Em uma das negociações mais inusitadas da história recente do Counter-Strike: Global Offensive, Egor “flamie” Vasilyev e Aleksandr “s1mple” Kostyliev quase se juntaram aos brasileiros da SK Gaming. Quase um ano depois, flamie abriu o jogo sobre a possibilidade da transferência.
“No começo, eu e o s1mple poderíamos ter ido para a SK. Mas as organizações não entraram em um acordo e depois nós, os jogadores, também dissemos não”, revelou o russo em entrevista ao Mais Esports direto de Katowice, na Polônia.
“Decidimos ficar com nosso time. Teve uma chance de uns 35%”, completou o jogador da Natus Vincere.
Na ocasião, a dupla substituiria Epitácio “TACO” Filho e Ricardo “boltz” Prass. Foi reportado que o negócio com s1mple já estava melhor encaminhado, mas o preço a ser pago por flamie era o grande impasse.
“Eu queria, mas o s1mple talvez não. Essa pode ser uma das razões [que não deu certo], não sei exatamente. Eu queria, mas também preferi ficar com meu time, meus amigos. Eles são como uma família. Era uma decisão difícil”, completou.
De acordo com o russo, a principal vantagem daquela negociação teria sido se mudar para os Estados Unidos: “Para mim é meio que um sonho morar lá. Quando você compara a Rússia com Los Angeles, [morar na Rússia] não é a melhor coisa”.
FATOR PSICOLÓGICO
Eliminada na semifinal após uma derrota para a ENCE eSports, a Na`Vi esteve próxima de chegar a sua quarta decisão de major. Para flamie, a equipe acabou sentindo a pressão, enquanto os adversários seguiram inabaláveis.
“Eles são finlandeses, eles não tem medo de nada. É diferente dos russos ou ucranianos. A gente sente a pressão, acho que a maioria das pessoas viu isso. Quando eles começaram o ‘comeback’, sentimos a pressão e acabamos jogando mal”, contou.
Questionado se a equipe pensa em ter um psicólogo esportivo, para ajudar nessas situações, o russo acenou positivamente.
“Acho que devemos olhar para isso. A Astralis tem psicólogo esportivo, educador físico, eles se preparam muito bem nesses campos. E esse tipo de coisa ajuda no jogo. Se o placar está 14-14, por exemplo, eles conseguem focar mais. Pode ser por isso. Precisamos considerar e, talvez, a gente também contrate um psicólogo esportivo”, completou.
Outro fator psicológico que também atrapalha é a sina de vice. Flamie e outros membros da espinha dorsal da Na`Vi chegaram à decisões de majors em três oportunidades e foram derrotados nas três.
“Perdemos três vezes na final e é bem difícil. O título de major está fazendo muita falta na minha carreira, eu quero muito ganhar. Tivemos boas chances, mas não conseguimos. Espero que a gente consiga um dia”, completou.
DESEMPENHO
Para flamie, a Na`Vi conseguiu mostrar bons sinais durante a IEM Katowice. Inclusive nas quartas de final contra a FaZe, quando o time venceu a md3 mesmo com s1mple tendo uma atuação longe do seu padrão.
“Isso mostra que todo o time está trabalhando muito e jogando bem. Sim, perdemos para a ENCE, mas, no geral, jogamos bem e poderíamos ter vencido. Jogamos bem nos outros jogos. Sinto que estamos melhores agora do que no torneio antes do major [GG.BET ICE Challenge] em Londres, quando perdemos para North e Heroic”, contou.
Confira a cobertura completa e in-loco do Mais Esports na IEM Katowice
O desempenho individual não preocupa flamie. Outrora uma das grandes estrelas da Na`Vi, o russo teve uma queda significante de desempenho desde 2018, mas conseguiu se reerguer no major e terminou a competição com um rating de 1.20, de acordo com a HLTV.
“Eu não gosto de ler comentários e esses tipos de coisas. Às vezes não jogamos nosso melhor jogo. Eu não tenho a melhor função possível na minha opinião. Alguém tem que entrar na frente, aí é difícil ter estatísticas boas. Mas, acho que estou indo bem e ajudando o time. Posso jogar ainda melhor, mas não há pressão – as estatísticas não significam nada”, finalizou.