realizou um programa com Xero, técnico sul-coreano da paiN Gaming. Assim como o EP do Croc, esse também teve tradução simultânea da GA e recebeu diversos elogios da comunidade:

Episódio com o Baiano

Um terceiro episódio que foi muito foda para mim, pessoalmente, foi o do Baiano, porque ele mudou uma chavinha para mim como narrador. Falamos muito sobre comunidade, sobre como o CBLOL estava engessado, então eu particularmente quebrei muitas barreiras e o Baiano também.

A comunidade tinha muito a ideia de que as coisas oficiais da Riot odeiam o Baiano e vice-versa, mas lá fizemos um intercâmbio, foi lá que surgiu o convite de eu fazer o CBOLAO, de eu abrir mais o meu leque para o entretenimento, de zuar, de colar nas streams, de falar com a galera, usar a linguagem da comunidade e trazer isso para a Riot. Do mesmo jeito foi para o outro lado, o Baiano entendeu mais como as coisas da Riot aconteciam, o porque era feito daquela maneira, e isso foi um intercâmbio que melhorou para os dois demais, tanto que dali saiu uma transformação que me deu o meu prêmio de melhor caster do ano.

Contato do trio com o Flow Games

Após quase um ano de programa, o Combo Podcast chegou ao fim, mas Schaeppi, Prieto e Djoko não queriam parar por ali, por isso foram atrás de várias possíveis “casas” para o Podcast. Eles foram procurados por muitas empresas, inclusive algumas que nem sequer imaginavam.

Após o fim do combo nós decidimos que queríamos continuar, então começamos a correr atrás. O Flow foi um dos que entramos em contato, foram vários! Teve até contato com televisão, que queriam fazer algo online para o portal deles. Também estivemos em contato com vários portais, coisas grandes, tivemos contatos com alguns times, com outros estúdios que já fazem Podcast e até uma organização que não tem nada a ver com esports e Podcasts, essa foi até uma surpresa muito grande e muito fora da caixa, mas não posso falar qual foi.

Com tantos contatos e possibilidades, o que levou o trio a fechar com o Flow? Toda a estrutura e expertise do Flow pesou, mas o que “fechou as contas” foi o papo que eles tiveram com os produtores (Davy Jones e Phoenix), pois ali perceberam que todas as ideias se “casavam” perfeitamente.

Mandei mensagem para o Igor, expliquei tudo e falei que queríamos continuar do mesmo jeito, com a mesma pegada. Não queríamos um super salário, ou ser sócios da empresa Flow, nada absurdo, só queríamos uma casa que nos acolhesse, e aí ele (Igor) disse ter um projeto que estava embrionário e nos colocou em contato com o Davy Jones e Phoenix. Marcamos uma reunião primeiro com o Dave e depois com o Phoenix, e foi perfeito, parecia que era o destino! Tudo que queríamos era o que eles queriam, e tudo que eles queriam era o que queríamos. O Igor já havia nos elogiado, falou que se sentiu muito acolhido quando foi lá no Combo, que nos apresentamos bem, então foi isso, fechamos a parceria e fomos acolhidos pelos estúdios Flow.

schaeppi, prietro e djoko no MD3 Podcast
(Foto: Divulgação/Schaeppi)

Uma super-equipe e estrutura para fazer o MD3 Podcast acontecer

Como já citado, um dos pontos para o trio fechar com os estúdios Flow é a expertise deles, que já estão no mercado há alguns anos e ditam a tendência de Podcasts. Schaeppi comentou que vários lugares tinham “boa intenção”, mas que os projetos ainda estavam muito embrionários, por isso eles (Schaeppi, Djoko e Prieto) novamente teriam que cuidar de muitas coisas fora das câmeras.

O narrador explicou que, para cada episódio do MD3 acontecer, tem uma grande equipe por trás fazendo várias coisas, e isso deixa os três hosts mais “livres” para fazer os seus trabalhos sem ficarem sobrecarregados.

O profissionalismo dos caras é surreal. Eles possuem uma equipe gigantesca, para fazer o MD3 ir ao ar temos o Rondoni, que é nosso operador/direto de ao vivo, às vezes o Otávio que fica lá com ele. Temos o Phoenix que é o CEO do produto Flow Games e fica lá todo episódio, temos o Ronaldo que é o nosso diretor de parcerias e produto (e também fica lá), tem o técnico de câmera, tem o produtor, enfim, é uma galera gigante que faz aquilo ir para o ao vivo. Nós só temos que sentar lá e fazer o nosso trabalho, pois eles possuem todo esse mecanismo certinho para fazer tudo acontecer.

