Muito antes dos streamers brasileiros terem uma base sólida de fãs nas plataformas e as organizações investirem pesado nesse segmento, vários produtores de conteúdo foram responsáveis por abrir caminho para a estrutura que vemos hoje. Um deles foi Daniels, streamer de League of Legends que em 2016 foi contratado pela INTZ, onde permaneceu até 2018.
Em entrevista ao 2v1 Podcast, ele explicou como foi essa época e também comentou da dificuldade de convencer pro players a produzirem conteúdo.
Início na INTZ
Sobre sua entrada na organização, Daniels é enfático: foi bom, mas também foi ruim. O motivo principal foi a desorganização estrutural.
Entrar na INTZ foi a pior/melhor decisão que eu fiz. Melhor/pior, talvez. As orgs nesse início do cenário, porque eu fui o primeiro streamer da INTZ, era um bagulho mal organizado. Até hoje deve ter empresa que não se organizou direito para trabalhar com streamer. Eu não sabia o que querer, porque eu tava recém começando. Entrei na INTZ e uma semana depois eu recebi uma reclamação porque eu tinha postado uma foto do Micao sem camisa com as tetinhas pra fora no Twitter. Aí já recebi mensagem ‘ó, não pode postar essas coisas’.
Pro player pode ser streamer?
Na visão de Daniels, para fidelizar os fãs a um time, é necessário ter uma figura que represente aquela organização. Pode ser, por exemplo, um pro player que vire streamer, como foi o caso de Kami na paiN. O ex-jogador, que entrou na organização em 2011, produzia conteúdo até o início de novembro, quando foi afastado após comentários xenofóbicos.
O Kami manteve muito [na paiN] porque eu acho que quando é pro player e vira streamer, é muito diferente. Por exemplo, o Pijack, ele é gigantesco. Mas eu não acho que o Pijack estando na paiN ele leva torcedor pra paiN. Acho que não faz diferença pra torcida. Mas não sei o que eles tão tentando.
Produção de conteúdo
O streamer conta que durante seu tempo na INTZ, percebeu que os jogadores profissionais não curtem produzir conteúdo, principalmente devido à rotina puxada de treinos.
Esse era um ponto que eu morando em GH eu percebi o quanto pro player odiava fazer isso [conteúdo]. Então eu nunca ia incomodar os caras pra fazer isso. Pro player odeia conteúdo em geral. Eu via a rotina deles ali, os caras ficavam 8 horas por dia treinando. Chegava à noite, tem que gravar uma ação pra não sei o que e os caras faziam reclamando. E normal, porque era um trabalho extra.
Na entrevista, Daniels também falou sobre a criação de rixas no cenário. Assista ao episódio completo com o streamer a seguir.
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