Outra coisa que o surpreendeu nos estúdios Flow foram as tecnologias próprias, por exemplo, conseguir jogar qualquer mensagem do chat na tela em tempo real.

Eles têm alguns mecanismos ali que não temos na Riot! Quando estamos ao vivo conseguimos clicar em qualquer mensagem do chat e mandar ela imediatamente para a tela, isso tudo feito pelo celular em um app que eles mesmos criaram. Eu acho isso incrível, nem televisão tem isso em muitos lugares, geralmente tem que pegar a mensagem, recortar e colocar dentro de uma HUD, lá não, é direto, você clica na mensagem e vai para a tela. São várias tecnologias exclusivas que eles fizeram, é incrível, eles têm uma estrutura que quando você assiste, fica impressionado, mas quando está lá fica mais ainda, é surreal!

Hosts com personalidades diferentes, mas que se completam

(Imagem: Divulgação)

Schaeppi, Prieto e Djoko possuem personalidades diferentes e, de forma indireta, acabam exercendo “papéis” diferentes no MD3 Podcast. O narrador contou que isso não é intencional, mas que realmente acontece e é um dos pontos positivos do programa, pois eles se completam na personalidade e, consequentemente, na conversa.

Durante a entrevista, ele resumiu um pouco de como é essa personalidade dos seus companheiros de bancada:

Schaeppi

Eu faço o papel da parte mais emotiva, questiono os convidados do porque fizeram algo, também acabou sendo um pouco do guia, abro o Podcast, fecho ele, normalmente faço a virada dos assuntos, então fica na minha mão esse termômetro de como conduzir o assunto.

Djoko

O Djoko a gente brinca que é a enciclopédia, ele lembra de tudo, lembra de X pick na final, de como aconteceu, ele é o cara que estava lá dentro, que vai lembrar da jogada, questionar o porquê aquilo foi feito, a parte mais estratégica.

Prieto

O Prieto a gente brinca que é o “noob” da bancada, ele está ali para ser a visão do público, ele é o cara que está ali para chegar e perguntar “Por que vocês fizeram isso? Por que tomaram essa decisão?”, aquela pergunta que nunca iríamos imaginar por já estar no meio dos esports, mas que é vital para o assunto se desdobrar. Ele também é muito importante porque traz uma visão não só de “noob”, mas também de empresário de fora dos esports. Ele é dono da Seven Kings, então às vezes faz algumas perguntas do porque o contrato foi feito de tal forma, como a negociação é feita e coisas do tipo.

Uma mistura de tristeza e felicidade com várias das revelações feitas nos programas

O Combo Podcast fez história no cenário de esports nacional e trouxe diversos convidados para contar suas histórias, muitas delas jamais contadas ao público até então. O programa também gerou muitas discussões, denúncias e expôs diversos casos tristes do cenário.

Mesmo já sabendo de muita coisa, Schaeppi afirmou ficado impressionado e triste com muito do que foi contato ali.

Muitas histórias contadas ali eu já sabia, mas muitas eu também não sabia, por exemplo, todas as histórias do Flamengo. Tudo me deixou triste e com raiva, porque além de Caster da Rioter eu sou advogado. Claro, eu não atuo desde 2014, mas mesmo assim essas coisas me revoltam muito, pois acima de tudo eu sou muito apaixonado no LoL. Já recebi proposta de outros jogos, de ir para a televisão narrar futebol, mas eu não quis, eu quero ficar aqui, é uma das minhas maiores paixões, então quando eu escuto essas coisas eu fico triste e com raiva.

O narrador continuou falando sobre o caso e se mostrou indignado que, mesmo após 10 anos de cenário, ainda tenha tanto amadorismo e pessoas mal-intencionadas.

Isso não é um campo de aventura, é sério, então me revolta que até hoje tem pessoas no cenário que são aventureiras, que estão aí enganando pessoas desde 2012, 2013, e o que me deixa mais triste é descobrir que tem outras pessoas que eu não conhecia e que são assim. Quando vai parar isso? Quando tudo vai se profissionalizar e essas coisas vão parar de acontecer?

Mas nem tudo são trajédias. Schaeppi também consegue tirar muitas coisas boas de várias das histórias que eles ouviram durante o Combo Podcast e MD3, principalmente podendo ver a evolução de vários nomes do cenário.

Aconteceram muitas coisas que foram muito tristes de escutar no Podcast, tipo a história do Mewkyo, coisas que o Ranger contou, que o Goku contou, e isso nos impacta muito, pois além de mexer com o cenário, as pessoas que foram ali também são nossos amigos. Por outro lado, tiveram coisas muito positivas faladas lá, de conquistas, sonhos sendo realizados, barreiras sendo quebradas. Me deixa muito feliz saber que algumas coisas estão mudando, projetos estão nascendo e até mesmo postura individual de muitos jogadores que estão amadurecendo. O Revolta hoje em dia é totalmente paz e amor, calmo pra caramba, mas ele era super estressado e ele mesmo assumia isso.

Obviamente Schaeppi deseja que todas as situações ruins expostas no Combo e já no MD3 não aconteçam novamente, então ele vê que o papel do programa é justamente dar a exposição de toda essa parte ruim para o público, para que vire manchetes nos sites, gere investigações e cause revolta nos jogadores.

A lição que tirei de tudo isso, principalmente dos negativos, é tentar fazer com que aquilo não aconteça novamente, tentar fazer a minha parte expondo tudo isso para gerar uma matéria, gerar um questionamento, gerar um engajamento coletivo dos jogadores para eles se unirem, da comunidade se unir, das pessoas falarem sobre. Eu acho o cancelamento algo pobre e raso, quando as pessoas cancelam alguma coisa elas não querem que aquilo melhore, elas só têm o puro e absoluto ódio em cima daquilo, então acho que o caminho certo não é cancelar, mas sim falar sobre aquilo, refletir sobre e tentar resolver. Não podemos só sair atacando, precisamos aprender com aquilo e fazer com que não aconteça mais.

Planos para o futuro do MD3 Podcast

Schaeppi na frente de uma placa do Flow Games, dona do MD3 Podcast
(Foto: Divulgação/Schaeppi)

Público maior, mais comentários positivos, estrutura gigante e pessoas experientes por trás; tudo isso já é boa parte do que qualquer Podcast almeja quando está começando, e já está feita no MD3. Mesmo assim, Schaeppi vê com clareza quais são os próximos passos a curto e longo prazo.

Nossos planos futuros envolvem o curto e longo prazo. Começamos com um episódio por semana, mas quero que consigamos fazer isso virar dois em algum momento, queremos abranger mais os esports, ter mais conversas. O MD3 em si ainda não tem um patrocínio, apesar de o Flow Games ter, então queremos captar um patrocínio próprio, mostrar que a comunidade está lá para ver, que os números estão excelentes. Queremos mostrar para as marcas que o MD3 é um projeto incrível para termos esse apoio e fazer o programa chegar mais longe, esse é o nosso objetivo a curto prazo.

A longo prazo o narrador alça voos mais altos e com destinos internacionais. Ele contou que o Flow permite chamar convidados de qualquer lugar do Brasil, pois eles arcam com os custos necessários para trazê-los, então ele deseja levar o programa para edições especiais em outros países.

A longo prazo temos planos bem fora da caixa. Queremos fazer coberturas presenciais, seja no Major do Rio de Janeiro, por exemplo, ou na final do CBLOL, e quem sabe até fazer cobertura de algum evento internacional, seja o que for, queremos pegar MD3 e tornar ele massivo. […] Meu sonho no futuro é internacionalizar, começar a fazer essas viagens e fazer um MD3 especial na Europa ou na Coréia, por exemplo, fazer um podcast com gente da LEC, da LCK. É um sonho distante, mas é o que queremos, fazer com que a comunidade abrace o projeto, fazer com que muitos queiram estar lá no podcast, não só para aparecer, mas porque é foda, é daora, é gostoso.

Recado final de Schaeppi para todos os leitores

Para finalizar a conversa, Schaeppi deixou uma mensagem final para todos os leitores e

Cola com a gente, chama quem ainda não conhece para conhecer o programa, participa, estamos abertos para receber as perguntas, para interagir com o público. Você que está lendo essa entrevista, engaja com a gente, se você ama os esportes eletrônicos, se quer fazer isso maior, façam os projetos ao seu redor ficarem maiores, e nem falo só do MD3, se um cresce, todos crescem!

Onde assistir o MD3 Podcast

O MD3 Podcast é transmitido no canal do Flow Games toda segunda-feira, ainda sem um horário fixo devido à agenda dos convidados. Em algumas semanas, também podem ter episódios extras às terças-feiras.

Você pode acompanhar o Twitter do Flow Games para ficar ligado na agenda, ou mesmo seguir Schaeppi, Djoko e Prieto em suas redes sociais.

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Bruno Rodrigues

por Bruno Rodrigues

Publicado em 29 de junho de 2022 • Editado há mais de 2 anos

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